• 🌧 || 43. provar do próprio veneno é bom

339 53 16
                                    

COLE SPROUSE

Duas semanas depois, aquela risada de Lili não tinha saído da minha cabeça e fato dela estar me deixando ter um simples contato com ela, mesmo que somente na aula de sociologia, me deixava feliz.

Essa era a última aula antes das férias de inverno e eu só poderia agradecer. Depois eu só voltaria a pisar nessa escola quando já tivesse pronto para o que me esperava lá fora.

— Agora, por favor, eu preciso da atenção de todos. — A professora de artes fala. Bocejo e cruzo os braços, sabendo que coisa boa não vinha. — Acho que todos aqui lembram do trabalho da releitura...?

Como não lembrar! Era por causa desse simples trabalho que eu tinha conhecido a pessoa que me mudou para melhor.

— Vou dar um trabalho parecido. — A professora fala andando pela sala. — Só que dessa vez vocês vão criar a arte...

— Vocês? — Alguém sussurra e a professora ri.

— Ah, o trabalho será feito em dupla! — Tiera ao meu lado coloca a mão em cima da minha. — Aquelas mesmas duplas!

Arregalo os olhos, tentando conter um sorriso. Merda, isso era tudo o que eu precisava. Veria Lili fora da escola, teria mais chances de conversar com ela e consequentemente de conseguir tê-la de volta. Tiera ao meu lado resmunga nada satisfeita.

— Minha dupla era um cara estranho... — Rio da cara dela. — Quem é a sua dupla?

Dou de ombros, fingindo não saber.

— Bem, bem... — A professora bate palmas. — O trabalho vale seis pontos, o que significa que é o último trabalho que vocês vão ter.

Suspiro, aliviado.

— Mas, no entanto, é mais difícil. — Ela diz. — O prazo de entrega é somente em Março.

— Droga... — Tiera diz.

— Dessa vez vou querer que vocês, juntos, por meio da arte, tragam uma pintura que represente o sentimento de amar... — Ela fala. Tiro o sorriso do meu rosto rapidamente. Essa professora não podia escolher outro sentimento? Culpa talvez. — Vocês terão que se conectar com esse parceiro ou parceira, terão de conversar muito. Escutar críticas sobre suas opniões e formarem uma obra sobre o amor.

Coço minha nuca e procuro Lili com meus olhos.

— Não posso exigir muita coisa de vocês, até porque cada um vê o amor de um jeito diferente, por isso... — Ela acrescenta e eu acho Lili, observando a professora com os olhos apreensivos, provavelmente não gostando dessa atividade. — Eu e a professora de redação decidimos fazer um trabalho conjunto-o. Junto da pintura, terão que trazer um texto de no mínimo dois parágrafos, descrevendo para gente o que é o amor.

Um burburinho começa na sala e eu dou uma olhadinha em Lili, que me olhava. Ergo as sobrancelhas, como se eu falasse que não tínhamos escolha. Vejo Lili revirar os olhos e abaixar a cabeça.

Haha, isso seria engraçado.

***

No final de aula, corro até o murro onde Lili sempre ficava e o encontro vazio. Franzo as sobrancelhas não entendendo porque justamente hoje ela não estava ali e me sento. Com a esperança de que ela aparecesse.

Fico ali quase uma hora, quase morrendo de frio, e resolvo entrar de novo na escola. Hoje eu teria uma reunião com o time antes das férias então a estadia na escola a tarde não tinha sido feita em vão.

storm.Onde histórias criam vida. Descubra agora