Capítulo 32

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Desci do carro me esforçando para parecer bem, me despedi do Rafael com um aceno mas antes de me afastar demais do carro ele buzina me fazendo voltar.

- Esqueci alguma coisa?

Rafael: Espero que não, que não esqueça que eu te amo, e olha que isso não é algo fácil de eu dizer, você não é mais minha cunhada mas é minha irmã , não vamos deixar de ser uma família nunca, você sempre vai poder contar comigo,  eu acredito em você.

As lágrimas travaram minha garganta e  a dificuldade de me segurar foi imensa.

- Isso significa muito pra mim, eu também te amo rafa.

Rafael: Agora sobe, antes que Arthur sonhe que fomos aonde não devíamos.

Me despedi com um sorriso e subi, me joguei na cama e respirar se tornava cada vez mais difícil,  estou com medo, mas não sei o porquê.

Arthur: Íris,  cheguei.

Tentei me recompor rapidamente mas não é fácil assim.

Arthur: Ei,  trouxe comida pra gente, o que aconteceu?

- Minha vida está de pernas pro ar Arthur,  eu não sei mais o que fazer.

Arthur: Nem eu, me sinto um lixo inútil,  não sei o que fazer pra te ajudar,  isso está me matando.

- Você não é inútil, você é incrível, hoje só está sendo um péssimo dia.

Arthur: Isso tem haver com as malas que estão ali ?

- Não briga com o Rafael, ele não sabia que Leonardo estava em casa.

Arthur: Você... viu ele ?

- Sim.

Arthur: E vocês voltaram ?

- Não,  não,  na verdade muito pelo contrário,  foi horrível, eu lembrei de tudo o que aconteceu com o Carlos e o toque dele me trouxe tanta dor.

As lágrimas começaram a cair novamente e relembrar de tudo o que ouvi me matou por dentro.

Arthur me abraçou e se deitou comigo na cama fazendo carinho nas minhas costas.

Arthur: Você não precisa mais ver ele se não quiser.

- Ele é o pai dos meus filhos Arthur,  isso é impossível, e a dor não foi por ver ele, foi por não reconhecer ele e por ver que ele não me conhece, ele pensa o pior de mim, justo a pessoa que eu sempre dei o meu melhor, eu senti repulsa dele, repulsa do pai dos meus filhos,  isso é loucura.

Arthur: Você não tem culpa de ter sentido repulsa, você acabou de passar por algo que traumatizaria qualquer um.

- Mas não sinto repulsa de você,  não sinto dor quando você me toca.

Arthur: Por que?

- Eu não sei, só me sinto segura, a dor já não é mais tanta,  parece...., parece que a minha pele está pegando fogo, queimando mesmo e sua mão é um sopro gelado aliviando tudo.

Arthur: Vamos dormir? E deixar esse dia ruim no passado?

- É claro

E assim foi, ou pelo menos era o que eu queria, mas o rosto dele não saia da minha mente, a forma como me encurralou, como me tocou, a dor....

Arthur: ÍRIS,  ÍRIS,  ACORDA, ACORDA!

Íris: Não deixa ele me tocar, não deixa, tira ele da minha cabeça Arthur,  tira.

Arthur: Ninguém vai te tocar,  confia em mim, eu tô aqui, não vou te soltar.

Arthur me puxou para seu peito e agarrada a ele eu dormi o restante da noite tranquila, acordei um pouco mais cedo que ele e decidi agradecer por tudo que ele tem feito com um café da manhã bem preparado.

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