Capítulo 12

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Os lábios do homem sugaram os seus. Quentes e famintos. Gabriela tentou resistir, mas seu corpo não obedeceu ao seu comando, transformou-se em uma massa mole e moldável. Onde Sr. Bennedetti era o artista, e estava moldando-a para seu bel prazer.

Todas as partes de seu corpo reagiram aquele beijo: profundo, sensual e envolvente. A jovem professora não queria corresponder com tanta paixão, mas foi isso que fez. Ela acariciou os cabelos fartos do homem, e o deixou sugar sua língua, morder seus lábios, e descer os beijos pelo seu pescoço, e quando se deu conta, o robe de seda estava sendo tirado por seus ombros.

Assustada com as reações que aquele homem causava nela, Gabriela o empurrou, e respirou ofegante.

— Pare!

Ele estava tão ofegante quanto ela. Seus olhos escuros e profundos mostravam um homem completamente tomado pelo desejo, puro e carnal. Gabi já tinha visto esse olhar antes, e as consequências seguintes foram terríveis.

— Me desculpe, perdi a cabeça — ele disse confuso.

— Sim, perdemos a cabeça... — ela concordou. — Melhor ir... — Tentou sair, mas o homem a segurou.

— Srta. Nessa, eu estava falando sério quanto a casarmos...

— Não nos amamos senhor Bennedetti... — retrucou perturbada.

— Por isso que dará certo. Darei a você uma família, uma casa, devolverei a você sua honra e dignidade. Eu a protegerei. Cuidarei de você, e dos filhos que teremos.

A mulher balançou sua cabeça. Aquilo era loucura. Os laços do matrimônio não poderiam ser feitos assim. Ela acreditava no casamento, mas aquele nascido do amor.

— Não posso me casar com alguém que não ame — ela repetiu confusa.

— Também não a amo. Mas, eu a respeitarei, e a farei feliz.

— O que está me pedindo é loucura. Não podemos nos casar, não assim.

— Então, como gostaria que fosse? Um amor feito o do padre, que te abandonou quando mais precisava dele?

Ela virou-se para não mostrar o quanto esse assunto a abalava. Mas, Bennedetti estava decidido a conquistá-la. Então, aproximou-se de suas costas, cheirou seus cabelos perfumados, passou o nariz por sua orelha, pescoço. Definitivamente, ele sentia-se enfeitiçado por aquela mulher. Mesmo que não a amasse, estava disposto a casar-se com ela, ter filhos, e viverem juntos.

— Estou confusa... — Gabriela declarou. — Não sei se consigo ter intimidades com outro homem. Não sei se poderei dar filhos ao senhor. Talvez não possa — afirmou, mesmo não sabendo de nenhum problema físico que a impedisse. — Tenho certeza que poderá encontrar uma mulher do seu feitio senhor Bennedetti. Não serei uma boa esposa, uma boa mãe...

Ele contínuo com seus lábios fazendo um caminho de beijos pela pele do pescoço, ombros...

— Não quero outra, quero você Srta. Nessa. — Afastou os cabelos de sua nuca e depositou beijos naquela região.

Gabriela ofegou de desejo. Aquele homem a enlouquecia de um jeito que não sabia explicar. Mas, pensamentos negativos e contraditórios poluíram sua mente. Ela cresceu ouvindo que qualquer intimidade com um homem era sujo e vergonhoso. Na verdade, a avó a educou como se o mundo fosse uma fonte inexorável de pecado, luxúria, e outras coisas vergonhosas. Ela tinha sido educada para ser uma freira, e não uma mulher. Entretanto, ninguém a avisou que apesar de tudo, seus instintos de fêmea iriam aflorar, e ela sentiria desejo, paixão, e muitas outras coisas. Aos 24 anos, a jovem mulher não sabia como lidar com a avalanche de emoções e sentimentos que a preenchiam.

Bennedetti desceu as alças de sua camisola, e parou de acariciá-la.

— O que são essas marcas Gabriela?

Rapidamente, ela levantou seu robe e cobriu as costas.

— Nada! — respondeu envergonhada.

Ele a olhou de lado, parecia tentar ler sua mente, entrar nela e vasculhar seja o que fosse que tivesse feito.

— Essa é a penitência que disse aplicar em si mesma?

A jovem ficou atordoada.

Como ele conseguia saber o que eram aquelas marcas?

— São marcas antigas... — afastou-se. — De nascença...

Ele cerrou os olhos, Bennedetti era um homem experiente, vivido, e perspicaz. Ele sabia o que as marcas em suas costas significavam. Ele tinha conhecimento que muitos religiosos faziam isso como autopenitencia, purificação, e uma forma de se livrar de seus pecados.

Seu primeiro instinto foi abraçá-la, ele não deixaria que ela fizesse tal ato, nunca mais.

— Não faça mais isso Gabriela, nunca mais... não se machuque desse jeito...

A moça apertou os olhos para não chorar. Havia uma agonia em seu peito, uma dor que não passava.

Ele a apertou em seus braços, e ela sentiu o perfume delicioso que o homem exalava de seu tórax. O calor do corpo dele invadiu o seu, e ela sentiu as batidas do coração forte e poderoso dele em seu ouvido.

O mundo poderia ser um lugar perigoso e desumano. Mas, ao lado daquele homem ela se sentia segura, tranquila, e em paz. A jovem sentiu vontade de nunca mais sair daqueles braços, mas seu instinto a lembrou que aquilo era errado e perigoso. Vagarosamente, a professora se afastou.

— Preciso pensar sobre o assunto... — declarou confusa.

— Pense, mas não demore muito...

— Sim, agora...preciso dormir... — olhou sem graça para o homem e saiu.

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Oi mores, tudo bem?

Hoje vou postar 2 capítulos,  pois esse é curtinho.

Beijokas

Entre o Amor e a Honra (Completo Na AMAZON)Onde histórias criam vida. Descubra agora