Diogo
Eu não sabia mais o que pensar. Aquela cena toda me deixara nervoso. E eu não podia pensar em Ellen sozinha, à noite, sem uma companhia que pudesse defendê-la.
Por isso estava seguindo para minha casa.
Pela canto do olho, vi sua mão sobre a perna, que não parava de tremer, então a segurei com a minha, em uma tentativa de acalmá-la.
— Vai ficar tudo bem. — assegurei para ela, apertando sua mão dentro da minha.
Ellen apertou a minha um pouco mais forte, mas não disse nada, então seguimos o resto do trajeto até minha casa, sem nem parar nas casas dos meus pais.
— Para onde estamos indo?
— Vou te levar para a minha casa. — Sorri para ela, tentando mostrar que estava tudo bem.
Mesmo que no fundo, eu estivesse um pouco assustado também, eu precisava ser forte por Ellen.
Quando chegamos, abri a porta para ela e estendi a mão, para que se apoiasse na descida. Eu sabia que ela estava assustada com o que vinha acontecendo, mas não estava a fim de estragar uma noite tão maravilhosa como a que tivemos.
Quando ela desceu, parou em frente à porta da minha casa, observando-a. Não era tão grandiosa como a dos meus pais. Um pouco menor, e com móveis mais simples, mas era do meu jeito. Perfeita para mim.
Na frente, havia algumas cadeiras sobre a área, junto a alguns vasos de flores que minha mãe insistia em deixar ali, que segundo ela, dava um ar de vida àquele lugar.
Abri a porta e deixei que Ellen passasse por mim, entrando no lugar. Ao menos a casa estava limpa e cheirosa, da faxina que eu havia feito naquele mesmo dia. Ela ia observando tudo enquanto entrava, e deixei que se acostumasse com o ambiente.
Fui até a cozinha, servi um copo de água e entreguei a ela.
— Você quer conversar sobre o que aconteceu?
Ela bebeu um gole antes de me responder. E depois depositou o copo sobre o balcão.
— Não, por favor. Vamos continuar nossa noite, como se aquilo não tivesse acontecido. Não quero lidar com isso hoje. Não vamos estragar nossa noite.
Puxei-a pela mão, trazendo-a para mim, e abracei-a, beijando o alto de sua cabeça. Se ela queria assim, então eu deixaria aquele assunto do lado de fora da casa.
Puxei-a pela mão e fomos para o sofá. Coloquei Ellen entre minhas pernas, ainda a abraçando.
— Por que você mora aqui? — ela perguntou depois de um tempo em silêncio.
— Eu queria ter o meu próprio espaço, minha privacidade. Não é como se eu não amasse minha família, mas eu vi que estava chegando na idade de ter a minha própria independência. Não que morar alguns metros faça muita diferença, mas eu gosto de imaginar que sim.
— Vocês são uma família muito linda. — Sua voz tinha admiração, ela não falava com pesar, lamentando pela sua.
— Costumamos ser na maior parte do tempo — brinquei.
— Você acha que eu vou ser bem-vinda por todos?
Coloquei-a de lado para que pudesse encará-la.
— Todo mundo já te ama. E acha mesmo que eles já não sabem da gente? José quem me deu o toque para que eu te convidasse para jantar.
Finalmente, depois que chegamos, vi um sorriso em seu rosto.
— Eu não quero que pensem que eu estou querendo me aproveitar de você.
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O Cowboy, a Viúva e o Bebê
RomanceUm cowboy bruto, mas com o coração protetor. Uma viúva e um bebezinho precisando ser salvas. Ellen perdeu o marido em um acidente. Não que ela o amasse, mas era o pai do seu bebê. E como a vida sempre vem com surpresas, ela herdou uma fazenda no int...