04. A pista

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17:38 PM

- Sr. Watson, sou detetive Raymond Sabino. Gostaria de lhe fazer algumas perguntas sobre o desaparecimento de sua noiva. Por favor, abra - digo alto, batendo incessantemente na porta - Toca a campainha de novo Renne

- Ahrg - toca a campainha. Nada

- Deixa eu ver - toco de novo. Nada. De novo. Nada. Mais uma vez. Nada. Novamente, e de novo, e de novo, e de novo.

- Chega ! Eu vou arrombar essa desgraça ! - grita Renne já impaciente, pronto para dar uma voadora na porta

- Perai ! - me meto em seu caminho, girando a maçaneta de porta e abrindo-a

- Mas que-, quer dizer que esse merda tava aberta esse tempo todo, você sabia, e fez a gente ficar plantando aqui na porta esperando de nem dois retardados ?!? - berra raivoso

- Sim ué. A casa não é nem nossa pra já chegar entrando

- Isso aqui é uma investigação policial, não a merda de uma visitinha - entra com tudo na casa, passando por mim extremamente irritado

Entrei o acompanhando, receoso de que James se incomodasse. Besteira a minha, já que o mesmo não se encontrava em casa. Procuramos e o chamamos e nada, ele não estava lá.

- E agora, fazemos o que ? - pergunto parado, frente a Renne

- Fazemos uma varredura

- Vamos precisar de um mandado

- Se estivermos certos e esse cara estiver mesmo metido no sumiço da noiva, um mandado só vai fazer a gente perder tempo

- E se estivermos errados vamos perder os distintivos e ainda seremos processados por invasão de domicílio

- Não seria a primeira vez - começa a mexer em algumas gavetas

- É... Bom argumento - procuro em outras gavetas. Realmente, essa não seria a primeira vez que corremos o risco de perder os distintivos. Não somos os melhores exemplos de detetives

Vasculhamos o primeiro andar da casa - que mesmo tendo dois andares ainda era relativamente pequena para duas pessoas. Um banheiro, uma sala, uma cozinha, e a escada para o segundo andar. Não encontrando nada suspeito, seguimos para o segundo. Um quarto de casal com banheiro - pra que dois banheiros em uma casa ? - e o resto foi convertido para uma grande área de trabalho. O lugar pode até ser compacto, mas até que é bem confortável. Deu uma vontade de morar aqui...

- Sabino ! Vem aqui agora ! - grita Renne que estava no quarto, enquanto eu estava na área de trabalho

- Que foi ? Achou alguma coisa ? - entro no quarto

- Sim. Olha isso. Estava embaixo do colchão - me entrega uma pasta um tanto grossa azul transparente. A abri sem cerimônia

- O que é isso ? - pergunto confuso - Fotos ? De uma igreja ?

- Não é bem uma igreja, é uma capela. Rezavam missas aos mortos lá

Noiva CadáverOnde histórias criam vida. Descubra agora