capítulo 46

69 1 0
                                    

Estou em silêncio desde que recebi a ligação, estática, perdida, não sei qual a velocidade em que Arthur foi ou quanto tempo levamos para chegar até a casa dos meus pais, só sei que estamos aqui esperando minha mãe abrir o portão, seu rosto inchado e cheios de lagrima me dizem que não é um pesadelo, é real.

- cadê meus filhos?

Ana: Minha filha eles não...

- LUCAS ! GUILHERME!

Iara: eles não estão aqui minha filha.

- Onde estão meus filhos mãe? Onde eles estão?

Ana: Eu não sei.

Sinto Arthur me segurar quando ameaço cair e choro entalado na minha garganta sai junto com o grito desesperado.

Arthur: Calma, eu vou achar os meninos, vai ficar tudo bem.

Ouço alguém espancando o portão e logo em seguida entrando como um furacão.

Leonardo: ONDE ESTÃO MEUS FILHOS?

- Levaram eles Leonardo, levaram nossos filhos.

Leonardo me tira dos braços de Arthur e me abraça, dividimos a dor e nesse momento precisamos um do outro.

Leonardo: Eu vou trazê-los de volta, nem que eu vá até o inferno caçar o demônio que os tirou de mim, mas eu prometo que vou trazê-los de volta.

Arthur: Então o que faremos?

Marcel: Vamos pra Itália, eles estão lá.

Arthur: Por que ?.

Henrique: no carro eu explico.

Leonardo: Estamos esperando o que?

- Vamos !

Roberto: Você fica .

- São os MEUS filhos,  eu vou!

Arthur abraça minha mãe Iara e pede que cuide de Alice.

Iara: Cuida da nossa menina,  eu confio em você.

Nos abraçamos e entramos nos carros.

_________________       ___________________

Leonardo

Não suportei ver ela dançando com Arthur e no segundo verso da música já tinha saído para não estragar meu plano de ter ela de volta, um dos melhores clientes da empresa me puxou para conversar e me prendeu durante horas falando sobre seus fundos de investimento que eu estava pouco me fudendo.

Ouço meu telefone tocar e sei que essa é minha única chance de escapar de mais duas horas de conversa, o nome marcel aparece na tela e eu sinto congelar minhas veias, ele não falou comigo nem mesmo no aniversário das crianças, por que está me ligando?

- Leonardo Muratori, quem fala ?

Marcel: Venha pra cá agora, levaram meus netos Leonardo.

Eu corri porque minha vida dependia disso, sem tempo para aguardar o elevador eu saltei pelas escadas e entrei em meu carro, na rua nada passava pela minha visão além de um borrão.

Onde eles estão?  O que fizeram com eles?

Praticamente arrombei o portão da casa,  minha sogra abriu e viu meu rosto desesperado,  olhei em todos os cantos na van expectativa de ser tudo uma mentira e eles estarem correndo atrás do cachorro.

Mas não estão, Íris chora nos braços de Arthur e me diz que levaram nossos filhos.

Levaram meus meninos, agarro íris com força tentando buscar ar pra continuar respirando e enfim agir.

Dívidos em carros estou com Íris, Arthur,  Rafael e André em um carro, no outro estão meus sogros, Henrique, Gustavo e Bruno ( que não tenho ideia de quando chegou) .

Ouço Arthur falar ao telefone.

Arthur: Renata, estou chegando ao santos Drummond , preciso que busque meu avião que comporta dez passageiros e um piloto,  estamos indo para Itália, você não é paga pra me dizer que é impossível,  é paga para dar seu jeito, pague quanto for a quem for, eu não me importo, você tem 1 hora, dá seu jeito.

- Alguém sabe me dizer o que está acontecendo?

André: Essa história só precisa ser explicada uma vez,  vou ligar para o Henrique.

Conectado ao som do carro Henrique começou o que eu acredito ser a história mais louca que já ouvi na vida.

Henrique: Nossa família é parte da máfia,  estou tentando ocupar meu lugar e tem gente querendo impedir,  acreditam que estaremos mortos dentro em breve, e ter os meninos é a segurança de que as duas máfias mais poderosas da Itália estará em suas mãos

Íris: Henrique não é hora para brincadeiras,  crescemos no Rio de Janeiro,  não somos parte da máfia,  tem coisa séria acontecendo aqui.

Roberto: Ele não está brincando minha filha, me desculpe

Íris: Pai....

- Como eles sabem da existência dos meus filhos,  tem pessoas nos vigiando Henrique?

Henrique: Eu não sei, temos nomes diferentes,  datas de nascimento diferentes, não tem registro das crianças no nome italiano da Íris,  eu não sei o que aconteceu.

- E agora meus filhos estão em perigo, eu mudo de nome se eu não acabar com a porra daquele país se eu não encontrar meus filhos.

Íris: Nós vamos encontrá-los,  temos de encontrá-los.

Quando chegamos ao aeroporto o avião estava lá  e o piloto também,  a secretária de Arthur ia se aproximar dele mas recuou quando Íris a olhou, ela estava abraçada com ele e sentou ao seu lado no avião, mas não consegui pensar em nada disso, só pensava nos meus filhos  e porra eu preciso deles de volta,  nem reparei quando as lágrimas caíram e uma suave mão secou meu rosto.

Íris: Eles estão bem,  eu sei que estão, eu preciso que eles estejam bem.

- Não sei o que fazer sem eles Íris.

Íris: Vai ser o pai forte que eles dizem que tem, vai lutar por eles e trazer nossos meninos de volta, porque eu não quero mais existir se eu não tiver meus filhos comigo Leonardo.

- Não sou forte quando se trata deles Íris,  sou fraco e medíocre, nem a porra do meu dinheiro pode trazer eles pra mim.

Íris: Vamos orar, pedir a Deus pra trazer eles de volta pra gente.

- Íris....

Íris: Funcionou uma vez.

-Quer que eu faça?

Ela acenou que sim com a cabeça e eu peguei em sua mão.

- Já faz um tempo que não falo com o senhor,  e toda vez que falo é pra pedir algo,  não sei como você está vendo isso, minha mãe me ensinou a falar com o senhor e então a tiraram de mim e eu parei,  então Íris me ensinou novamente e eu a perdi, só fiz besteira nesses anos de vida que tenho, mas o senhor me deu meus filhos, ela prometeu que se nos desse eles cuidariamos e protegeriamos, eu falhei nessa missão, não fui o pai que eles precisavam e mereciam ter, mas ela foi, então que não faça por mim Deus, mas faça por ela, eu sei que eu não mereço,  mas o senhor me deu eles, me deu meus filhos,  minha família,  não os tire de mim,  por favor, me devolva meus filhos e eu prometo ser melhor, amém.

Todos disseram amém e eu não fazia ideia de que alguém além de Íris me escutava, ela me abraçou e eu aproveitei o calor do seu corpo para me acalmar.

Íris:você é um pai maravilhoso e dedicado e eu tenho muita sorte por ter você como pai dos meus filhos, sempre seremos uma família Leonardo, o amor que nos une nunca vai acabar.

Arthur: O avião vai decolar, sentem-se.

Arthur falou de maneira áspera e seca, e ao contrário do que pensei ela não se sentou ao meu lado, sentou ao lado dele e eu não consegui adormecer durante o voo,  as crianças não saiam da minha cabeça.

Preciso deles aqui.

Agora!

Lucas, Guilherme, papai ama vocês,  estou indo buscá-los

Na IlhaOnde histórias criam vida. Descubra agora