𝐅𝐈𝐆𝐇𝐓𝐄𝐑 - 𝐂𝐨𝐛𝐫𝐚 𝐊𝐚𝐢

𝟎𝟏𝟏. 𝟎𝟒. 𝐄𝐏𝐈́𝐋𝐎𝐆𝐎 𝐐𝐔𝐀𝐑𝐓𝐀 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎𝐑𝐀𝐃𝐀

Sentada no sofá, com um xícara de café nas mãos e a tv ligada em algum filme idiota. Alyssa tentava se animar com alguma coisa.

O dia seguinte do torneio estava sendo melhor, mas a sensação péssima ainda consumia a ruiva. Suspirou quando sua campainha tocou, sabia que a mãe não estava em casa, e que teria que atender.

Saiu do meio das cobertas e colocou o café na mesinha de centro. Caminhou com os pés descalços até a porta da frente e abriu. Encarou a pessoa.

— Não. — Fechou-a novamente. E a campainha soou de novo. Revirou os olhos e abriu. — O que você quer?

— Podemos conversar? Por favor.

— Por que eu deveria conversar com você?

— Porque eu preciso que me ouça. — Encarou o Keene.

— Você tem 10 minutos. — Deu espaço para o rapaz entrar.

Ele entrou e ela fechou a porta, os dois se encararam.

— Então...?

— Você estava certa. Sempre esteve. Eu sinto muito, por tudo. Eu fui um idiota, e deveria ter escutado você. Eu cansei de culpar os outros, cansei de culpar meu pai. Eu quero resolver as coisas. Quero resolver as coisas com você. Alyssa, você tem e sempre vai ter um lugar especial na minha vida. E eu larguei tudo que vivemos juntos por poder, glória, vingança. Eu estava fora de mim. Não deveria ter negado sua ajuda. Eu nunca deveria ter te tratado daquela forma.

— Que bom que sabe.

— Eu não espero que você esqueça tudo. Eu... só quero que saiba que você é especial pra mim, e mesmo que eu não tenha demonstrado isso nos últimos tempos, você vai ser sempre minha garota especial. Eu traí sua confiança, traí tudo que tínhamos, e acho que esse pode ser um dos meus maiores arrependimentos. Eu falhei com você, Alyssa. E quero consertar tudo. Eu quero voltar pra você. Por favor, não vá embora.

— Robby... você foi embora. Muitas vezes, por sinal. E eu continuei aqui, esperando por você. Quando nos aproximamos de novo, eu percebi... eu estava apaixonada por você. Mas você foi embora. De novo. E eu encarei a realidade de que eu nunca iria ficar com você nessa vida. Eu passava as noites pensando que talvez em outra, eu pudesse ser sua garota. Uma vida onde cumpriríamos tudo que prometemos um ao outro. Que talvez eu fizesse você ficar. Essa era minha fantasia. Mas tudo desmoronou quando eu acordei no hospital e soube que você tinha jogado meu melhor amigo do primeiro andar. Você não era mais o Robby. Não o meu Robby. Mas eu continuei aqui. Eu fiquei. Mesmo você estando em outra. Eu continuei te esperando. E você voltou, e me deu a pior notícia de todas. Aquele dia. Aquele dia, Robby, foi o dia que você me traiu de verdade. E agora, você tá aqui. E eu só consigo ver que eu continuo no mesmo lugar. E então com isso eu só percebo... que eu nunca vou conseguir ir embora. Eu sempre vou ficar aqui. Mas eu não aguento mais te ver indo e voltando sempre que quiser.

— Eu sei. E eu vou ficar. Eu prometo. Eu nunca vou embora de novo.

— Eu perdoo você. Por tudo. — O rapaz a abraçou fortemente.

Eles ficaram ali por 5, 10, 15 minutos.

Apenas eles.

Ninguém iria atrapalhar.

Eram apenas os dois.

Um momento íntimo que eles precisavam.

Robby nunca mais deixaria a ruiva escapar entre seus dedos.

Mas então, tiveram que se afastar ao ouvir a campainha tocando.

— Esperando alguém?

— Não. — Respondeu estreitando os olhos, e indo até a porta. Assim que abriu, sua feição ficou ainda mais confusa. — Johnny?

— Ei, ruiva. — Ele olhou para dentro da casa, também ficando confuso. — Robby?

— Pai?

— O que tá acontecendo aqui? — Johnny suspirou, puxando Alyssa para fora e fechando a porta. — Johnny, tá me assustando.

— É o Miguel. — O loiro suspirou antes de continuar. — Ele fugiu de casa.

— O quê?! — Ela quase gritou.