Na Ilha

capítulo 27

Desde a noite perfeita vieram muitas perfeitas e muitas imperfeitas.

Faz 6 meses desde o nosso noivado,  6 meses desde a nossa primeira vez e o primeiro mês foi incrível, e no segundo mês tudo mudou, um ciúme descontrolado, sem motivo, sem desculpas e com uma única culpada,  eu .

Brigas que não resolvem nada, tudo solucionado com presentes e sexo,  não é desse jeito que eu imaginei nossa relação, eu não acredito no que está acontecendo.

Tudo está tão diferente de como começou,  ele mudou tanto , nunca me vesti de maneira provocadora, mas todas as minhas roupas viraram motivo, agora qualquer um que me olhe é motivo de briga, crises de ciúmes,  desconfiança, todo trabalho que tenho depois da aula virou motivo para ir verificar inclusive nesse momento é o motivo da briga...

Leo: Você não tem nada que estar com aquele cara sozinha na sala Íris, não vê que ele tá te querendo?

- Me explica como eu vou fazer uma prova sem estar na sala de aula Leo ? Como eu vou copiar matéria? Como eu vou pedir ajuda ? Como ? Você sabe que eu chego um pouco atrasada nas aulas por conta do trabalho,  sabe que gosto de estar com as crianças quando eu tô em casa, acha mesmo que é sem motivo eu estar na sala com ele ?

Leo: Então acaba logo com essa faculdade,  o que não dá é você achar que é normal o cara ficar dando encima de você,  querendo conversar com você toda hora.

- LEO! Ele é o orientador do meu seminário, você é maluco ? Agora todas as vezes vão ser assim? Não confia mais no que eu digo ? No que eu faço?

Leo: Eu confio em você,  eu não confio nele.

- Nem nele, nem no diretor da escola, nem no dono da pizzaria,  nem no entregador na pizzaria, nem em ninguém, e quer saber ? Todos poderiam dar encima de mim, não importa, eu não daria confiança pra eles, e você deveria saber disso.

Alex: Íris... eu...

- Sem Íris,  sem desculpas, escuta o que eu estou falando e muda, agora!

O telefone toca e ele atende,  minha cabeça está explodindo de estresse, não consigo nem prestar atenção no que ele está falando.

Leo: Vamos , Guilherme teve um problema.

Sem pensar duas vezes pego minha bolsa e o acompanho, o coração pesado pensando em um milhão de coisas, chegamos rápido no curso e em 10 minutos estávamos de volta em casa,  dessa vez eu fiquei quieto e deixei Leonardo falar.

Leo: Senta aqui comigo e me explica o que aconteceu.

Guilherme: Nao quero sentar, to irritado.

Leo: Ok - ele levantou- o que aconteceu?

Guilherme: Eu empurrei o menino e agora o senhor está brigando comigo.

Leo: Nao estou brigando com você, ainda não, primeiro estamos conversando, porque você empurrou o menino? Você sabe que isso não se faz.

Guilherme: Papai, ele estava tocando na Alice e ela estava com medo então eu empurrei ele pra ele não fazer mais isso.

Leo: E porque você não falou com ele ?

Guilherme: Porque ela estava com medo,  eu tinha que ser rápido.

Leo: Guilherme,  as coisas não se resolvem desse jeito meu filho, você achou que sua prima estava com medo, eu entendo, mas você poderia ter machucado o seu amigo, ele não queria deixar ela com medo, ele fez sem querer e você quase o machucou,  não foi desse jeito que eu te ensinei.

Guilherme: Mas eu só empurrei ele.

Leo: E se ele caisse ? As coisas se resolvem com conversa e não com as mãos, você está na aula de luta pra aprender a se defender e não fazer uma coisa dessas.