Capítulo 5

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Chegamos ao aeroporto, nós comemos pequeno lanche antes do avião chegar. Enquanto o avião se preparando, sentamos nas poltronas, já enviei a mensagem pra mãe avisando que estamos no avião.

Avião indo voando por céu e eu animada vendo à vista da cidade, minha ansiedade aumentou indo pra Amazônia e finalmente as respostas dos meus sonhos. Tio Manuel dormiu e eu ainda estava bem medo por causa daquele último pesadelo, único jeito é ficar olhando as cidades debaixo.

***

Horas depois olhando na janela, escutando música e lendo livro, finalmente chegamos à Amazônia. Pousamos na cidade Manaus, saímos no avião e olhei a cada decoração de fotos da cidade e floresta, pontos turísticos e muitas plantas.

- Espere aqui - disse Tio Manuel carregando sua mala - Eu vou os horários dos ônibus.

- Ok

O esperei no lado da recepção, enquanto isso fui enviando a mensagem pra minha mãe dizendo que chegamos na cidade. Na minha frente pouco longe vi uma mulher indígena segurando seu bebê seu braço enquanto outro segurava caixa cheios de doces, foi tentando vender.

Um homem de terno falando no celular a empurrou deixando derrubar a caixa de doces no chão. O bebê chorou e ela tentou acalmar.

- Deixe que eu pego - falei pra enquanto peguei os doces e os colocando na caixa, recolhido tudo, entreguei pra ela - Aqui está.

- Muito obrigada moça - agradeceu sorrindo e quase indo embora.

- Espere - ela parou e entreguei na sua mão uma nota de 10 reais - Para ajudá-los.

- Muito obrigada, obrigada. - agradeceu dando sorriso grande.

- Clarisse, vem - me chamou Tio Manuel.

Na saída, ele me levou até um ônibus turismo, placa escrito: "Passeio nos pontos turísticos" e preço por pessoa. Fomos ao motorista e tio Manuel pagou as passagens, e irmos na fila de umas 16 pessoas entrando no ônibus. Olhei por motorista e sentir uma queimação estranha de desconfiança, principalmente pra sentir cheiro estranho nele.

Todos dentro do ônibus, o guia entrou explicando sobre o passeio:

- Bem-vindos ao nosso ônibus turismo, passaremos nas maravilhas da nossa bela cidade e principalmente observar a famosa na maior floresta do nosso país.

***

Paramos primeiro no centro da cidade, indo numa feira enquanto o guia nós guiando nas praças e história da cidade. Na hora do almoço, Tio Manuel e eu comemos na barraca vendendo pastéis, enquanto esperamos, de longe eu via o motorista e guia sussurrando alguma coisa afastados dos passageiros.

- Está se divertindo? - perguntou Tio Manuel, me entregando o pastel.

- Sim, muito.

- Daqui pouco, fomos entrar na floresta - disse rindo - Ver se não correr muito animada.

- Eu não tenho mais 8 anos - murmurei.

Depois uns 15 minutos o guia nós chamou pra voltamos por ônibus.

- Agora vamos entrar pra floresta, preparem suas câmeras.

O ônibus foi andando e uma fumaça branca saiu no teto, cheiro é tão forte que aos poucos fui sentindo tonta e meus olhos fechando.

***

- Clarisse - grito e alguém me batendo leve no meu rosto me fez acordar com dor de cabeça - Clarisse, acorde logo.

Devagar consegui abrir os meus olhos e vi Tio Manuel no meu lado desesperado. O motivo é que está ao nosso redor, as paredes do ônibus e o teto estão coberto de fogo.

- Vamos, levantar - me puxou onde ainda não tinha fogo.

Vendo umas passageiros tossindo enquanto os homens tentavam quebrar a janela, no chão tinha três pessoas deitadas imóveis. Cada segundo e o fogo foi aumentando e dois homens se ajoelharam tossindo muito e pior que fogo cobriu a porta do ônibus e fumaça negra foi entrando nossos pulmões. Olhei uma das janelas e no lado de fora estavam o motorista e o guia olhando o ônibus rindo, depois desapareceram nas árvores.

- Tio Manuel - gritei assustada.

Ele e os restante dos homens estavam batendo na porta de emergência no fundo do ônibus, mas estão ficando enfraquecidos por causa da fumaça.

As mulheres, crianças e idosos foram os primeiros a desmaiar nas poltronas enquanto os homens tossindo e ficando sem ar. Barulho alto me assustou e em cima de mim parte do teto foi caindo.

- CLARISSE

Tio Manuel me empurrou tão forte que fui salva antes do teto cair cheio de fogo. Pior que o teto o acertou e foi enterrado junto com os homens.

- TIO MANUEL - gritei chorando.

Eu queria muito ajudá-lo, mas tinha muito fogo e as pessoas estão desmaiadas. A fumaça foi me deixando fraca e uma tortura veio resultando eu caída no chão, chorei enquanto o fogo foi espalhando.

Caída, sem forças e assustada, não tem outro jeito. Fechei os olhos chorando pensando que vou morrer assim, chorei por Tio Manuel e rostos dos pais, vai ser minha última memória deles.

De repente um grande barulho me fez abrir um dos olhos, na minha frente apareceu uma grande figura humano me olhando, foi que vir antes de entrar na escuridão.

***

Estou respirando, sentindo cheiro de plantas e madeira. Uma queimação forte no meu peito me fez acordar e tossindo como louca.

Olhei ao redor vendo um lugar totalmente desconhecido, parece que estou dentro de uma casa pequena de madeira com folhas gigantes. Notei que estou deitada no colchão quase mole e toquei na minha testa pegando um lenço molhado.

Onde eu estou?

Lembrei do ônibus pegando fogo, muita fumaça, passageiros, Tio Manuel e... Uma figura humano bem grande.

Assustei ouvindo passos se aproximando, na entrada apareceu uma mulher jovem, pele morena, cabelos cacheados longos, vestindo blusa azul pequena e uma saia verde.

Ela me olhou e disse sorrindo:

- Que bom, você acordou.

Coração de TigresaOnde histórias criam vida. Descubra agora