SETE

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Tudo o que eu acabei de fazer não passa de uma grande bagunça.

Árvores caídas ao nosso redor e mais longe. Metais e ferros do posto antigo derrubados e destruídos. Chão coberto por um espelho de gelo e geada. Algumas lascas afiadas de gelo ao meu redor já começaram a derreter com o sol que acabou de retornar ao céu sem as nuvens pesadas de antes. Aquelas carregadas com uma enorme tempestade, voltaram para a escuridão dentro de mim.

Elijah passa para meu lado direito quando Aya e Klaus vem em nossa direção, com um cuidado muito cauteloso. Klaus mantém os olhos de mim para Elijah, ainda tentando entender como tudo voltou ao normal. Já os olhos de Aya...

Um medo inteiramente desesperado e avaçalador preenchia os olhos safira de minha irmã, como se ela realmente estivesse morrendo de medo de me perder para o desastre que estava me corroendo a minutos atrás, antes de Elijah me salvar — Me beijar.

E por algum motivo, tenho certeza que esse pequeno detalhe não vai sair da minha cabeça por um bom tempo.

Eles pararam a um passo seguro de nós, mas foi Klaus que quebrou o silêncio.

— Agora eu entendo o que você falou sobre perder o controle. — sua expressão é calma e vazia, sua voz não passa de um sussurro alto. — Devo dizer que estou impressionado com o jeito como lidou com tudo, — agora, seu tom é sarcástico. — mas estou preocupado com sua facilidade para surtar em meio a conversas difíceis. Porque ainda temos uma, e bem longa. Então, meu amor...

— Como você conseguiu para-la? — graças aos Santos, Aya interrompeu o comentário irritante de Klaus quando perguntou baixinho para Elijah, como se eu não pudesse responder.

Como se eu estivesse quebrada e fosse incapaz de falar por mim mesma. Odeio ser tratada como a coitadinha da história que é controlada pelo próprio dom. Pode até ter um pouco de verdade nisso, mas ainda assim, não queria que ela agisse como se eu sempre deslizasse. Mas não é isso que me incomoda. O que me deixa irritada é saber que ela já viu o suficiente de mim para ter pena, e isso é a gota d'água. Não vou permitir que tenham pena de mim. Nunca.

— Você não consegue ver na mente dele como faz na minha? Ou você só é capaz de usar seu incrível dom somente em mim? — eu lanço um olhar furioso para ela, mas parece que as palavras fugiram de seu vocabulário.

Aya está pálida como um cadáver, e posso sentir a frieza no corpo dela daqui. Seus cabelos loiros estão uma bagunça, e isso é culpa minha, acredito. Mas os olhos dela... Estão vermelhos como se estivesse chorando desesperadamente, como se estivesse se afogando em suas lágrimas.

Ela me encara como se eu fosse um ser estranho e exótico de outro planeta, como se ela estivesse me vendo pela primeira vez. Seu corpo treme como se estivesse em um dia de neve, e começo a me manter alerta com esse comportamento estranho. Tudo o que ela demonstra é um medo estranhamente instável e ela está... confusa?

Algo está errado.

— Não. — é tudo o que ela diz.

Franzo as sombrancelhas, minha cabeça totalmente confusa. Eu estou lutando para entender o que está acontecendo, mas estou falhando miseravelmente. Nada do que Aya fala ou faz, está fazendo sentido para mim.

Mas considero a opção do medo. Talvez Aya estivesse assim porque viu o perigo de perto, e a única irmã no centro dele, orquestrando tudo. Talvez ela esteja mesmo com medo de mim, então mantenho a expressão fechada e cautelosa.

— Não o que, Aya? — Elijah pergunta suavemente.

— Não... quer dizer... — ela balança a cabeça rapidamente, como se fosse clarear seus pensamentos. — Eu ainda consigo ler seus pensamentos, mas...

~Estrela da Meia Noite ⭐ || Elijah Mikaelson Onde histórias criam vida. Descubra agora