Capítulo 20

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Ellen

Os dias foram passando muito rápido. E eu não saberia como agradecer a Diogo por todo o carinho que estava tendo comigo.

Desde me levar para passar alguns dias em sua casa, até o cuidado que demonstrava comigo e principalmente com meu filho.

Nos dias que eu passei lá, vi os dois criando laços diariamente, e isso me deixava mais apaixonada por aquele homem.

Naquele momento, ele estava sentado na frente da televisão, tentando colocar Pedro para dormir. Como eu havia acabado de sair do banho, ele não sabia da minha presença, então aproveitei para observar a cena um pouco.

— Ei, garotão, não está a fim de dormir, não é? — Ele segurou Pedro por debaixo dos braços, fazendo-o ficar na sua frente.

Meu filho abriu um sorriso que dizia que realmente não estava com nenhuma vontade de dormir.

— Eu imaginei que não iria querer dormir. — Diogo o colocou sobre seu peito, apoiando suas costas. — Então vamos conversar. O que você quer falar?

Pedro soltou alguns sons fofos, como se realmente quisesse pronunciar alguma palavra.

— Menino, você é muito inteligente. É por isso que sua mãe tem muito orgulho de você. — Ele fez cócegas em Pedro, que riu mais um pouco. — E eu também tenho. Sabe, Pedro, eu ainda não tinha intenções de ser pai. E nem quero roubar o lugar do seu. Mas... — fez uma pausa, pensando um pouco.

Inconscientemente, prendi minha respiração. Eu não sabia o que poderia esperar da frase de Diogo, mas já estava emocionada com ela, apenas com o amor que ele demonstrava por meu filho.

— Estou me apegando a você garoto — continuou. — E sei que nem sempre é fácil para a sua mãe. E muito provavelmente não vai ser. Sei que você não está entendendo o que eu estou falando agora. — Ele passou a mão delicadamente pelas costas de Pedro, que começava a se acalmar no seu colo. — Mas sempre que possível, eu vou te dizer isso: conta comigo para tudo. Eu vou estar sempre do seu lado quando precisar.

Ele depositou um beijo no bracinho do meu filho, e ficou um tempo dando tapinhas em suas costas, para que ele dormisse, e acredito que estava dando certo, pois Pedro se acalmara completamente. Depois de alguns minutos apenas observando a cena, resolvi interferir.

Pigarreei na porta, e caminhei em direção do sofá em que eles estavam. Pedro realmente havia caído no sono, então Diogo o colocou no ninho do outro lado do sofá, e abriu os braços para mim. Tomei posse do lugar em que antes estava meu filho e me aninhei em seu colo.

O cheiro ali estava perfeito, uma mistura de Diogo e Pedro, que me deixava muito mais tranquila e calma. Era o perfume do paraíso.

Assim que me coloquei nos braços de Diogo, comecei a refletir sobre a minha própria vida. Eu estava em sua casa há uma semana, estávamos bem, nosso namoro melhorava a cada dia. Mas ainda assim, eu sentia como se estivéssemos apressando muito as coisas. Na mesma noite em que ele me pedira em namoro, eu tive que vir para a sua casa. Isso não era justo com ele e nem mesmo comigo.

Eu precisava tomar posse da minha vida novamente. Ter a certeza de que eu estava no controle das coisas. Havíamos dado queixa na polícia, e mais nada havia acontecido, então talvez fosse hora de voltar para a minha casa.

— O que anda passando por essa cabecinha? — Ele colocou um dedo na lateral da minha cabeça, e depois a beijou.

— Eu estou pensando... — fiz uma pausa, analisando qual seria a melhor forma de contar para ele. — Eu estou em sentindo muito bem aqui. E a gente... — Puxei-o para um rápido beijo. — Nunca me senti tão feliz com alguém, como estou com você. — Fui sincera. — Mas eu não estou tomando conta da minha vida como eu queria. Eu não quero ser um peso para você. Estamos no começo do relacionamento, e você vem tendo muita responsabilidade.

Diogo tentou falar, mas coloquei um dedo em riste sobre seus lábios, impedindo-o.

— Eu sei que você está fazendo de coração. Mas eu não posso ficar com esse peso em mim. Acho que já está na hora de voltar. Nada aconteceu, a polícia já está avisada, então estamos bem.

Diogo suspirou resignado, mas me olhou com paixão. Eu amava cada vez mais isso nele. Mesmo que não concordasse com alguma decisão minha, ele respeitava, e me apoiava, o que eu não tinha com meu falecido marido.

— Você quer assim, então será.

Ele me apertou mais forte contra o seu corpo enquanto colava nossas bocas e aprofundava um beijo cheio de sentimentos.

Na manhã seguinte, já estava a caminho da minha casa. Já estava tudo arrumado e no devido lugar, pois eu havia feito isso com Diogo nos dias anteriores.

Achei que entrar lá, me daria uma sensação ruim, algo como um desespero, mas até que foi calmo. Meu inconsciente estava mais preparado, então eu agradeceria por isso.

— Obrigada pela carona. — Agradeci a Diogo, que ficou parado diante da porta, como se não quisesse me deixar ali.

— Tem certeza de que é isso que quer fazer? — Puxou-me pela cintura, colando-me em seu corpo.

— Tenho sim. E não vão ser esses braços fortes que me farão mudar de ideia.

— Droga, essa era minha melhor estratégia. Vai me ligar, se precisar de qualquer coisa?

— A qualquer momento que eu precisar.

Ergui a cabeça para dar um beijo nele, e Diogo retribuiu. Eu conseguia sentir a preocupação emanando dele, mas mesmo assim, não me cobrava nada. Assim que foi embora, comecei a preparar algumas coisas na cozinha. Eu tinha que fazer a mamadeira de Pedro e preparar meu almoço.

Um pouco depois do almoço, Emíli apareceu na minha casa, alegando que viera trazer uma torta que tinha feito. Ela ficou um tempo conversando comigo, brincando com Pedro, e depois de algumas horas, foi embora.

Mas antes que eu pudesse passar um tempo sozinha, ouvi uma buzina do lado de fora. Sai para conferir quem era. José já estava descendo e caminhando em minha direção.

— Boa tarde, Ellen — ele cumprimentou, sempre muito educado.

— Boa tarde. — Esperei um pouco para saber o que ele iria dizer, mas ele apenas enfiou as mãos nos bolsos e ficou balançando o corpo, como se estivesse sem jeito perto de mim. — Está tudo bem? Quer entrar, sentar?

Apontei para uma cadeira na varanda e ele aceitou, caminhando até ela.

Continuei esperando por alguns segundos, mas ele não dizia nada.

— Foi Diogo quem te mandou aqui? — acabei externando meus pensamentos.

E José não precisava dizer nada, apenas a cara de culpado com a qual me olhou, já respondia tudo.

— Sabe. — Ele ajeitou a posição na cadeira, ficando mais ereto. — Eu já vi meu irmão em muitos relacionamentos. Ele é um homem bonito, e tem muitas qualidades. — Eu não estava entendendo onde ele queria chegar, se me daria um sermão de coisas ruins, ou se falaria algo bom, então apenas esperei que ele completasse sua fala. — E eu nunca o vi assim por ninguém. Ele está completamente apaixonado por você.

Meu coração deu um salto maior, e depois começou a bater mais aliviado.

— Eu também estou apaixonada por Diogo. E eu não me lembro de ter sentido isso por mais ninguém. É diferente do que eu sentia por meu falecido marido. — Resolvi abrir meu coração.

— E ele está preocupado com você. Eu só aceitei vir aqui hoje, porque eu nunca o vi assim, tão... feliz pensando em uma família própria. Nessa semana que você ficou com ele, foi quando eu o vi sorrir mais.

— Eu não sei o que te dizer... Só que eu também estou apaixonada por seu irmão. E quero fazer de tudo para que nosso relacionamento dê certo.

— Não preciso que diga nada. — Ele pegou minha mão, apertando-a fraternamente. — Apenas continue fazendo meu irmão feliz. Eu consigo ver no seu olhar, que também está perdidamente apaixonada por ele. E acredito que um fará muito bem para o outro. E não fique chateada com ele por tentar te proteger.

Sorri para ele e concordei. Eu não tinha nem mesmo coragem de ficar chateada com Diogo.

Aquela conversa ficou rodando na minha cabeça pelo resto do dia. Estávamos apaixonados um pelo outro. E será que existia um sentimento mais forte dentro de mim?

O Cowboy, a Viúva e o BebêOnde histórias criam vida. Descubra agora