Capítulo 48

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Rafael: MAS QUE CARALHO VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI.

- Rafael, eu....

Arthur: Dormindo porra, tá cego ? Apaga a luz.

Rafael: Levanta caralho, tá achando que tá no SPA ? Esqueceu na casa de quem você está ?

Arthur: Não estou na sua, não tô entendendo o escândalo.

Rafael: Tua sorte é que sou eu fazendo escândalo filho da puta, se fosse qualquer outro você estaria morto, levanta logo Caralho, Íris se veste que estão te esperando pra tomar café.

- Sério ? Que horas são ?

Rafael: 09 da manhã, Leo ia vir te levantar preocupado por você estar acordando tão tarde, aí eu vim salvar a pele de vocês e ainda escuto desaforo.

Arthur: Melhor se ele visse mesmo, pra ver se se liga, desculpa o mal humor, tô estressado, obrigado por ter vindo .

Rafael: Tô acostumado cuzão, agora bora que nos esperam no escritório, temos um plano pra pegar as crianças.

- Aí meu Deus, que maravilha, devia ter dito isso antes.

Rafael: Eu tentei mas o pau no cú ali tava dando show, bora Arthur, desce comigo e vê se não demora Íris.

Deu um beijo em Arthur e vi ele ir embora, me arrumei correndo e desci doida pra saber como vamos salvar meus filhos.

Henrique: O plano é o seguinte, um dos nossos infiltrados delatou o cativeiro...

Rafael: Então a gente invade, estamos esperando o que ?

Henrique : Estamos em menor número, não confio a vida dos meus sobrinhos a mais ninguém, então é o seguinte, vamos mandar pessoas pra lá e pegar as crianças quando trocarem o esconderijo, tem alguns homens de confiança do nono que sabem da nossa vinda, só eles conhecem nossos rostos e são quem vão nos ajudar, quero todos armados até os dentes e dispostos a atirar, vocês tem o dia de hoje pra se preparar, e eu posso ajudar com as armas se precisarem.

- Eu quero ir.

Leo: Nem pensar, não posso ariscar perder você no meio disso.

- Eu atiro desde os oito anos de idade, é mais fácil eu me preocupar com você.

Giuseppe: Não nipotte, qualquer uma das equipes pode estar com os meninos quando chegarem, preciso de você aqui para recebê-los e não em perigo, preciso de você salva, si ?

Deixei acreditarem que ficarei, ainda não entendo como conseguem me pedir isso sabendo o que está em jogo, é a minha família, são os meus filhos.

O estresse não está me fazendo bem, meu estômago está revirando e eu acabei jogando tudo pra fora na tentativa de comer uma fatia de pão com pesto, subi para descansar e acabei dormindo.

Giussepe: Piccolina ?

- Vô?

Giussepe: Posso entrar ?

- Sim vô, o senhor fala português?

Giussepe: Claro que sim.

- Então porque falava em italiano mesmo sabendo que eu não estava entendendo.

Giussepe: Sua punição por renegar suas origens, onde ja se viu falar espanhol mas não falar italiano, que vergonha Íris Francesca.

- Eu prometo que vou aprender nono, o que veio fazer aqui ? Tem novidade dos meninos ?

Giussepe: Soube que passou mal e já passou do horário do almoço, trouxe sopa pra você comer.

- Obrigado nono mas nada está parando no meu estômago, acho que é o estresse.

Giuseppe: Estresse,sei, está sopa era a que eu fazia para tu nona, toma, sei que vai conseguir comer.

Fiquei enjoada só com o pensamento de ter que comer algo mas comi, e por incrível que pareça desceu melhor do que o previsto.

- Reconheço, estava errada, obrigado vó.

Giuseppe: Isto era tudo que tua nona conseguia comer quando estava esperando teu pai, nipotte diga, qual dos dois irmãos é pai deste bebê?

- Vó eu...

Giuseppe: Escuta, não estou brigando com você, mas tem algo estranho acontecendo aqui, um diz que é seu noivo e outro se morde de ciúme, isso não é normal.

- Vó, eu e o pai das crianças não estamos juntos há meses, ele só não aceitou isso muito bem, estou namorando o Arthur, não estou grávida de ninguém, mas se estivesse, seria do Arthur, é mais confuso do que consigo explicar pro senhor agora.

Giuseppe: Não precisa me explicar nada Francesca, só cuide dos meus meninos quando eles chegarem, babene ? E por mais que não aconteça muito eu posso estar enganado e você não estar grávida, mas acho que vem mais um bambino ou desta vez una bambina para família, quando o sol estiver se pondo vamos atrás das crianças, descanse Piccolina.

E ele se foi, como se não tivesse acabado de jogar uma bomba no meu colo, De onde ele tirou que eu estou grávida? Meu Deus, porque eu não consigo lembrar do último dia da minha menstruação? Agora não é momento de pensar nisso, ou foi o que eu acreditei, logo alguém bate a porta.

- Pode entrar

Nada é falado e uma das senhoras que trabalham na casa apenas deixa uma bandeja encima do armário e se retira com um sorriso.

Um teste de gravidez que eu demorei meia hora para decifrar e nesse momento não tenho coragem de olhar o resultado, decido me arrumar, levanto e tomo um banho, visto uma calça e uma blusa de manga, pego um dos coletes na sala de armas e sobreponho um casaco por cima, duas pistolas no coldre e eu espero que seja o suficiente, é a única arma que eu sei atirar, faço uma oração antes de descer a escada e peço pela vida dos meus filhos, que se estiver ao alcance de Deus protegê-los que ele possa os manter seguros, agradeço pela vida que tenho e peço que cuide de todos e que não permita que vidas se percam hoje.

Ouço os carros saindo e eu sei que agora eu tenho que ser rápida ou não irei conseguir segui-los, desço correndo as escadas e o senhor Carlos estava na ponta da escada.

Carlos: Onde pensa que vai ?

- Salvar os meus filhos.

Carlos: Seu avó disse que está grávida, não pode se colocar em perigo, ainda mais na sua situação, se não faz por você faz por essa criança.

- E as outras duas crianças pai ? Os meus filhos que já nasceram ? Eu esqueço ? Deixo pra lá?

Carlos : Não estou dizendo isso, tem pessoas lá para protegerem eles...

- O senhor ia deixar a minha vida ou a dos meninos na mão de outras pessoas ? Não me peça pra fazer isso pai, eu não consigo, não quero pôr essa criança em risco, mas preciso cuidar dos irmãos dela, o senhor sempre me diz que o sapo não pula porque quer, ele pula por necessidade, então na necessidade eu vou conseguir dar meu jeito e quando eu voltar pra casa o senhor vai ter os seus três netos em segurança, por favor pai, me ajuda.

Carlos: Que eu não esteja fazendo uma besteira meu Deus, vamos.

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