Capítulo 34

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3 dias depois


Passaram três dias desde que a equipe saíram pra buscar os remédios, nesse momento o Curandeiro está esforçando muito para que os parasitas não aumentam. Agora são sete crianças, as mães sempre visitam e choram por elas, os bebês são únicos os mais jovens que não estão doentes. Ainda não temos notícias da equipe, todas as noites eu rezo para que eles voltem bem e com remédios.

Às tardes o Ursão me treinar para distrair, e todas ás noites, antes de dormir, visito Lisa. O corpo dela está coberta de ervas, tossindo sangue e está começando aparece manchas pretas como as outras crianças.

 Hoje depois de treinar no rio, fui caçar. Pequei cinco peixes e dois cachos de banana, voltei na aldeia, indo para armazenamento e encontrei Dona Alice fazendo sopa.

- Oi Dona Alice. - a chamei.

- Oi Clarisse – Dona Alice pegou os peixes e bananas – Que bom que trouxe, estamos precisando muito de comida, está bem?

- Mais ou mesmo – olhei por chão.

- Eu sei, também estou muito preocupada. – Dona Alice ergueu minha cabeça – A Tara vai na cidade para buscar umas roupas usadas, vai com ela.

- Tudo bem.

Fui à cabana e vi Tara se vestindo as roupas de cidade.

- Oi Clarisse.

- Oi Tara, posso ir cidade com você?

- Claro, preciso mesmo de muita ajudar. – disse Tara aliviada–  Primeiro mudar pouco seu visual.

É claro.

 Com certeza uns policias ainda devem está me procurando, foi há muito tempo, mas se conheço meu pai, com certeza conversou com a polícia de todas as cidades da Amazônia. 

Tara cortou três dedos no meu cabelo e fez uma trança. Vesti blusa verde sem mangas, calça preta longa e enrolei minha cauda na cintura.

- Pronto – disse Tara mostrou meu reflexo no espelho - Nem se parece um pouco com uma garota da cidade.

Verdade, concordei olhando pra garota de pele branca e pouco bronzeada, cabelos morenos meios despenteados e ganhando músculos por todo corpo. Nesse meu reflexo mostrar que mudei muito, de dentro e por fora, minha parte da cidade está sumindo aos poucos.

- Bem, vamos? - perguntou Tara me tirando dos pensamentos.

- Vamos.

Fomos direto da cidade andando, que levou dois horas a pé, depois indo num rio, nós pegamos um pequeno canoa e nos levou até uma cidade chamada Itamarati. 

Com muito cuidado, nós andamos sem chamar atenção das pessoas até finalmente chegamos na feira onde doam roupas usadas e calçados. Pegamos três sacolas de muitas roupas usados, voltamos na canoa, estávamos quietas até  Tara quebrou silêncio me perguntando.

- Você e Raoni não estão se falando, não é?

Suspirei e virei minha cabeça, não quero falar disso, desde aquela noite, Raoni e eu não estamos nos falando e estou meio que o evitando.

- Sei que ainda está brava por ele não deixá-la ir com a equipe. – disse Tara – Ele falou isso porque não queria que alguma coisa ruim acontecer, principalmente agora que os Sombrios devem estarem loucos pra matar você.

- Não importa quando vidas dessas crianças estão em riscos. – resmunguei.

- Admiro sua coragem, mas agora a gente tem que rezar pra que tudo saia certo – Tara tocou meu ombro – Faz as pazes com Raoni.

Coração de TigresaOnde histórias criam vida. Descubra agora