One

492 44 39
                                    

Tempos atuais

Mais um dia acordando com Maya cantando

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Mais um dia acordando com Maya cantando. Ela não sossega um dia sequer com essas músicas. Poluição sonora para falar a verdade. Nada de anormal em um dia em St Augustine.

— Come together everyone

Everywhere now… Come together on the floor, on the playground. — Sua voz de adolescente na puberdade ecoava pela casa.

Me levantei da cama e abri a porta do quarto. O Sol raiava pela janela da sala e minha irmã cantarolava essa música como faz toda manhã desde que ela foi lançada. Ela estava sentada no sofá vinho, comendo uma tigela de cereal.

— Bom dia, Maya! Tem como cantar mais baixo?

— Você sabe que não, Come Together foi feita para cantar alto e tirar os pés de todos do chão. Bom dia pra você também maninho.

— Bom. Nem a cantora que eu não sei pronunciar o nome deve aguentar mais essa música.

— O nome é Shivani! Já te falei trinta vezes.

— Shevani. Dá no mesmo. — vou pra cozinha, abri a geladeira pegando a manteiga. — Sabe o que essa cantora favorita deve ser? Uma mimada chata que só finge amar os fãs. 

— Aiai. Você não sabe apreciar a arte. E pare de falar calúnias sobre ela!

— Sei sim, mas a arte real, não música pop. Não é calúnia, é verdade.

— Quando se dará conta que cantores também são tão artistas quanto pintores? Poetas? Escultores!? 

— Se aquieta Maya — eu abri meu pão e passei a manteiga — Termina de comer e vai se arrumar pra escola!

— Já faço isso sem você mandar.

Adolescentes e suas fases.

— Então faça isso sem eu ter que mandar!

— Ok. — Ela terminou o café da manhã dela mais rápido que o normal e então foi para o quarto se arrumar.

Desde que papai e mamãe se foram, tive que ficar cuidando dela e pretendo fazer isso até que ela já tenha a maior idade e saiba se cuidar sozinha.

Maya tem sido a única razão pela qual eu continuo tentando dar o meu melhor. Apesar de estar presente, sinto que ela sente falta de uma presença feminina. Depois que terminei com Any, essa dependência ficou ainda pior.

Coloquei meu pão na boca e fui pra garagem. Abri os portões como sempre faço e comecei a arrumar a mecânica. 

Não consegui ingressar na faculdade que meus pais queriam que eu entrasse, então, hoje me viro como mecânico para nos sustentar. Apesar da tia Daniela nos ajudar e muito, eu gosto de trabalhar.

Terminei de comer e passei a organizar umas ferramentas que não estavam no devido lugar.

Uns dez minutos depois, Maya apareceu pronta pra escola na minha frente, com aquela cara de pidona.

Estrelismo • Shivley MaliwalOnde histórias criam vida. Descubra agora