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O Império Bizantino era marcado por inúmeras invasões, a cidades eram divididas e governadas por seus Nobres, homens que eram a lei principalmente divina. Foi uma era marcada por mudanças e agora a ordem era o Cristianismo que ditava as normas de convívio, Yaman Kirimili era um desses nobres com poder garantido por seus títulos, terras e fortuna porém abriu mão de tudo isso por um único propósito caçar e condenar o maior número de bruxas ou criaturas mágicas possível. Um terrível acontecimento marcou sua vida e sua pele pra sempre e agora tudo que interessava era andar de vilarejo em vilarejo buscando exterminar essa raça. Ele era conhecido por ser implacável, tinha treinamento de guerreiro, conhecimentos do clero e seus cavaleiros que seguiam todos suas ordens sem questionar o exitar: Cenger, Nedim, Firat, Ziyah, Ali e o jovem Yusuf o mais novo recruta eles eram como sua família e por eles matava ou morria. Tinham apenas uma fortaleza, um castelo muito imponente que era usado como abrigo e moradia de todos eles, nunca fez questão de ser diferente  e gostava de ser  tratado como igual, apesar de ser chamado de Lord Yaman.
As mulheres que nasciam com dom de movimentar os quatro elementos, tinham influências na fauna e conhecimentos da flora eram chamadas de bruxas, apenas as nascidas nessa ordem conseguiam manipular essa altas habilidades. Dentre elas tinham as feiticeiras, mulheres capazes de dominar um desses grupos e essa super dotação  as faziam especiais. O mundo da magia sempre foi enigmático e causava estranhamento aos homens comuns, eles julgavam ser perigoso esse domínio a elementos tão poderosos e então perseguiam todos envolvidos com magia, sem chance para explicações eram executados e em sua maioria mulheres. Dentro dessa camada de pessoas sempre tinham as pessoas boas que não queriam mal aos humanos e tinham aquelas que eram consideradas bruxas más que usavam seu dom pra prejudicar e enganar os seres humanos.
Yusuf Kerimoglu eram um poderoso bruxo conhecido por sua bondade e perseguido por seu poder ser tão genuíno já que nunca praticou nenhum tipo de mal com esse dom, tinha o coração limpo e só um bruxo com coração puro servia para alguns tipos de feitiços. Ele tinha dois filhos: Selim seu filho mais velho e consequentemente seu herdeiro responsável por perpetuar o sobrenome Kerimoglu e também a fama e Seher sua brilhante filha caçula, uma menina ingênua, boa e que todos julgavam não tem herdado os poderes do pai.
O irmão Selim foi convocado para ao exército e nunca mais voltou, deixando o pai sempre com fiozinho de esperança que um dia ele retornaria pra ficar em seu lugar. Eles montaram uma comunidade muito bem protegida por todos os feitiços de Yusuf, em uma clareira na floresta aquele lugar ficou conhecido por abrigar bruxas e feiticeiras foragidas essas pessoas encontravam ali forças e apoio pra seguir em frente e cuidavam umas das outras. Eles tinham que viver escondidos pois o caçadores não costumavam brincar e fazia do mundo normal um lugar hostil.
Seher era uma jovem linda, cabelos cacheados  e volumosos que chegavam na cintura, olhos verdes que penetrava a alma das pessoas, boca vermelha e carnuda e um corpo esculpido. Tinha vinte e dois anos, a magia nunca manifestou se nela até aquela noite. O acampamento foi invadido por um grupo de saqueadores, homens que capturavam e levavam para os bispos que condenavam os praticantes de magia. Elas não eram boas em artes da guerra e não usavam magia contra humanos porém Yusuf vendo que o ataque era preocupante pois poderia significar a morte de todos da aldeia, usou os lobos como aliados e conseguiu expulsar os inimigos com sua inteligência mais infelizmente uma última flecha acertou seu nobre coração causando sua morte. Seher que todos julgavam ser a menor de linhagem mostrou se na verdade ser uma poderosa bruxa, a dor de perder o pai fez a magia se revelar de uma forma surpreendente deixando todos de joelho saudando a nova Lady como eles a chamavam. 
Já fazia dois anos desde a morte de Yusuf e desde então Seher precisou assumir o lugar dele como guia a todas aquelas pessoas, elas mudaram de lugar pois aquele já era perigoso demais. A comunidade era composta por mulheres e crianças, homens apenas os pequeninos que fugiam com suas mães e irmãs e chegavam aos montes fugindo de um Lord muito cruel conhecido por sua capacidade de reconhecer uma bruxa apesar de ser quase impossível já que feiticeiras que não mexiam com a arte das trevas não tinham marcas da podridão que se instalava no corpo como consequência. Seher era uma líder digna de ser seguida, boa com todos e apesar de tanto poder nunca foi soberba; inexperiente pois nunca foi treinada foi aprendendo com o tempo a força de seus poderes e temia perder o controle. Tinha como suas fiéis escudeiras e conselheiras: Ikbal, Kiraz, Neslilah, Adalet e Ciçek poderosas feiticeiras que respeitavam as ordens dela e protegiam o vilarejo. Um ano após a morte de Yusuf ela encontrou um dia na floresta um filhote de lobo, era branco como a neve e por isso deu o nome de Kar; sua habilidade com animais era muito forte, eles se comunicavam e deixavam entender pois a pureza dela era como a deles e Kar era seu fiel amigo e protetor, ele parecia ter o dobro do tamanho normal de sua espécie e andava sempre ao lado dela. E pra Seher era como se o pai tivesse se materializado em Kar que lhe apareceu em um momento de tanta insegurança.
Yaman tinha deixado toda sua riqueza pra viver sua aventura, ele não assumiu o lugar de nobre comandante das cidades e com isso o poder foi passado para o Nobre Ömer, homem corrupto e sem escrúpulos enriquecia com trabalho escravo, dinheiro ilícito de mercadores e sem dúvida da fortuna que Yaman proporcionava caçando todos aqueles seres mágicos, pois a igreja pagava tributos altíssimos a cada nova execução. Bispo Kader era o responsável pela ordem da igreja nas cidades e sem dúvida um dos maiores executores. Desta forma a terrível tríade era formada: ÖMER, KADER E YAMAN; homens de poder que juntos e cada um com seus motivos particulares ditavam regras.
A fortaleza de Yaman ficava em uma encosta, lugar estratégico para as saídas dele, sua cor preferida era preto e seu instrumento de guerra arco e flecha, formando assim seu brasão, feito em ferro fundido negro e um arco cortado por uma flecha, sua marca registrada que deixava em cada vilarejo seguido de sua fama! exímio cavaleiro dominava muitas artimanhas da guerra porém era totalmente perturbado por um passado que tentava fugir mais todas as noites fazia questão de atormentar o pobre. Ele tinha um cavalo preto como a noite e indomável como ele, chamava Gece que significava noite. Seis amigos eram fiéis primeiramente a ele e só então a Ömer ou outro qualquer; seu braço direito era Nedim pois cresceram juntos e se formaram cavaleiros lutando lado a lado desde de sempre.
Todos tinham histórias e misturavam: medo, amor, coragem e lealdade agora uma mistura provocaria rupturas significativas e logo tudo que imaginavam ser verdadeiro cairia por terra e uma nova verdade começaria a crescer para os dois lados.
Seher tinha sua rotina apertada na comunidade, ela se dividia entre os problemas e conflitos entre as pessoas e sempre resolvia com sabedoria e doçura, os mais diversos enigmas mais até hoje nunca teve que usar do soberania e sim a diplomacia era mantida. As pessoas seguiam ela porque admiravam e não por medo e arrastava a todos com seu jeito. Ikbal era uma feiticeira enigmática, tinha surgido na vida do Lord Yusuf e desde então esteve com ele partilhando dos bons e maus momentos porém ninguém sabia de passado e como trilhou o caminho até eles, ela dominava o elemento da terra e após a morte de Yusuf ficou ao lado de Seher. Adalet era a mais velha e dominava o mundo das poções, muito divertida e cuidadosa ficava na enfermaria. Essas eram o alicerce de Seher e como conselheiras desenvolviam um papel importante.
Yaman acordou naquela manhã após muito tempo longe de casa enfim dormia em uma cama confortável e quente, estava tão acostumado a dormir em florestas e a qualquer clima que estranhava quando tinha que ficar na fortaleza. Yusuf era o mais novo integrante da cavalaria, tinha apenas 12 anos e foi resgatados por eles depois de ficar órfão apesar da insistência de Nedim em mandar o menino para a cidade para que tivesse um futuro diferente do deles, Yaman o nomeou cavaleiro e desde então seguia como um líder e admirador. Nedim era o braço direito de Yaman, cresceram juntos nas propriedades Kirimili e também sofreram juntos, mais tudo trouxe até os dias de hoje. Se Nedim era o braço direito, Cenger era o esquerdo exímio curador salvou a vida de Yaman inúmeras vezes e o jovem sempre parecia testar os limites dando muito trabalho pra ele. Como ele não conseguia ficar em casa por nada, tomou um banho rápido, vestiu um uniforme limpo e foi pra floresta queria caçar algo bom para o jantar. Fora seus cavaleiros, ele era cercado de muitos guardas pois era paranóico por segurança, achava que tudo e todos tinham motivos pra tentar contra a sua vida. Convidou Nedim e outra mia dúzia de guardas para a caçada e seguiram com seus cães, cavalos e armas.
Fazia tempo que Seher não tirava uma tarde pra descansar, elas trabalhavam duro e um tempo livre quase nunca era possível. Avisou que iria para o riacho tomar um banho na nascente pegou apenas uma roupa mais leve e levou Kar com ela. Os dois brincaram enquanto corriam livremente pelo bosque e ela sempre buscava nesse amigo um alento para os dias triste então era hora da diversão e como ela julgava estar fora de perigo foi tirando as defesas que ficava ao entorno da comunidade pensando que quando voltasse deixava tudo como antes. Chegaram a beira do rio, ela tirou as botas de couro deixando os pés enfim liberdade e refresco depois foi a vez de tirar o pesado vestido verde ficando apenas com uma bata fina de linho branca, soltou os cabelos enormes que chegavam no quadril, como uma cascata de cachos e apesar do desespero de Kar que não gostava de água ela entrou brincando de forma refrescante.
Yaman estava atrás de uma Corsa e ele como não gostava de perder perseguia o animal que fugia dele fazendo o embrenhar cada vez mais na mata, chegando a um bosque que ele não lembrava de ter visto. Os homens seguiam com ele fazendo o cerco, ele era um excelente caçador e desenvolveu seus cinco sentidos de forma surpreendente, tinha uma audição poderosa, visão aguçada, paladar refinado, tato sensível mais o olfato era impecável conseguia sentir um cheiro a quilômetros de distância. Eles tinham perdido o rastro da animal coisa que ele julgava ser imperdoável e brigava com os homens quando um brisa suave trouxe as suas narinas um cheiro peculiar, doce e suculento, seu paladar indicou que era uma especiaria provada a muito tempo atrás chamavam de baunilha. Ele fez sinal de silêncio o que intrigou a todos e então Nedim disse que a Corsa tinha ido embora e que eles voltariam de mãos abanando mais ele insistiu que ficassem atentos. Sua audição denunciou que tinha alguém por perto e então eles desceram dos cavalos em sinal de alerta e começaram a caminhar.
Kar alertou a Seher que tinha algo perigoso se aproximou e disse que o cheiro lembrava suor e limão mais ainda assim o perigo estava por perto. Ela lembrou que tinha desfeitos as barreiras que protegiam a aldeia e que nunca resistiram a uma invasão, ela então mandou que Kar voltasse pra aldeia e avisasse o que tinha acontecido e que não fizesse nada estúpido, deixou ainda Ikbal como sucessora enquanto estivesse fora; ele hesitou mais foi convencido que a segurança de todos dependia de sua chegada. Ela tremia de medo e tentava ouvir algo quando escutou o latido dos cachorros, colocou a mão na terra e sentiu passos firmes que estavam próximos, suas roupas estavam do outro lado então atravessou a nado, saiu da água e quando estava prestes a pegar seu vestido um bota pisou impedindo que conseguisse alcançar. Apavorada ela se virou e correu o mais rápido que pode não era boa com exercícios de força e muito desajeitada caia a cada metro se enroscando em tudo, a bata que usava estava transparente deixando seu corpo a mostra e agora suja de terra e grama, era perseguida por homens que a cercavam, ofegante e ainda com medo era uma presa fácil demais e eles brincavam com ela. Nedim veio do outro lado e a cercando ficou no meio deles, tentava soltar a bata mais grudava em seu corpo e chamava atenção deles para a transparência.
- SENHORES...Dizia pausadamente e trêmula. SENHORES EU...EU...Sentiu um olhar atento porém escondido entre as árvores, era como se o seu corpo reagisse causando um arrepio e seu instinto a fez querer correr novamente, quando passou por um dos guardas ele deixou o braço batendo no rosto dela, abrindo um buraco acima da sobrancelha e fazendo ela desmaiar.
Yaman observava a caçada desde a hora que pisou no vestido e ela correu, não tinha pressa pois sabia que ela era incapaz de fugir já que não tinha nenhuma habilidade e mais caia do corria de verdade. Abaixou pegou no vestido e cheirou definitivamente era o aroma detectado na brisa e então com os homens indo atrás dela apenas seguiu de longe, ela tinha esse poder aflourava nos homens essa vontade de perseguição pois até mesmo ele que todos julgavam ser imunes aos encantos femininos, já que nunca teve com uma mulher antes, seguiu mesmo de longe mais perseguiu ela. De onde estava viu a bata grudar e desgrudar inúmeras vezes do corpo torneado dela, nunca sentiu aquilo um fogo incontrolável percorreu o seu corpo, com ondas eletrizantes e seu membro do qual sempre teve controle pulsou como nunca ele respondendo ao chamado dela. Quando ela se encurralou teve vontade de mandar os homens pararem mais era impossível, ele nunca tinha impedido uma caçada antes e não seria agora, a agonia dela fez sentir seu coração pular no peito pela primeira vez, já que algumas pessoas diziam que ele nem tinha foi a prova que precisava que esse órgão existia e funcionava. Quando enfim o homem bateu no rosto dela causando o  desmaio saiu de onde estava e foi até eles. Encontrou ela largada no chão em uma mistura de sangue, terra, suor e grama ali tão perto o cheiro era insuportável para ele e a vontade de tocar nela então era incontrolável. Olhou pra eles para que desviasse os olhares ao corpo dela exposto daquela forma tão inocente, mandou Nedim tirar a capa e a cobrir.
- AGORA PEGUE A VAMOS PRA FORTALEZA!
- MAIS YAMAN?! PRA FORTALEZA? Ele detestava dizer duas vezes a mesma coisa então apenas o repreendeu com os olhos e saiu andando trazendo os cães. O amigo pegou a pequena moça no colo enrolada em sua capa e quando chegou nos cavalos percebeu que o amigo não estava mais lá, sem jeito pois ela tinha o dom de mexer com todos a colocou na cela do cavalo e subiu tentando não encostar nela tão frágil e inconsiente.
Yaman cavalgou pra longe dela o mais rápido possível, entrou pelos portões como quem fugia de um batalhão deixando todos os homens em alerta e logo avistaram no horizonte Nedim e a guarda vinham cavalgando, conforme eles se aproximaram dos portões teve um grande burburinho pois eles vinham trazendo uma lady, a primeira que aqueles portões eram testemunha. Ele desceu de Gece deixando com o cocheiro que tinha muito trabalho pra guardar o animal já que ele era incontrolável e esperou que chegassem.
- NEDIM...TRANQUE A NAS MASMORRAS E NÃO DEIXE QUE NINGUÉM SE APROXIME...
- MAIS YAMAN...ELA...Ele saiu bravo pisando duro e entrou direto para o seu quarto, hoje o amigo tirou o dia pra contestar suas ordens.
Seher tinha acordado pouco antes que a colocaram no cavalo mais não podia arriscar despertar ali tão próximo e colocar a todos em perigo. Ela sabia que não corria perigo pois sentia bondade em quem a carregava mais também não era o cheiro que decifrou entre as árvores este cheirava a carvalho. Quando ele a colocou no cavalo e este relinchou ela pediu calma e no mesmo instante o animal permaneceu imóvel. Sentiu quando o corpo do homem selou com ela mais não tocava lhe a pele o que era bom e passava segurança. Depois de um tempo, sentiu que entrou em um lugar frio como a noite e escuro, o piso de terra mudou para pedra denunciando que estava em algum castelo, sentiu a presença e os olhos novamente queimando seu pele e quando ouviu MASMORRAS teve vontade de correr sem nem saber pra onde.
Quando Nedim tentou pegar novamente no colo ela abriu os olhos verdes como esmeraldas e arregalados, ele pediu licença mais ela recusou pulando do cavalo vestiu rapidamente a capa para revestir seu corpo já que tinha muitos olhos curiosos.
- LADY... VOCÊ PODE MACHUCAR SE DESSA MANEIRA...NA VERDADE VOCÊ NÃO PRECISA DE INIMIGOS SOZINHA FAZ ISSO MUITO BEM...Disse apontando pra tantos machucados nas pernas e braços, provavelmente feitos enquanto tentava correr deles na floresta, sentiu sua testa arder e quando levou a mão banhou se de sangue e olhando pra ele pensou em pedir ajuda mais logo reconsiderou afinal ele era um dos causadores. Sentiu novamente sua carne arder, sabia que ele estava observando mais de onde se não conseguia vê lo em nenhum lugar. Yaman não tirava os olhos dela desde que chegou, estava no mezanino que antecedia o seu quarto dali sempre teve a visão de tudo e de todos sem que percebessem que ele olhava, viu os olhos verdes procurarem por ele mais não se deixou revelar.
Os pés descalsos no chão frio chegavam a congelar, o vento cortava sua Buchecha que agora era vermelhas, os lábios quentes, os olhos juntavam lágrimas e tornava o verde ainda mais vivo, todo seu corpo tremia e então os guardas vieram pra cumprir as ordens de Yaman, a pegaram pelo braço e a força marcou sua pele clara deixando duas grandes mãos, ela não podia usar magia e mesmo que quisesse não sabia o que fazer então apenas seguiu com eles.
Seher chegou aos solavancos pois seu medo a  paralisava e seus pés não obedeciam fazendo eles baterem com ela por todos os lados. Nedim vinha logo atrás não estava satisfeito com essa tratamento mais não ousaria ir contra uma ordem de Yaman. As MASMORRAS tinham tudo que ela mais tinha medo, escuro e frio, é lógico que ela poderia reverter essa situação rapidamente pois se ela realmente quisesse usaria seu poder e acabaria com todos de uma úncia vez, mais essa era a diferença dela não passou por sua cabeça fazer mal a eles pois os considerava ignorantes então apenas prosseguiu para a cela que eles mostraram. Tão fria e escura quanto o lugar todo, olhou pra Nedim quase perguntando se tinha que devolver a capa mais ele fez sinal que não e ela sentou juntando os pés no canto da parede e apoiou a cabeça nos joelhos pra não ter que encarar mais ninguém.
Eles viraram as costas e trancaram o lugar pensando que a deixava sozinha mais ela nunca estava só, seu poder sempre acompanhava por onde ia. Yaman estava inquieto, quase furava o chão de tanto andar de um lado pro outro e quando enfim escutou Nedim bater na porta perguntou onde ela estava.
- SEGUINDO SUAS ORDENS NAS MASMORRAS...E AGORA MAIS ALGUMA EXIGÊNCIA?! OU PRETENDE DEIXAR ELA MORRER SANGRANDO, DE FOME OU DE FRIO? Ele olhou pro amigo e respirando fundo mandou que saísse, ele não queria nada disso mais ela era sua maior fraqueza, sentia seu mundo desfazer diante de seus olhos e a incerteza estava consumindo sua alma. Olhou pro vestido verde e pensou como é que aquilo tinha vindo parar ali, " SEJA HONESTO YAMAN VOCÊ TROUXE ISSO CONSIGO E NÃO SOLTOU DESDE QUE CHEGOU!" Jogou a peça longe para o canto da parede quando constatou que aquele vestido mexia com ele e continuou pensando e então chegou a uma conclusão.
- TA BOM! EU PRECISO IR VER COMO ESTÁ A PRISIONEIRA...PRECISO ME CERTIFICAR DE SUA IDENTIDADE E A CONDENAR CASO SEJA UMA BRUXA! NÃO EXISTE NINGUÉM MELHOR QUE EU PRA DESCOBRIR ISSO... Pegou uma botija de água e foi para as MASMORRAS, nunca tinha visto isso mais Nedim estava de guarda na porta, olhou pro amigo como quem perguntava o que significa aquilo e ele respondeu.
- ESSA POBRE NÃO PODE CORRER MAIS NENHUM RISCO...EU FICAREI AQUI PRA GARANTIR A SEGURANÇA DELA!
- COMO DESEJAR CAVALHEIRO... VOU ENTRAR PRO INTERROGATÓRIO, NÃO ME ATRAPALHE... Não deixou ele dizer mais nada, era como se ele tivesse encantado por essa moça e isso incomodava.
Ele olhou um pouco pela fresta da porta e viu a moça chorar no canto da parede, realmente ali era muito frio pra ela, morreria de hipotermia se passasse a noite ali; os cabelos castanhos escuros caiam como uma cascata e tão encolhida o fez ficar sem reação. Abriu a porta com força e o barulho a fez estremecer, quando enfim ela levantou a cabeça lá estavam elas, as duas esmeraldas que penetram a alma, ele puxou uma cadeira e sentou bem na frente dela com a botija na mão.
Seher soube que ele estava chegando pois quando ouviu uma voz estridente como um trovão, passos firmes como um leão, respiração acelerada e o cheiro de limão denunciou que era ele. Não levantou antes porque não conseguiu, sabia que encontraria os olhos de avelã que QUEIMAVAM sua pele. Quando enfim tomou coragem e fez contato visual ficaram se encarando por um bom tempo, ela não tinha uma história pra contar e presumia que seria impossível convencê-lo com qualquer uma já que ele entrou parecendo disposto a pegar qualquer mentira dela, único jeito seria ela enganar ele com a verdade.
Kar chegou na comunidade e foi direto para Neslilah, uma feiticeira que tinha habilidade de comunicação com a fauna, os influenciava e até conseguia entrar em suas consciências manipulando. Ele contou o que tinha acontecido e ela então soou o alarme, demonstrando que suas barreiras estavam vulneráveis e que todos deveriam ficar atentos. Convocou o conselho pra agir em casos de extrema urgência, pois Lady Seher estava cativa e agora precisavam cuidar uns dos outros pra só então conseguir ajudar ela.
O grande conselho foi ideia de Seher, ela sentiu na pele o que foi reconstruir tudo do zero após a morte de seu pai então delegou funções essenciais a cada uma e estipulou ordens para cada tragédia que poderia acontecer deixando assim todo mundo envolvido em um único propósito: O BEM DE TODOS! esse era o lema delas, sempre o bem comum deveria estar pautado como prioridade. Ikbal como o próprio Kar disse era a presidente dese conselho e determinava ordens de segurança, para que as as feiticeiras fossem as fronteiras fechando tudo, foi específica que desta vez não estavam brincando ou treinando.
- LADY SEHER NÃO ESTÁ AQUI... NÃO TEM ESPAÇO PRA ERRO, NÃO EXISTE MARGEM PRA FALHAR...O PODER DELA SEMPRE SUPRIU QUALQUER NECESSIDADE, MAIS HOJE TEREMOS QUE FAZER ISSO POR NÓS E POR ELA...AGORA VÃO...Ela dizia isso porque Seher sempre revia cada passo delas e complementava ou suplementava as ações mais dessa vez não tinha a Lady e precisavam agir como responsáveis.
Adalet era RESPONSÁVEL pela espionagem e precisava fazer contato com seus pombinhos com ela costumava chamar e saber pra onde tinham levado Seher e quem era o mais importante.
Neslilah foi a última a entrar pois refez com Kar todos os últimos momentos com a Lady pra tentar descobrir algo mais não tinha conseguido nada, então mandaram borboletas pra tentar achar a moça e quem sabe vir com notícias e as pequenas batiam suas asas pro todos os lugares se a Lady estivesse por ali achariam.

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