CAPÍTULO 45

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Minha vida está cada dia mais modificada

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Minha vida está cada dia mais modificada. Sinto como se estivesse levando os problemas do mundo inteiro nas minhas costas, mas na realidade são apenas os meus.

Há algumas semanas, quando fui encontrar Lorenzo naquele quarto de hotel, achei que sairia dali divorciada e com um filho para cuidar. Pode até parecer que não, contudo, esse pensamento passou pela minha cabeça e confesso que estava morrendo de medo quando aqueles olhos azuis frios me fitaram. Meu coração parou de bater por um tempo.

Entretanto, quando os mesmos olhos frios, choraram como criança a perda de toda sua vida, vi que não podia deixá-lo. Não naquele momento. E Lorenzo também não queria que eu fosse embora, não o homem que me prometeu a vida eterna, não o homem que, mesmo relutante, me deu o maior presente que poderia querer: meu filho.

Todavia, nem tudo é um mar de rosas. Desde que voltamos, meu marido mal me toca. Raramente me beija e quando faz é um selo rápido na testa. Ele não pergunta pelo bebê, não foi as duas consultas que tinha marcada, menos ainda está dormindo ao meu lado. Sua desculpa é que não quer nos machucar. Fico triste, pois o que eu mais queria era que ele fizesse um carinho em meu ventre após uma transa do jeito que gostamos.

Hoje isso é um sonho.

Nesta manhã me irritei muito. Além de acordar sozinha na cama, mais uma vez, ainda não tive explicações dos seus motivos, mais uma vez. E pra piorar ainda recebi um ultimato dele dizendo que não era pra eu sair. Por Lorenzo, parei de ir a boate ver como anda a finalização da obra, não voltei pro meu turno na faculdade, então estou estudando de casa e ainda não posso pôr o pé para fora do apartamento.

Mas, já estava cansada disso, pois se o problema é nossa segurança, minha e de meu filho, acho que os vinte soldados que estão espalhados pelo prédio em pontos estratégicos, fora os outros vinte à paisana em torno do quarteirão pode garantir isso. Mas, na cabeça cismada dele ainda é pouco.

Assim que ele saiu, eu até tentei estudar alguma coisa, após os enjoos matinais que me matam, decidi me vestir para ir ao shopping. Preciso fazer alguma coisa e decidi então sair de casa. Hilda se ofereceu pra ir, mas eu recusei. Já bastam os seguranças que irão atrás de mim, quero ficar sozinha com meu filho.

Andei pelas ruas de Nova York, olhando lojas e mais lojas. Entrei numa com artigos de bebê e fiquei encantada com a variedade de coisas. Será que virá um menino ou uma menina? Poderia ser dois para o Lorenzo enlouquecer de vez. Sorrio boba.

Quando olhei o lado de fora da vitrine, vi uma pessoa a quem meu marido estava na busca há um tempo. Apesar de só tê-lo visto uma única vez numa foto dos arquivos de meu marido, eu jamais me esqueceria dele. Sua aparência de um homem de quarenta e poucos anos, num terno caro e falando ao telefone numa postura autoritária não nega quem seja. Se tinha uma oportunidade que poderia ajudar ao Lorenzo nesse tormento, era agora.

Deixei todas as coisas que havia preparado para comprar num canto da loja e saí. Eu estava com um vestido branco um pouco decotado, saltos não tão altos e cabelos soltos, tentarei usar meu charme para me aproximar do homem, na verdade, se ele fosse o filho da puta sádico que a vagabunda da Nicole falou, o conquistaria facilmente. Ainda bem que minha barriga só tinha uma pequena elevação, quase imperceptível. Acredito que meu filho será pequeno como eu, já que estou de pouco mais de quatro meses.

VINGANÇA MARINO I - (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora