Capítulo 2

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Banh Mi: Esse sanduíche surgiu no Vietnã, durante a ocupação francesa. Ele é composto por uma baguete crocante, recheada com carne desfiada de qualquer tipo (frango, porco, boi, fígado, peixe e ovos fritos também são uma opção), combinada com cenoura crua, nabo, pepino, cebola roxa e coentro, finalizado com molho picante, maionese e pimenta fresca.

Tristan

É uma miragem.

Estou alucinando.

Sonhei com ela por tanto tempo, que agora ela se materializou na minha frente.

– Puta que pariu! De todos os lugares para eu vir parar, foi justo aqui? – Liz fecha os olhos e solta o ar, frustrada.

Certo, não é uma miragem. É ela mesmo. Os cabelos estão mais compridos do que eu me lembrava, chegando praticamente no quadril e agora estão pintados de rosa. Tirando esse detalhe, ela está exatamente igual. Até a boca suja está igual.

Ela está virada para frente, como se me ver não tivesse causado nenhum efeito nela e eu continuo sem conseguir desviar meus olhos. Então minha cabeça é atingida e uma folha de papel amassada cai em cima da minha mesa.

Eu viro para trás na cadeira e pergunto mexendo a boca, sem emitir som: "Que é, porra?"

A resposta que recebo de Spencer é a cabeça dele indicando o papel na minha mesa. Eu viro para frente e abro o caderno. O professor já escreveu até a metade do quadro.

Você tem namorada, para de babar em cima da menina.

Eu me viro com a cara fechada e ele está com os olhos fixos no quadro e com uma expressão de inocência estampada no rosto.

Filho da mãe!

* * * * * * * * * *

O sinal toca indicando o fim da aula e na mesma hora eu fico cercado na minha própria cadeira por Thomas, Spencer e Dakota.

– Tristan! – Os três falam ao mesmo tempo em que a conversa ao nosso redor diminui e dá lugar a sussurros não tão baixos.

– Antes de vocês falarem qualquer coisa, abre um espacinho para mim. – Eu peço, esticando o braço entre Thomas e Spencer, que dão um passo para o lado. Isso me dá abertura suficiente para esticar o pescoço e ver o exato momento em que Sarah e Liz estão se encarando, uma de frente para outra.

– Está fazendo o que aqui? – É Sarah quem pergunta primeiro.

– Estudando. – Liz responde de forma direta, e parecendo nem um pouco abalada, ao contrário de Sarah.

– Mentirosa. Eu sei muito bem o que você veio fazer aqui e quero que saiba, que não vai funcionar. – A expressão no rosto de Sarah é furiosa e eu me levanto na mesma hora.

– Tristan, o que está acontecendo? – É Dakota quem pergunta quando me vê indo na direção delas.

– Eu conto depois, prometo. – Sorrio rapidamente para ela, antes de continuar meu caminho até Sarah, que está com o rosto muito vermelho.

– Sabe? Então me diz? O que eu vim fazer aqui, Sarah? – Eu arrisco olhar para o rosto de Liz, e ela é a imagem clara da indiferença. Seus olhos verdes estão apagados, sem foco e não detecto qualquer emoção neles. Um frio me sobe a espinha ao concluir que neste momento, ela parece quase morta.

– Sarah. – Eu a chamo, tocando levemente seu braço, mas preciso pigarrear para continuar, pois minha voz saiu fraca e falhada. – Vem comigo.

– Eu não quero sair, Tristan. Eu quero ouvir o que ela tem para me dizer. – Ela puxa o braço com força e eu suspiro.

Strawberry & Coffee [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora