Capítulo 77

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Raoni (Humanimal Rei Leão)


Ursão contou tudo que aconteceu nesses dias que desapareci, ainda não acredito que foram sete dias. A morte do Curandeiro, Zaki é sucessor dele, é bem raro os espíritos dos curandeiros escolherem alguém fora da aldeia, e confio muito na escolha dele.

Soube que Clarisse lutou contra a Ellen, que na verdade era a Samara disfarçada, bem que sempre desconfiei da mudança da personalidade da Ellen desde que chegou há dois anos. Desde da infância, Ellen era muito gentil, se importava mais com as pessoas do que ela mesma, por isso que meu pai achou que ela seria uma boa esposa pra mim.

Segurei pelo colar com uma pedra dourada quebrada, onde estava a alma da Ellen, Clarisse me deu depois que contou sobre a Ellen. Olhei pelo desenho de leoa no braço esquerdo dela, mostrar que a alma leoa da Ellen virou a alma familiar da Clarisse.

Essa Ellen, mesmo morta, sempre faz de tudo pra ajudar alguém.

Fiquei bravo comigo mesmo por nunca notar que era uma Sombria disfarçada, sempre achei que Ellen estava estressada por causa das batalhas e nunca ficar muito tempo com ela.

Mas estou aliviado que a alma da Ellen está livre e ajudou a Clarisse.


***


Depois de um tempo descansando, na hora que está quase anoitecendo, todas as pessoas da aldeia, clã dos lobos e povo indígena foram até a Árvore dos Guerreiros. Essa árvore nós marcamos os nomes dos nossos guerreiros e guerreiras que morreram no campo de batalha, pra eles sempre serem lembrados pela força e sacrifício que fizeram pelo lar deles.

Aproximei da árvore e toquei onde está o nome do meu pai, morreu anos atrás quando os Sombrios tentaram atacar os povos da floresta. Respirei fundo, olhei pra cada pessoa olhando pra mim, olhei pra Clarisse ao lado dos pais dela, falei firme e alto:

- Estamos aqui pra marcar os nomes dos nossos bravos guerreiros e guerreiras que morreram defendendo o nosso lar, sacrificaram pela floresta, nossos povos, e suas famílias. - toquei na árvore - Marcamos os nomes deles para honrá-los, e que os espíritos dos nossos ancestrais guiem as almas deles.

As pessoas próximas dos falecidos fizeram uma única fila e cada um foi marcando os nomes. Luna pediu pra marcar o nome do pai e deixei por ele ter sido um grande aliado e salvou a vida da Clarisse e Luna.

Pela minha surpresa, Clarisse se aproximou da árvore e usou as próximas garras escrevendo um nome, aproximei e me surpreendi vendo que ela marcou o nome da Ellen. Ela tocou no nome e disse olhando pra mim:

- Que os ancestrais guiem a alma dela.

Ela se afastou e a chamei:

- Clarisse, está esquecendo uma pessoa.

- Quem? - perguntou confusa.

- Ele morreu há muito tempo. - falei entregando minha adaga - Mas ele merece por te salvar.

Clarisse olhou e sorriu entendendo quem estou falando.

- Pai. - ela chamou o Aparecido e colocou a adaga na sua mão - Você é teve escrever o nome dele, afinal... Tio Manuel me salvou no incêndio e eu não estaria aqui se não fosse ele.

- Tudo bem mesmo? - perguntou Aparecido pra mim.

- Claro, ele merece. - assenti.

Aparecido se aproximou da árvore e escreveu o nome do tio da Clarisse. Depois ele chorou tocando no nome e Clarisse chorou junto, olhou pra mim e agradeceu.

Coração de TigresaOnde histórias criam vida. Descubra agora