Capítulo 49

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Por acreditarem que meu pai estaria apenas com os seguranças conseguimos segui-los de maneira tranquila, a cada segundo meu coração acelerava um pouco mais os batimentos, não posso perdê-los, a emboscada estava formada e os carros prontos para seguir assim que trocassem os meninos de casa, metade de uma equipe para um lado e a outra metade para o outro, e eu só pedia a Deus pra saber pra onde ir.

Tudo aconteceu tão rápido que o meu corpo reagiu por puro impulso, no rádio a informação de que a invasão estava ocorrendo e logo em seguida a agitação de carros próximo ao galpão onde estávamos, é ali, estão escondendo meus filhos ali, fomos rápidos ao chegar, mas algo me disse que eu deveria ser cautelosa.

Bati um rádio para Henrique.

Henrique: Fala rápido pai, já estamos os seguindo pela rua de trás, cadê você ?

- Henrique, volta, eles estão aqui.

Henrique : Íris?

- Volta Henrique, eles não estão levando as crianças, eles estão aqui ainda, eu sei disso e não vou demorar a entrar.

Arthur: Escuta Íris, você não entra antes de eu chegar, entendeu ?NÃO ENTRA ! Eu tô indo.

Me preparei e vi meu pai tenso, acho que entendo o porque de ter mantido tantas mentiras, esse mundo é perigoso demais pra se ter uma família.

Assim que vi o carro de Henrique virar a entrada meu pai acelerou com o dele nos deixando mais próximos da entrada, por conta da invasão eles tiveram de mandar para dois galpões os soldados dispersando assim a segurança , tínhamos de ser rápidos pois logo os reforços chegariam aqui e aí sim estaríamos ferrados.

Arthur

Léo: Pode deixar que da Íris cuido eu.

Foi a primeira coisa que ele disse quando o rádio desligou.

— Já vimos como você cuida bem, não se preocupe.

Acho que pela minha cara ele entendeu que não é um bom momento pra me provocar, ainda não engoli essa história de noivo.

Léo: Quantos soldados dentro da sede ?

Henrique: No mínimo e com sorte 20, estamos em 12 e mais um carro vindo.

—Precisamos impedir que mais cheguem, os soldados que não foram convocados devem invadir as outras sedes, tirar a atenção daqui, precisamos entrar e sair o mais rápido possível.

Henrique: O hacker conseguiu invadir o sistema e congelar as câmeras de segurança, é agora ou nunca.

Com a arma atravessada encima do colete entramos, Porra Íris, não se machuca pelo amor de Deus.

Leonardo

Lidero a entrada ciente de que não demorará muito até sermos notados, e sinceramente eu não me importo, talvez eu esteja no modo kamikaze, mas uma coisa é certa, meus filhos vão sair dessa, vivos e sem um arranhado ou então eles vão conhecer o inferno pra só então implorar pra morrer.

Eu, Arthur e Henrique fomos pela frente enquanto o outro grupo ia pelos fundos, escuto o primeiro tiro zumbir no meu ouvido e agora eu sei que é pra valer, me escoro entre uma pilastra e miro no segurança perto do portão, acerto sua perna e Henrique finaliza com um tiro na testa, ele realmente pertence a essa vida, sigo pela frente e escuto no rádio

" dois já foram aqui"

" Preciso de reforço na parte de trás"

Corro para o outro lado e os tiros não param, temos de ser rápidos antes que eles consigam entram em contato com seja lá quem for o dono dessa porra, eles não podem perceber que o ataque ao depósito de armas é apenas uma cortina de fumaça.

Entro no galpão a tempo de ver Íris subindo a escada e atirando em um dos soldados a sua frente e eu atiro em quem está vindo ao seu encontro pelo corredor, percebo Arthur protegendo minha retaguarda e agradeço por estarmos todos aqui hoje, vejo Iris saindo do meu campo de visão e decido fazer sua retaguarda mas ao chegar no topo da escada eu vejo que agora sim está tudo bem meus pequenos estão agarrados a mãe deles que mesmo pequena consegue carregar os dois no colo.

Resisto a vontade de agarrar a minha família e os puxo escada abaixo, agora que os encontramos não podemos dar sorte ao azar. Desço o mais rápido possível e os coloco dentro do carro, meu sogro toma o volante e Iris fecha a porta mandando ele ir.

Íris :Não saio daqui antes de saber se estão todos bem, eles estão arriscando a vida pelos nossos filhos.

Chegamos a tempo de ver Henrique terminando de jorrar gasolina pelo galpão e ateando fogo.

Henrique : NINGUÉM MEXE COM A PORRA DA MINHA FAMÍLIA !!!

— Isso só está começando, vamos, quero tirar meus filhos desse país o quanto antes.

Entrei no carro no lugar do motorista e pelo retrovisor vejo Íris e Arthur se abraçando, pelo visto ela decide ir no mesmo carro já que entra depois de Arthur e reclama ao se sentar

Íris: Acho que não estou com disposição física pra esse tipo de atividade, meu corpo todo dói.

Arthur: Se feriu lá dentro ?

Íris: Não, eu.... Aí..... Arthur aí me ajuda

Arthur: O que é isso ? Você levou um tiro ? Corre pra porra do hospital mais perto, vai ficar tudo bem , eu prometo que vai ficar tudo bem

Caralho ! Alguém prende essa puta dessa bruxa que está solta!

Acelero com o carro e aparentemente com meu peito também, estou suado e nervoso

— Amor, vai ficar tudo bem, eu tô aqui, agora tudo vai se encaixar princesa, nossa família junta novamente eu só preciso que você fique comigo.

Arthur: O que é isso na sua perna? Íris você está sangrando, corre Leonardo ela está perdendo muito sangue.

Vejo pelo retrovisor ela dizer algo no ouvido dele e então chegamos ao hospital, Arthur sai correndo levando ela no colo gritando pelo hospital e eu frustrado acreditando que enfim tudo ficaria bem, mas algo me diz que ainda tem muita coisa por vir

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