Capítulo 6

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Ellen

Eu sabia que as coisas não seriam fáceis desde o início.

Mas também não esperava que fossem tão complicadas daquele jeito.

Quando soube que havia ganhado uma casa, imaginei algo pequeno, simples, mas ao menos bem-cuidado. E não um lugar onde eu teria que gastar muito mais com obras.

Mas aos poucos, a vida iria se ajeitando. Era isso que eu pensava durante todas as manhãs daquela semana inteira em que eu estava mexendo com reforma, pintando, quebrando, e construindo eu mesma.

Ainda era tudo novo para mim. Mas eu estava começando a me adaptar.

A mudança havia chegado há três dias, então Pedro já estava com o seu quarto pronto. E foi para lá que eu caminhei assim que acordei.

— Bom dia, meu pequeno. — Aproximei-me do berço, constatando que Pedro já havia acordado.

Ele era um bebê tão calminho, que na maioria das vezes em que acordava, não chorava, e sempre me esperava brincando.

Tirei-o do berço, aninhando-o em meu colo.

Era assustador como o tempo passava tão rápido, e olhar para o meu filho, ver suas mudanças dia a dia, me dava um pequeno vislumbre de como eu deveria aproveitar cada momento com ele. Cada pequeno espaço de tempo, era importante e precisava ser aproveitado.

— Como está o meu menino hoje?

Fiz algumas gracinhas em sua bochecha, tirando sorrisos de seus lábios, o que eu achava mais precioso ainda.

Depois de algum tempo conversando com ele, dei um banho e descemos as escadas para que eu lhe alimentasse.

As coisas ainda estavam um caos, mas muito melhor do que quando chegamos. Fabi havia ficado comigo por três dias, ajudando a organizar tudo na casa, mas ela teve que voltar para o trabalho. Então aquele era o meu quarto dia sozinha com meu filho, adaptando-me a tudo.

Sentei-me em uma cadeira na varanda, aproveitando o sol da manhã enquanto Pedro mamava, na nossa troca mais singela de amor.

Quando ele já estava saciado, ainda permaneci ali, admirando o local. O terreno já estava todo roçado. Havia contratado alguém na cidade para que fizesse o serviço mais pesado, então agora era a hora de colocar a mão na terra e fazer nascer algo bonito naquele lugar.

Ainda divagava em meus pensamentos quando ouvi a porteira – que ainda precisava de concertos – sendo aberta. Um medo percorreu todo o meu corpo, fazendo com que eu apertasse Pedro um pouco mais forte contra o meu corpo.

Como se o mundo estivesse em câmera lenta, virei-me para a direção da entrada.

Ainda não poderia respirar aliviada, mas ver um senhor adentrando o terreno, foi um alivio maior do que um homem mais jovem. Mas ainda assim, levantei-me, ajeitando Pedro no meu colo, e fui de encontro a ele.

— Bom dia...

O senhor franziu o cenho, parecendo também assustado ao me ver.

— Bom dia. Desculpa, não sabia que Otávio estava em casa.

Ele estava fazendo o caminho de volta, quando o chamei.

— Otávio não está. Eu sou esposa dele.

O senhor pareceu ainda mais assustado do que antes.

— Desculpa, moça. Eu não sabia quem você era. — Ele passou a mão na roupa, limpando-a. — Eu sou Arnaldo. — Aceitei seu cumprimento. — Eu não queria te assustar.

O Cowboy, a Viúva e o BebêOnde histórias criam vida. Descubra agora