Capítulo 3

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No meio da floresta sozinha, indo andando até no meio das árvores aparece um homem de meia idade, todo corpo laranja e listras pretas, segurando uma lança.

Olhou pra mim e disse:

- Acha sua origem.


Acordei com o som do alarme, pela primeira vez é sonho estranho que não é igual ao pesadelo.

O que será que o homem quis dizer sobre: "Acha a sua origem".

Levantei da cama indo por banheiro e lavando o rosto, lembrei que hoje é passeio por museu.

***

Chegando ao Museu de Arte Indígena no centro de Curitiba, separamos em grupos formando as duplas, Ana e eu formamos duplas e seguimos o guia com os outros.

- Bem-vindos, espero que gostem do passeio e aprendam muito - disse o guia nós mostrando as coisas indígenas.

Foi explicando a história deles, sua cultura, tradições, atividades de caça e pesca, armas e fotos de tribos de índios. Quando ele falava, eu fiquei olhando para as fotos e objetos, até que vi uma foto que me fez ficar sem ar, a foto do índio ao lado do homem pesquisador... É aparecido do homem do meu sonho.

Levantei a mão chamando o guia e perguntei aprontando pra foto.

- Senhor, quem é esse índio?

- É o pajé, foi um século atrás. - foi falando - O pesquisador foi nessa tribo aprendendo cultura deles, o costume e até anotou as histórias que eles contavam a gerações sobre a floresta e espíritos guardiões.

- Como era essas histórias?

- Uma das histórias contam sobre os guardiões que moravam escondidos na floresta, poderes da natureza e sempre acompanhados com almas animais. Os índios acreditam que eles protegem a floresta e que nunca são vistos.

- Entendi, muito obrigada.

- De nada, moça. - disse sorrindo - Espero que goste do passeio.

- É, estou gostando muito.

Quando voltamos para o ônibus, não paro de pensar do pajé aparecido muito com o homem que sonhei. Pajé é que tem habilidade de cura, fala com os espíritos e poderes supernatural. No sonho o homem disse sobre minha origem, será esse pajé tem alguma ligação com o meu sonho?

Sábado

Acordei às 10 horas da manhã e senti algo peludo no meu braço. É Sábio dormindo ao meu lado.

- Sábio, acorda.

"Acordei, acordei Clarisse."

- Como entrou aqui? - perguntei curiosa - Quem bom que essa hora minha mãe está dormindo e pai está trabalhando.

"Entrei quando seu pai saiu de manhã, fechar as portas, mas não fechar as janelas pequenas. Estava chovendo e entrei aqui."

- Ok, vou fazer café da manhã.

Fui à cozinha, fiz torradas e ovos mexidos. Dei por Sábio a tigela com carne de peixe que tinha guardado do jantar para dar pra ele.

- Ontem eu tive sonho diferente.

"Como foi o sonho?"

Contei sobre sonho, Sábio estava ouvindo com atenção e com ar de bem sério e preocupado.

"Nossa, acho que já tá na hora."

- Hora de que?

"Conheço umas pessoas que podem ajudá-la"

Coração de TigresaOnde histórias criam vida. Descubra agora