— Não. Isso não pode ser verdade. Não tem como ser.Aya está fora de si, caminhando em círculos, como se sua cabeça tivesse prestes a explodir. E faço de tudo para não focar nos sentimentos nauseantes dela, já estou suficientemente sufocada com os meus próprios. Os irmãos discutem entre si e tentam arrancar mais informações de Freya.
Freya... Ela está agindo estranho, como se estivesse sonhando acordada, e está assim a mais de 2 minutos, depois de jogar essa bomba e destroçar tudo o que acredito. Ela não se mexe, está imóvel e encarando o vazio. Mergulhada, seja lá onde for, na escuridão que a percorre por seu interior. Mas estou muito focada na minha própria escuridão agora.
Porque seu pai acabou de me mostrar.
Seu pai acabou de me mostrar.
Seu pai.
Seu. Pai.
Pai.Minha cabeça é um disco de vinil quebrado, lutando para avançar, mas falhando tragicamente. Eu não tinha pai. Não mais. Não depois que aquela criatura desprezível morreu num acidente de carro com a esposa que eu me recusava a chamar de mãe. Recusava chamar os dois de pais. Aprendi a odia-los bem cedo. Mas Freya sabe que eles morreram. Aya me contou, deve ter contado para os outros também. Então não faz sentido nenhum. A não ser...
— Freya... — a chamo com calma, segurando seus ombros.
Havia barulho por toda a sala, mas todos pararam de falar ao redor. Aya parou e observou, Elijah e Klaus pararam de tentar resolver seja lá quais forem suas questões, Kol e Rebekah se aquietaram. E pude jurar que vi uma faísca de esperança correr pelos olhos de Rebekah. Esperança de eu fazer Freya voltar a realidade.
Olho para Freya, que está com os olhos abertos, arregalados e vítrios. Ela não olha em meus olhos, está olhando para algum ponto na parede acima da minha cabeça. Seu corpo imóvel. Parece estar em um tipo de transe ou algo assim. E se fosse algum bloqueio desse tipo, podíamos ter uma chance.
Aya.
Não sei se mandei o pensamento diretamente para ela, mas pela forma como minha irmã encontrou meus olhos, ela pareceu entender o que tinha que fazer.
— Espera, o que pensam que estão fazendo? — Rebekah deu vários passos em nossa direção e me separou de Freya com um empurrão. Provavelmente ela percebeu nossas expressões nesse meio tempo e entendeu também. — Esse não é um bom jeito de resolver as coisas. Entrar na mente dela não é o ideial.
— Tem uma ideia melhor? — retruco, nem um pouco paciente ou compassiva.
Freya tinha respostas para as milhões de perguntas recém listadas na minha mente. Mas enquanto não saísse desse transe, eu ficaria no escuro.
— Só precisamos de um pouco de tempo. — Rebekah ainda mantém os dois braços estendidos em minha direção e de Aya. Nos impedindo de avançar para Freya, atrás dela. Idiota. Rebekah me olha com desprezo. — Ela é minha irmã e não deixarei uma vadia mentirosa pôr as mãos nela nem morta.
— Tecnicamente, não vou pôr minhas mãos em ninguém. — resmungo, já sem paciência. — É Aya quem vai entrar na mente dela, e eu só vou assistir enquanto minha irmã trás a de vocês de volta.
Os olhos da Original ficam odiosos, talvez ela não fosse acostumada a ser confrontada. Repuxo um pequeno sorriso ameaçador.
— E acho que é melhor você não pôr as mãos em mim. — com um movimento rápido, uso meu antebraço para afastar sua mão roçando meu ombro. Os braços dela finalmente cedem, enquanto o rosto se contorce em ódio. — Esqueceu da última vez que tentou, fofa?
Aya deu um passo inteligente para trás, quando Rebekah deu um para frente, nossos narizes quase se tocando. Sua raiva é bem visível. Ódio em cada centímetro do seu lindo rosto, o que deveria ser injusto ter tal beleza enquanto se é uma víbora insuportável. Mantive o queixo erguido, e não mexi um músculo. Nós duas sabíamos que eu não iria recuar, e tampouco ela.
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~Estrela da Meia Noite ⭐ || Elijah Mikaelson
FanficTreinada para matar desde a adolescência, Ayla Moraine se viu em um impasse quando foi designada para matar um dos lendários vampiros Originais, pois de acordo com sua Reitora, a garota livraria o mundo de uma linhagem inteira de vampiros sanguinári...