10. Beijo

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Hermione os conduziu a alguns quarteirões do Caldeirão Furado e perto de seu antigo apartamento. O restaurante era pequeno, mas sempre bom. Ela costumava comprar comida lá quando morava perto.

— Eu tenho uma confissão — Draco falou depois de um tempo. Suas mãos estavam agora nos bolsos enquanto caminhavam confortavelmente lado a lado.

— Você parece ter muitas dessas — ela respondeu com uma risada. — Prossiga.

— Eu nunca comi sushi. É aquela coisa de peixe cru que Potter sempre fala, não é?

Ela apontou logo à frente.

— Aí está. E nem sempre é cru. Sushi é um termo mais abrangente hoje em dia. Cada estilo tem um nome específico dependendo de como é feito.

Um canto de sua boca se ergueu em um sorriso quando eles se aproximaram da entrada e ele estendeu a mão para abrir a porta.

— Você ainda parece um livro didático às vezes.

Hermione deu uma cotovelada no estômago dele quando passou pela porta primeiro. Ela sorriu também quando ele soltou um pequeno 'oof'.

— Pelo menos sou consistente.

O restaurante ainda não estava muito movimentado e a recepcionista os acomodou em um canto tranquilo.

Draco examinou o cardápio por um momento e sentiu seu estômago roncar nervosamente. Ele olhou por cima do menu e franziu a testa.

— Acho que você vai ter que fazer o pedido para mim.

Ela riu da expressão nervosa dele, mas assentiu.

— Vou pegar leve com você. Começaremos com algo que não seja cru.

Quando a garçonete apareceu, ela pediu tigelas de sopa de missô, salada da casa com molho de gengibre e um pãozinho contendo caranguejo e camarão.

Draco girou sua estranha colher na sopa e observou os pedaços de tofu e algas marinhas dançarem.

— Tofu é uma espécie de feijão, certo?

Hermione sorriu para ele. Ele ainda parecia nervoso. Ela supôs que deveria estar impressionada, já que ele concordou em comer algo que nunca tinha comido antes e não estava discutindo. Certamente muito longe do antigo Draco.

— Certo. Acho que o sushi não está presente na rotação regular dos cardápios da família puro-sangue?

Um olhar estranho passou por seu rosto. Teria sido de nojo? Ele se foi mais rápido do que veio, então não houve tempo para analisá-lo com muita atenção.

— Não, pelo que eu sei, a mãe nunca gostou disso. O pai não teria comido nada que não exigisse garfo ou faca.

Ele fez uma pausa para tomar um gole da colher e relaxou.

— Nada mal, não é?

— Não, mas ainda não chegamos na parte em que você quer que eu coma com dois palitos.

Hermione riu e balançou a cabeça. Quanto mais tempo passavam juntos, mais ela entendia por que seus amigos o aceitaram. Ele realmente não era nada mal. Ela simplesmente teve muita dificuldade em entender como ele era a mesma pessoa com quem ela estudou quando não estava sorrindo ou rosnando baixinho. Houve momentos em que ela ainda via a escuridão dentro dele, mas ele parecia mantê-la protegida dela.

Quando os pãezinhos chegaram, ela o observou olhar para o prato antes de pegar lentamente os pauzinhos. Ele se atrapalhou tentando coordenar seus movimentos para usá-los antes de finalmente gemer e colocá-los de volta no lugar.

Matched | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora