1. Vida ministerial

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O relógio trouxa na parede marcava os segundos às dez e meia. Os corredores do Ministério já estavam desertos há horas, o departamento de aurores também estava em silêncio, sem o arranhão de sua pena em um pergaminho novo.

Alguns fios de cabelo loiro branco se rebelaram e caíram em seus olhos. Ele amaldiçoou baixinho e os colocou de volta no lugar, fazendo um lembrete mental para cortar o cabelo logo. Ele não suportava a ideia de seu cabelo crescer muito. Ele se pareceria ainda mais com ele do que já era.

Uma porta dois escritórios se fechou com um clique e Harry Potter abriu caminho para seu escritório. Ele ajeitou os óculos com uma mão, a outra tentando vestir a capa por cima das vestes.

— Vamos, Malfoy. Até idiotas como você têm que dormir algum dia. — Harry revirou os olhos com o olhar que lhe lançou, mas não se mexeu. — Sério. Você está trabalhando demais e se eu não fizer você parar, todo mundo vai começar a sussurrar que eu te amaldiçoei ou algo assim. Agora vamos.

Draco resmungou, mas se levantou mesmo assim e pegou sua capa perto da porta. Se Harry não fosse o chefe do escritório dos aurores, ele o teria enfeitiçado por puro aborrecimento.

Os dois caminharam lado a lado enquanto se dirigiam para a saída. Os flu's já estavam fechados durante a noite, então eles teriam que chegar ao primeiro ponto de aparatação.

— Ginny está planejando um pequeno jantar na próxima semana. Queria que eu convidasse você. Algo sobre você não sair o suficiente e isso ser bastante patético.

Draco zombou, mas foi indiferente.

— Adorável. Agradeça a ela, mas não, obrigado.

Harry se virou para encará-lo de frente e ergueu uma sobrancelha.

— Ela não estará lá se é isso que você está preocupado.

Ele observou Draco estreitar os olhos em alerta, mas continuou.

— Ela tem uma reunião em Hogwarts com McGonagall. Algo sobre uma palestra convidada com os alunos na primavera.

Ele suspirou e virou os olhos para o céu. As estrelas pareciam mais brilhantes esta noite, melhorando um pouco seu humor, pois seria ideal para observar as estrelas.

— Tudo bem. Que horas e o que devo levar?

— Uma garrafa de vinho serviria. Ginny sempre aprecia suas escolhas de vinho. E sete. Neville estará lá, assim como George e Angelina.

Draco ergueu uma sobrancelha pálida.

— Longbottom ainda está namorando aquele pigmeu?

Harry riu e balançou a cabeça.

— Se você quer dizer Hannah Abbott, então sim.

Ele encolheu os ombros e se afastou um pouco para ter espaço para aparatar.

— Desculpe, mas ela é terrivelmente... babada. Me lembra daquelas bolinhas de penugem.

— O que quer que o mantenha civilizado, Malfoy. Até amanhã.

Draco deu um breve aceno de cabeça e saiu antes que Harry pudesse murmurar 'lumos'. A sensação de aparatar nunca pareceu natural, não importa há quanto tempo ele fazia isso. O quê, seis anos agora, sem incluir o ano de liberdade condicional após a guerra.

Ele sentiu como se tivesse sido pressionado contra si mesmo, mas antes que percebesse, estava parado em sua sala escura. Ele sacudiu o pulso da mão que segurava sua varinha e acendeu a área. Com um suspiro profundo, ele subiu as escadas da espaçosa casa e iluminou o corredor e o quarto enquanto caminhava.

Matched | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora