Coração de Tigresa

Capítulo 18

"Não, você precisa ir embora o mais rápido possível."

Agatha gritou forte n minha mente.

- Então me dê um motivo - falei quase gritando.

Esperei mas ela não falou nada, a chamei três vezes e não respondeu. Pelo cheiro de sangue, estou bem perto, em frente através das árvores. Eu vi Rocket transformado e caído no chão, aproximei dele e tem olhei nas feridas sangrando nas costas.

"Atrás de você", gritou Agatha e por impulso me afastei vendo um facão quase acertando meu ombro esquerdo.

- Você é rápida - riu o homem magrelo segurando facão coberto de sangue, ele me encarou boquiaberto e espantado como se estivesse vendo uma fera perigosa - Mas... Isso é impossível, uma Humanimal Tigresa. Os Humanimais Tigres estão extintos.

- Eu apareço extinta para você? - sorri falando com duas vozes.

- Então... Sendo única Humanimal Tigresa ou não - disse enquanto se transformou, pele dele ficou cinza, olhos pretos e asas de morcegos nas costas - Matarei você, não se preocupe, como é mulher, vai ser muito rápido.

- Só nos seus sonhos.

Ele pulou e voando pra cima de mim com facão apontando pra mim. Bem perto, desfiei e dei golpe de garras nas mãos dele, fazendo que ele soltar o facão. Mas bem rápido ele segurou um dos meus braços e esticou a cabeça para tentar me morder.

Com força consegui dar golpe de garra no pescoço e me soltou gritando, ele se afastou de mim. Ficou parado, tocou na sua ferida no pescoço e saindo sangue preto.

Sangue preto, é uma caraterísticas dos Sombrios. Lembrei que o Ursão disse em um dos nossos treinamentos. Respirei fundo e rezando pra eu consiga sobreviver.

- Incrível, além de bonita - disse rindo e lambeu próprio sangue - É bem danadinha, vou adorar brincar com você, gatinha listrada.

Ele é nojento, pensei sentindo nojo. Ele voou dando ziguezague pelo ar em cima de mim e se escondeu nas árvores.

Droga, nessa escuridão não dá pra vê-lo. Fiquei parada e nervosa ouvindo as risadas, ele passava de árvore para outro.

- Tomar cuidado - Rocket se levantou com dificuldade e foi mancando ao meu lado - Esse Sombrio está tentando nos enganar e atacar na hora certa.

- Mas você... - falei olhando nos seus ferimentos parecendo bem profundos. - Está bem?

- Deixar isso de lado - gritou bravo - Ou quer virar comida desse morcego nojento.

Ficamos concentrados e esperando qualquer ataque. Rapidamente o Sombrio foi na minha direção, Rocket foi na minha frente e deu grito forte, o motivo foi o facão gravando no seu ombro esquerdo.

- Esperar só até eu contar para todos os Sombrios que matei Humanimal Tigresa - disse Sombrio voando em cima de mim - Sua linda cabeça será prova, mas quero sentir o gosto da sua carne.

Rocket me empurrou pra longe e atacou o Sombrio, antes dele me atacar. Virei de costas vendo eles lutando, levantei para ajudá-lo e de repente senti fraqueza por todo meu corpo, junto com uma tortura. Enquanto isso, o Sombrio mordeu o braço do Rocket, tão forte que saiu sangue vermelho.

Não, eu preciso ajudá-lo.

"Clarisse..." , disse a voz da Agatha

"Vou ajudá-lo, me deixe assumir seu corpo. Mas depois que eu acabar com isso, volte à sua forma humana e rápido."

- Certo.

Deixei Agatha assumindo meu corpo e fiquei na mente vendo tudo. Levantei rapidamente e corri em direção do Sombrio, ele me viu, soltou o Rocket, foi na minha frente e encarando cara a cara.

Do nada uma flecha acertou uma das asas dele, fazendo ele cair no chão. No meio das árvores apareceu Tara na sua forma pantera-negra humana segurando arco e flecha. Antes do Sombrio se levantar, aproveitei e fui para cima dele, gravando minhas garras no seu peito.

Nós encaramos e ele gritou enquanto fui furando mais profundamente e falei sorrindo:

- Mande lembranças por seus ancestrais e diga que matarei todos os Sombrios, vou vingar pelos meus ancestrais. - terminei rindo - Pena que não vai estar aqui pra ver.

Terminei de falar e ele gritou forte por causa das minhas garras perfurando seu coração, vomitou sangue preto e ficou imóvel.

- Agora Clarisse - disse Agatha me chamando.

Chamei meu nome voltando na forma humana, a tortura veio muito forte e com muita fraqueza fiquei em escuridão total.

***

- Clarisse - voz da Tara me chamando e me afastando na escuridão - Acorda, Clarisse.

Abri meus olhos devagar e notei que estou sendo carregada por alguém. Tara está ao meu lado, mostrou seu sorriso e disse para a pessoa que está me carregando:

- Ela abriu os olhos - tocou no meu rosto, tirando cabelos nos meus olhos - Você está bem?

- Estou... Bem - falei sentindo garganta seca.

- Que alívio - suspirou aliviada.

- Que bom, quase nos assustou - reconheci a voz da pessoa me carregando e não acreditei vendo que... É Rômulo.

- Tem alguém se aproximando - disse Tara atenta.

Outro Sombrio não. Nos preparamos para qualquer ataque. Saindo das árvores, segurando uma tocha, é Ursão se aproximando de nós.

- Não nos assuste assim, cara. - murmurou Rômulo.

- Como está Clarisse? - perguntou ignorando o Rômulo.

- Não se preocupe, pai - respondeu Tara - Ela está bem.

Ursão se aproximou para me ver melhor e soltou longo alívio.

- Uma hora dessas você vai nos matar de susto, se você não tivesse matado o Sombrio, já estaria morta. - disse quase bravo e depois perguntou preocupado - Como está se sentindo?

- Estou bem.

- E sua alma tigresa, como está?

Chamei mentalmente a Agatha, depois de muitas vezes, estranhei que não tiver nenhum sinal e nem resposta dela.

- Ela não responde.

Falei isso e todos me encararam com olhar bem sério.

- Vocês não contaram pra ela? - perguntou Rômulo olhando por Ursão e Tara.

- Nós não sabíamos como explicar e achamos melhor esperar para saber qual o dia dela. - disse Ursão - Como íamos saber que seria logo agora?

- Ei, estou bem aqui - quase gritei chamando atenção deles - Alguém pode me explicar o que está acontecendo e por que estão agindo estranhos comigo?

- Ela está certa - disse Tara por Ursão. - Ela tem que saber, agora.

- Vamos ir para a Caverna das Lendas, estaremos seguros e contaremos tudo.

- Consegue mexer as pernas? - Rômulo me perguntou.

- Sim.

- Ótimo, não gosto de carregar mocinhas que estão muito bem em mexer as pernas. - devagar ele me colocou no chão, me deixando de pé - Então pode andar e nos seguir.