Até algumas horas atrás, Gabriela acreditava ter feito a coisa certa ao trazer a linda garotinha para seu quarto, mas, agora, ao ver suas roupas sendo arremessadas pela janela, talvez tivesse feito uma grande bobagem.
Uma das regras da pensão era: proibido crianças.
Ela empurrou o brutamonte que estava a sua frente. No caso, o Sr. Bennedetti. O desgraçado teve a coragem de apalpá-la em todas as partes do seu corpo, inclusive onde não precisava.
Ao chegar à frente da pensão, ela viu tristemente suas roupas espalhadas no chão sujo do local.
— Não me volte mais aqui sua pistoleira — a dona da pensão esbravejou na porta.
As lágrimas caíram pelo seu rosto, ao mesmo tempo em que tentava resgatar as poucas peças de roupa que tinha.
— Não chore tia! — Madeleine ajoelhou-se junto a professora e a ajudou a recolher suas roupas. Enquanto isso, Sr. Giovanni olhava a cena, e de algum modo, soube que tinha culpa do que tinha acontecido a mulher.
— Talvez, o senhor devesse dar acolhimento para a senhorita... — seu fiel segurança cochichou. — Ela foi expulsa da pensão por nossa culpa.
— Eu não tive culpa, quem mandou fugir com minha filha... — O homem voltou a andar até seu carro. — Madeleine, venha!
Mas, Madeleine era caridosa demais para deixar sua professora naquela situação.
— Venha comigo tia, você dorme no meu quarto, é bem grande! — sorriu amável.
Gabriela, mesmo arrasada, sorriu e acariciou o rosto da pequena menina.
— Não, vou dar um jeito. Sra. Geni é uma boa pessoa, ela vai me entender quando explicar...
Não deu tempo de terminar a frase, Gabriela teve que se afastar rapidamente, pois a velha jogou todos os santinhos de seu altar pela janela, esborrachando-os no chão.
— Não volte mais aqui — a mulher gritou uma última vez.
— Ela não é tão bondosa, tia! Espera um pouco... — Madeleine levantou-se e saiu correndo em direção ao pai. — Pappa, quero levar tia Gabriela para nossa casa. Ela dormirá no meu quarto.
— Não bambola... — o homem respondeu com rispidez.
Porém, Madeleine não se deu como vencida. A garotinha tinha o gênio do pai, era obstinada e corajosa.
— Então, quero falar com a mamãe...
Imediatamente, a expressão de Sr. Giovanni mudou. Ainda havia isso para resolver, e ele não sabia como.
— Made, eu preciso te contar uma coisa...
— Agora não pappa, quero falar com a minha mamma — Madeleine cruzou os braços e olhou desafiadora para o pai.
Vagarosamente, Gabriela se aproximou de Madeleine, agachou-se a sua frente, e acariciou seu rosto.
— Lembra-se que um dia te contei sobre a casa do papai do céu...?
Madeleine sorriu, afetuosa.
— Lembro, tia...
— Lembra também que disse que algumas vezes, o papai do céu escolhe pessoas muito especiais para ajudá-lo em sua tarefa de cuidar da humanidade?
— Hã hã...
— Tá lembrada também dos anjos, e de como, apesar de não vê-los, eles permanecem ao nosso lado, nos protegendo e cuidando da gente?
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Entre o Amor e a Honra (Completo Na AMAZON)
RomanceGiovanni Bennedetti nasceu na Sicília, uma ilha ao extremo sul da Itália. Ele é filho de um dos capi mais poderosos da máfia Siciliana. Aos 14 anos, Giovanni foi iniciado na organização criminosa de sua família. Tornando-se assim um soldado da Cosa...