06 | De V.A para B.P.

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( narrado pela Bárbara )

" seria tão fácil você se lembrar-se de mim, iria facilitar muito as coisas " 

O que diacho ele quis dizer com isso? E também por que o Augusto só me falou isso quando ele achou que eu estava dormindo? 

– pra onde vocês estão me levando? Eu ainda estou de pijama. - reclamei. - Vocês podem me soltar? Eu juro de dedinho que eu volto pra casa correndo e troco de roupa e volto em menos de 5 minutos aqui. 

– podemos até te soltar. - Carol disse. 

– mas você não vai poder voltar para casa. - Arthur completa, mas continua falando. - e esse negócio que queremos te mostrar é mais importante do que com o que você está vestido. 

– eu estou com fome. - disse quando eles soltaram os meus braços. - Vocês poderiam ter esperado eu comer um pão né? 

– até esperaríamos. - Carol fala é o Arthur concorda. - mas quem não iria esperar é a batchan. 

– o que a batchan tem haver com isso? - perguntei, mas nenhum dos dois respondeu. 

Agora eu que estou livre, leve e solta, eu realmente deveria voltar correndo para casa. Mas a minha curiosidade não me deixaria ao menos me virar para correr. 

Eu ainda estava de pijama de unicórnio que eu trouxe, e junto com o pijama eu também trouxe o sapatinho de unicórnio que eu deveria andar somente em casa, mas eu estou andando na terra e na grama molhada. 

Se a minha mãe visse isso, ela iria dar pelo menos um mês de castigo, ou dois. Não sei, iria depender muito do humor dela no dia. 

Chegando ao lugar que era, bom eu achava que era né, que o Augusto estava com um pá. 

Ele iria cavar um buraco? 

Não.
Não. 
Não. 

Meu. Deus. Do. Céu. 

Eles vão me matar! 

Eles não gostaram de mim e vão me matar, tenho certeza que foi o Auguto que propôs isso já. Ele não gosta de mim. 

Mas eu realmente pensei que o Arthur e a Carol gostassem de mim. Tá que não tem como uma pessoa gostar da outra em menos de 24 horas. 

Mas… puta merda. 

Eles vão me matar e vão me enterrar em um buraco. 

Agora está fazendo todo sentindo, eles querem me matar logo pela manhã para meu avô não sentir falta de mim pela tarde. 

Eu sou muito idiota por achar que eles iriam querer ser meus amigos. Sou muito tonta. 

– Babi? 

Não consegui decifrar quem estava me chamando. Talvez foi a Carol, mas também eu acho que é o Arthur. 

– Bárbara. 

Essa voz era do Augusto, só esse tonto continua me chamando assim. 

Eu precisava sair daqui, contar para o meu avô que… calma, será que ele acreditaria em mim? 

– Bárbara, olha pra mim. Presta atenção na minha voz. - Eu senti duas mãos ao redor do meu rosto. - não feche o olho. 

– me solta, você não pode…

– continua prestando atenção na minha voz, não se entrega a essa merda. - Ele continuava murmurando coisas que eu não entendia. 

Meu cérebro mandava eu mandar ele ir a merda., já o meu coração mandava obedecer ele.

Aos poucos a minha respiração foi se acalmando, e as minhas mãos não estavam tão suadas igual antes. 

– Babi, você está bem? - essa voz era da Carol. 

– eu estou. - consegui responder. 

– o que causou nisso nela? - o Arthur perguntou para o Augusto. 

– foi a pá. - ele respondeu. 

Como ele sabia? Será que ele é um bruxo ou alguma coisa parecida? 

– por que a pá? 

– ela pensou que nós íamos matar ela e enterrar ao buraco que íamos fazer. 

Ele é um bruxo. 

– como você tem tanta certeza? - dessa vez foi o Arthur que fez a pergunta. 

– porque quando a Bárbara teve 7 anos, ela teve a mesma reação que teve agora quando viu a pá. – Augusto disse. 

– por que vocês me trouxeram nesse lugar? - Depois de muita faladeira dos três, eu consegui falar alguma coisa. 

– nós iríamos te mostrar o baú. - Carol disse. - Nós vamos desenterrar ele agora. 

– baú? - perguntei confusa. 

– sim, quando éramos criança a Carol teve uma ideia de colocarmos uma coisa muito importante de cada um de nós em um baú e iríamos colocar debaixo e só iríamos tirar de lá só depois que todos tivéssemos mais de 18.

– e tecnicamente temos mais de 18, tirando você que tem 17 mas em menos de um mês você completa 18 anos também. 

Enquanto o Arthur e a Carol conversavam comigo e me explicando que baú era esse, o Augusto conseguiu desenterrar o baú e colocar em cima da grama.

– quem vai abrir? - ele perguntou. 

– eu abro. - Arthur diz se abaixar no baú e quebrar a fechadura. – eu acho que isso é meu e da Carol. - Ele pegou dois objetos que não dei muita importância e fui olhar dentro do baú. 

Lá dentro tinha um ursinho de pelúcia, várias fotos e uma carta. 

Quando peguei a carta, não deu nem tempo de ler porque o Augusto já tirou da minha mão. 

Eu só vi no papel essas iniciais:
" de V.A para B.P " 

– isso é meu. - ele diz fazendo um barulho esquito na garganta. 

Peguei as fotos e comecei a ver todas elas. 

EU ESTAVA EM TODAS NELAS, eu sei porque eu já vi milhões de vezes álbuns de fotos lá no apartamento. Mas eu também lembro que no álbum não tinha algumas fotos, parecia que alguém tinha tirado as fotos do álbum. 

Virei uma foto e… BUM! Eu imaginei. 

Peguei o meu celular e liguei para uma pessoa que eu tinha quase certeza que poderia me ajudar em uma coisa. 

Babi – Bianca, preciso que você me faça um favor. 

Bianca – se for assassinato, tô fora. 

Babi – não é assassinato. 

Bianca – o que é então? 

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Continua...

𝗠𝗬 𝗩𝗔𝗖𝗔𝗧𝗜𝗢𝗡 𝗢𝗡 𝗧𝗛𝗘 𝗙𝗔𝗥𝗠 | babictorOnde histórias criam vida. Descubra agora