capítulo 47

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Minha cabeça encostada na cadeira do avião e a mão de Arthur na minha, sei que ele está distante, mesmo lutando pra estar aqui do meu lado, o pouso do avião parece me libertar, saber que ao menos estou no mesmo país que meus filhos me alivia, eu estou indo meus amores,  mamãe está indo buscar vocês.

Se entendi alguma coisa dessa história,  a resposta é não, está cada vez mais confusa e eu vou querer saber de cada mísero detalhe, mas só depois que eu encontrar meus filhos, eles são minha prioridade e nesse momento eu não me importo se o céu é verde ou azul, nada me importa além dos meus filhos.

Arthur solta minha mão e vai falar com o piloto, meu pai Roberto me abraça e caminha comigo.

- Para onde vamos ?

Roberto: Pra casa do seu avô, ele já está nos esperando.

- Todos nós?

Rafael: Eu tenho um hotel aqui,  vou ficar lá e os meninos devem ficar comigo.

Marcel: Não tem necessidade, a casa é grande o suficiente e precisaremos de vocês por perto.

Segui acompanhada por meu pai até um dos carros que estão aqui e me pergunto como vieram parar aqui, mas minha cabeça está doendo demais pra questionar alguém sobre isso, apenas entro no carro e vejo que é Arthur quem vai dirigir, seguimos por não mais que 45 minutos e minha cabeça parece girar ainda mais quando paramos enfrente a um imenso portão de grandes de ferro, a mansão é enorme e linda, ouço algumas palavras em italiano e pela voz acredito que seja meu pai falando,  logo em seguida o portão se abre fico parada vendo uma senhora vindo até mim até que meu pai Roberto segura em minha mão e me leva até o encontro da moça.

A senhora muito simpática me beija e abraça e começa a falar rapidamente coisas que eu não entendo,  então eu apenas aceno com a cabeça concordando com tudo que ela fala e ela enfim me da as costas e sai andando.

- Pai, o que ela disse?

Roberto: Que era pra você ter escutado o seu pai e feito aula de italiano.

- Eu até tentei, mas achei espanhol muito mais interessante.

Roberto: Espero que também seja interessante falar com um italiano em espanhol, seu avô está vindo.

- O que? Ele não fala português?

Meu pai riu e um senhor que não aparenta ter mais que sessenta anos me olha com o olhar cheio de lágrimas.

Giuseppe:Fino a quando non sei finalmente arrivato, non posso credere che la mia famiglia sia tornata a casa, mia nipote, mi dispiace per quello che è successo ai tuoi ragazzi, ti prometto che tutto si risolverà e i miei pronipoti saranno al tuo fianco, ora vieni , dammi un abbraccio a tuo nonno

(Até que em fim vocês chegaram, mal posso acreditar que minha família está de volta em casa,  minha neta, sinto muito pelo que aconteceu com seus meninos,  prometo que tudo será resolvido e meus bisnetos estarão ao seu lado, agora venha, de um abraço em seu avô )

- Pai, socorro, pergunta pra ele se ele sabe espanhol pelo menos.

Giuseppe: Como é  que ere? Mi nipote não fala italiano ? Que desgraça de criacione você deu para esses meninos Roberto?

Roberto: Ela quis aprender espanhol pai.

Giuseppe: E para que cazzo me adianta o espanhol aora? Esta ragazza vai aprender a falar italiano por bene o male, todos para dentro para que possiamo parlare.

- O que ele disse ?_ perguntei baixinho para meu pai.

Roberto: Que espanhol não serve pra caralho nenhum, que você vai aprender italiano e para entrarmos pra conversar,  você não sabe nada de italiano mesmo.

- A culpa é sua , foi meu avô quem disse.

Entramos na grande sala e ela é fenomenal, vejo meu avô passar pelos meninos olhando cada um deles como se soubesse de todos os seus pecados.

Giuseppe: Chi sono questi Roberto, oltre ai miei nipoti?

( Quem são esses Roberto, além dos meus netos ?)

Leonardo da uma tossida falsa e ergue a mão em cumprimento ao meu avô.

Leo:Sono Leonardo, padre dei bambini e questi sono i miei fratelli Arthur e Rafael.

( Sou Leonardo,  pai das crianças e esses são meus irmãos Arthur e Rafael)

Giuseppe aperta a sua mão e então olha para o meu pai.

Giuseppe: almeno suo marito è italiano

( pelo menos o marido dela é italiano)

Arthur: Ele não é marido dela.

Vejo o senhor de no mínimo 60 anos, mas pelo visto em otima forma agarrar a gola da camisa de Leonardo.

Giuseppe: Engravida mi nipote, leva su pureza e não se casa, perché desonra mi famiglia farabutto?

- Meus filhos são adotados vó,  não engravidei,  solte Leonardo.

Giuseppe: Esta dizendo que este fanculo não levou su pureza?

Me calei.

Leonardo: Somos noivos, essa situação logo será resolvida.

Giuseppe: meno male

- Podemos por favor voltar ao foco principal e achar os meus filhos?

Giuseppe: Perdone nipote,  vamos achar seus ragazzi, mas quero que descansem,  o que nos espera não pode se fazer cansado,  quero falar com meus nipoti, no meu escritório por favore.

Fui levada até o quarto e depois de um banho relaxante consegui me deitar, uma bandeja com frutas e alguns paes foi deixada sobre a cama, mas meio segundo depois de eu comer um pão e duas frutas tive que correr para o banheiro e vomitar, não sei se foi a viagem ou o estresse que acabou comigo, só sei que não estou bem.

Deitads na cama eu decoro cada detalhe do teto enquanto aguardo o sono vir, mas ele não vem e eu sei bem o motivo.

Arthur

Não consigo dormir sem ele ao meu lado esfregando a barba em minhas costas,  me mantendo presa contra seu peito,  me protegendo dos pesadelos e das noites mal dormidas.

Vejo a porta se abrindo e uma figura aparecendo no canto, Arthur parece respirar aliviado ao me ver e eu praticamente gritei de felicidade em tê-lo ali.

Arthur: Silêncio,  ou vou ter que explicar pro seu avô o porque estou no quarto da noiva do meu irmão.

Senti mágoa na sua fala.

- Arthur... eu apenas não quis prolongar o assunto.

Arthur: Eu entendi Íris,  e não é isso que me incomoda,  é o fato dele achar que ainda é seu noivo.

- Mas ele não é Arthur,  nós dois sabemos disso, eu sei que no avião pode ter parecido algo que não é,  mas eu só estava consolando um pai que teve os filhos sequestrados,  ele nunca vai deixar de ser o pai dos meus filhos Arthur,  se me quiser na sua vida, terá que entender isso.

Arthur: Eu entendo, porra, e como entendo, dói íris,  dói pra caralho ver ele do seu lado querendo te tocar como eu te toco, querendo sua atenção mas eu sei que esse momento não é sobre mim, é sobre as crianças por isso tô engolindo tudo que eu sinto e tentando dar apoio a vocês mas não vou negar que eu senti uma vontade enorme de matar ele quando disse que irão se casar.

- Estou olhando para o teto tem duas horas.

Arthur: Quer mudar de assunto?

- Não,  quero que você saiba que eu estou olhando o teto há duas horas porque não consigo dormir sem te sentir do meu lado, sem sentir o seu cheiro, Arthur,  eu sou sua, sei que não é fácil namorar uma mulher com filhos,  principalmente se o pai desses filhos é seu irmão,  sei que ele deixa as coisas mais difíceis pra gente,  mas eu amo você Arthur. É você com quem um dia eu vou me casar,  mais ninguém.

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