• 🌧 || 44. teria que aprender

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COLE SPROUSE

Eu nunca achei que gostaria que a semana começasse. Bem, pensando no encontro que teria durante a semana, não é de se esperar.

Eu e Lili, após aquele linda mensagem que tinha recebido, conversamos mais e combinamos de nos encontrar em uma cafeteria, apesar de ser férias, para podermos nos adiantar nisso.

Eu tentava pensar na possível conversa que eu teria com ela e tentava encontrar as palavras certas para dizer mas, tudo era baseado na Lili que eu costumava conhecer. Agora ela era uma Lili totalmente diferente e eu não sabia como lidar com essa. Bem, teria que aprender.

Me despeço de Lolla sentada no sofá vendo um desenho engraçado na televisão e abro a porta e um vento frio bate em meu rosto. Quando assopro, fumaça sai da minha boca e sinto uma casaco ser jogado em meus ombros.

— Leve mais uma casaco. — Melanie diz, beijando minha bochecha.

Reviro os olhos de leve, para que ela não veja, e fecho a porta vendo meu carro que normalmente teria que estar preto, totalmente branco.

Bufo.

— Merda. — Entro no banco do motorista e me sinto preso ali dentro. Assim que ligo o carro me apresso a colocar os para-brisas para funcionar, tirando a neve do vidro. Sorrio conseguindo ver a porta da garagem na minha frente e dou ré, pegando o caminho para a cafeteria.

***

Alguns minutos mais tarde entro na cafeteria quentinha e acho uma Lili de moletom e com uma xícara nas mãos.

De longe, a encaro, admirando-a. Eu ainda me perguntava como pude perder alguém como ela? Alguém tão lindo por dentro e fora.

Nego com a cabeça enquanto ia em direção a mesa afastada do resto das pessoas e paro em sua frente. Seus olhos verdes me encaram entediados e eu abro o meu melhor sorriso.

— Está dez minutos atrasado.

— Na verdade, não. — Aponto e me sento em sua frente, encarando seu cabelo mais cumprido que o normal. — São três é meia. Você chegou antes.

— Só quero acabar com isso logo. — Ela diz colocando a xícara de volta na mesa e cruzando os braços.

— Não vai conseguir se livrar de mim até março. — Inclino a cabeça para o lado, sorrindo sem os dentes e Lili nega com a cabeça.

— Certo... — Ela coça sua nuca. — Você entendeu o que temos que fazer.

— Sim... — Respondo duvidoso.

— Ótimo! — Ela ajeita a coluna mais animada que o normal e eu estreio os meus olhos, querendo descobrir o que ela estava tramando. — Eu faço a pintura e você a redação, assim o trabalho acaba mais rápido e eu não tenho que ficar conversando com você.

Arregalo os olhos.

— Não mesmo.

O sorriso da boca de Lili some e eu continuo:

— Você realmente acha que eu vou te deixar fazer a pintura sozinha? — Ela ergue a sobrancelha em minha direção.

— Quer fazer comigo? Tudo bem. — Ela dá de ombros. — Só pra, assim, saber um pouco. Como você vê o amor?

Ela inclina a cabeça para o lado e eu mordo a parte interna da minha bochecha, entendendo o que ela queria dizer.

— Aliás, existe amor aí dentro? — Aponta para o meu peito. — Porque, quando tentei achar eu não vi.

— Para com isso. — Falo afundando na cadeira e Lili me olha com os seus globos verdes estreitos.

— Você não consegue nem sabe lidar com o amor, como vai pintar sobre isso.

— Eu posso tentar.

— De novo? — Ela fala mais alto. — Vai destruir outra pessoa? Fazê-la desacreditar no amor?

— Eu te amava.

— Amava, no passado. — Lili diz mais amargamente e eu apoio meu cotovelo no encosto da cadeira e fecho os olhos. — Me amava até deitar com a Tiera, seu babaca.

— Você não consegue conversar comigo sem me insultar? — Digo já cansado dessa conversa. Não conseguiríamos fazer um trabalho com esse clima estranho e pesado.

— Eu te machuquei? — Lili coloca a mão no peito e se inclina para frente.

— Bem...

— Aprenda a lidar. — Sorri, se levantando.

— Não pode ir embora. — Me sento na cadeira como se fosse me levantar para segui-la.

— Você também não podia mas foi. — Olha para mim por cima do ombro e começa a andar. — E não estou indo embora, só vou para o banheiro.

Me afundo na cadeira, vendo o corpo pequeno de Lili sair do meu campo de visão.

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