Capítulo 22

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A construção da capela no jardim da mansão dos Bennedetti estava finalmente finalizada.

A jovem professora seguiu com Madeleine pelo jardim florido e arborizado da mansão. Era a primeira vez que estava andando livremente pelo terreno que compunha a linda casa. E ela se sentiu encantada com a beleza do lugar.

As duas pararam primeiramente em uma balança para crianças, e se divertiram alguns minutos ali. Depois, retomaram a caminhada e encontraram um dos seguranças. Ele levava com ele um cachorro grande, forte, e para alguns, aterrorizante.

Gabriela se aproximou de mãos dadas com a garotinha e cumprimentou o funcionário.

- Bom dia, senhor! Que belo dia, não? - Olhou para o cachorro e sorriu. - Que lindo. Qual o nome dele? - Aproximou-se um pouco, tentada a acariciá-lo.

- Não se aproxime muito senhorita... ele é um cão de guarda, e poderá atacá-la.

O cachorro abriu a boca, mas de um modo amistoso, parecia sorrir para a moça. Isso foi o suficiente para a ruiva, ela não se conteve. Levou a mão até a cabeça do bicho e o acariciou.

- Adoro cães... de todos os tipos, mas os grandalhões são meus preferidos.

O animal que parecia selvagem, com dentes grandes e afiados, deitou-se diante de Gabriela, num sinal de submissão. O segurança ficou estarrecido.

- Oh, olha como ele é dócil Made! - Gabriela agachou-se para acariciar o cão. - Menino lindo! - Fez vozinha doce com o bicho, que dengoso, ofereceu a barriga para um carinho. - Oh, Made, ele não é fofo? - Afagou a barriga do cão grandalhão.

O segurança não se conformou. Como que o líder da matilha, selvagem e indócil, poderia se reduzir a um pet de madame perante aquela moça.

- Tome cuidado senhorita, ele é perigoso - reiterou. - Pode machucar vocês - repetiu em pânico.

Gabriela não deu bola para o comentário. Ela estava convencida de que o cão valentão era um poodle inofensivo. Afinal, ele estava se desmanchando de amores por ela.

O segurança viu a cena, desanimado. Tantos meses de treinamento de ataque e contra ameaças de estranhos, tinham sido reduzidos a nada. O cão tornou-se um bobalhão perante a moça. O segurança não entendia o que havia acontecido.

Lúcifer era o cão mais temido da casa. Apenas o segurança que o treinou conseguia mantê-lo sob controle. E agora, aquela moça frágil e delicada, também.

A linda mulher era uma incógnita para todos que trabalhavam para Giovanni Bennedetti. Ela havia chegado do nada, e conquistado o italiano. Ninguém entendia o que ela tinha feito com o chefe, ele estava de quatro pela moça. Quer dizer, talvez agora entendessem. A mulher enfeitiçava os seres que queria. Era a única explicação plausível.

- Por favor, solte-o moço. É desumano mantê-lo com essas garras no pescoço. Isso deve machucá-lo - Segurou o focinho do animal, encostando seu focinho gelado a seu rosto. - Ele é tão bonzinho, não merece ficar preso desse jeito.

- Senhorita, ele é um cão de guarda! - o homem explicou exasperado. - Não posso soltá-lo.

Gabriela não ligou para o que o homem disse, ela puxou a coleira que o prendia a guia, e deixou o bicho livre.

- Vá, vá, menino. Seja feliz - disse encantada pelo cão grandalhão.

O cachorro saiu correndo pelo jardim, feito um bobo, pulando e brincando, parecia fazer graça para ela.

O segurança cobriu seu rosto estarrecido.

O que aquela mulher tinha feito com o sanguinário Lúcifer?

Entre o Amor e a Honra (Completo Na AMAZON)Onde histórias criam vida. Descubra agora