Uma semana de treva passei longe, mesmo estando perto, da minha Analu. Mas a menina me irritou profundamente, me tirou do sério, como ninguém jamais fez ou permiti que fizesse. A porra da garota não entende o mundo que eu vivo, nem mesmo se eu desenhar ela vai compreender por que foi muito mimada e mal orientada, mas também, pensando em quem a orientou, é de se esperar o excesso de birra. Contudo, não tenho tempo para meninices, é melhor Ana Luiza se enquadrar no que preciso ou não teremos futuro juntos.
Rio como o babaca que sou ao ouvir o que minha própria boca proferiu, já que não me vejo longe daquela manhosa do caralho. Idiotice minha pensar que consigo. Estou viciado naquela menina, em todos os sentidos da palavra. Maldita menina mimada!
É muito difícil tomar qualquer atitude com a porra da cabeça nela. Na noite em que discutimos, saí de casa certo de arrancar até a última célula do corpo daquele filho da puta que segurou a mão da minha morena. Mandei que Tyron viesse me buscar, pois estava irritado demais para dirigir, e fui em busca dele para expurgar toda raiva que já tinha nele e foi alimentada pela infantilidade de Ana Luiza.
Entretanto, meu soldado, numa pura ousadia, levou-me para o galpão sem minha autorização. A princípio, não entendi porra nenhuma e fiquei mais puto ainda. Mas então, ele começou argumentando se seria o certo a se fazer. Se isso não pioraria minha situação com minha menina. Me aborreci, ele fez parecer que eu tive a porra da culpa, jogando a menina pra cima do otário do Lincoln.
Entretanto, não foi nesse sentido que quis dizer e sim que eu jamais conseguiria ficar em paz, sabendo que ela sofre. Tyron fez-me uma pergunta que me deixou sem resposta pelo impacto: "Pretende matá-la pela traição?" Já que, de acordo com a regra da máfia, os dois envolvidos numa traição teriam de morrer.
Fiquei aturdido com suas palavras. Matar Ana Luiza? Eu conseguiria fazer isso? Ri sarcástico. Só mataria Ana Luiza se fosse pra eu tirar minha própria vida em seguida. No final dessa porra toda é que já não consigo viver sem o atrevimento daquela menina-mulher que virou meu mundo de cabeça para baixo.
Então, com esse pensamento, decidi, mais uma vez, poupar o filho da puta para que Ana Luiza não me visse pior do que já vê. Contudo, decidi procurar pelo Lincoln e tirar minhas próprias conclusões. É claro que Tyron não me deixou ir sozinho. Meu soldado teme que eu perca a paciência antes mesmo de ele abrir a boca para falar.
Não vou negar, é um risco!
Confirmando que seria seu dia de trabalho na boate, fomos ao encontro do barman que estava em seu serviço. Fiquei um tempo observando-o enquanto trabalhava para poder assim ter uma ideia mais abrangente de suas ações. Saber suas verdadeiras intenções nessa vida, já que Ana Luiza uma vez o defendeu dizendo que ele era uma pessoa do bem. Garota infernal!
Se comparado a mim, muita gente é do bem!
Nessas boates têm de tudo. Acontece de tudo. Já cansei de ver, mulheres pulando para dentro dos bares só para chupar o pau do barman em troca de um drink, ou eles deixando suas tarefas para fodê-las nos banheiros ou em qualquer canto do ambiente a troco de nada. Queria saber se ele iria apresentar qualquer tipo de comportamento suspeito desse, ia ser totalmente contraditório ao que Analu muito defendeu, irritantemente, dizendo que ele foi respeitoso e educado com ela.
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VINGANÇA MARINO I - (Concluído)
Roman d'amourO livro tratará da obsessão de um homem pela busca do cumprimento de uma promessa feita, quando ainda era uma criança de doze anos, ao assistir a morte precoce de seu pai. O menino cresceu com sede de se vingar de cada um que contribuiu para que seu...