Capítulo 10

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Capítulo 10

Assim que entramos no trailer eu me virei fechando a porta rapidamente, Maya passou por todos indo até janela do trailer. Nesse momento que ela virou de costas eu lembrei do rasgo de suas roupas.

— Lilian, Alyson alguma de vocês duas tem uma roupa para emprestar para a Maya? A dela rasgou – falei. Por algum motivo eu não queria que ninguém ficasse vendo seu corpo e o rasgo do vestido era grande o suficiente para mostrar a meia calça e sua bunda, e ela claramente não usava calcinha e nem sutiã. Algo que tentei não pensar muito para não ficar duro.

— Sim, claro.

— Obrigada – Maya falou – sei que é pedir muito, mas pode ser algo que deixe as costas livres? Não quero rasgar nenhuma roupa por precisar deixar minhas asas livres.

— Ok... acho que podemos ter algo – Lilian falou e foi até a bolça.

— Antes de eu explicar se importam de me dizer que ano estamos?

Eu e Braxton nos olhamos confusos.

— Estamos em 2018.

—Oh Deus – ela falou e caiu no chão, seus olhos arregalados.

— O que foi? – Kyan perguntou.

— Eu dormi por 500 anos – ela falou.

— Puta que pariu – Alyson disse olhando para ela – ta de brincadeira?

Maya torceu o nariz.

— Na minha época, nós mulheres não falávamos tal palavreado. Eu deveria saber que havia passado muito tempo, o vestuário mudou muito, mas não tinha noção que fosse tanto tempo.

— Ok, desculpa Maya né? – Lilian falou e entregou para ela um outro vestido – você pode voltar e falar do início? Por favor? Eu não estou entendendo e imagino que ninguém aqui esteja.

— Ok, obrigada – ela disse para Lilian levantando o vestido.

— Bom, a primeira coisa que precisam saber sobre mim é que nasci no século XIII, mais precisamente dia 13 de setembro de 1200, nasci em Roma na Itália. Uma das primeiras gárgulas mulher nascida em mais de 100 anos, algo que trouxe orgulho a meus pais. As gárgulas são... Como posso dizer, elas são frias, não damos razão a sentimentos, nossas alianças são causadas por status e força. Temos um senso de honra muito grande. Somos guerreiros por natureza. Homens e mulheres lutando lado a lado para preservar a humanidade. Treinamos desde os 5 anos, lutar é a segunda natureza de uma gárgula, a primeira é voar.

Apesar disso, não temos muito contato, não rimos, não brincamos, casamentos são para procriar e só. Eu nunca fui assim. Isso foi visto como um defeito, mas nada foi feito, afinal acabei me tornando uma das mais letais do meu clã. Minha reputação de assassina havia rodado o mundo.

— Contra o que lutavam? – Kyan perguntou.

— Contra todos os seres das trevas, é claro. Vampiros, demônios, lobisomens, zumbis, bruxas.

— Ai minha nossa senhora – Alyson falou sentando no sofá enquanto se benzia.

— Eu vivi por 400 anos lutando, eu me neguei a me acasalar com qualquer macho do meu clã, eu queria esperar pro meu companheiro destinado. Toda a gárgula tem seu companheiro, mas pela maioria ser tão desligada emocionalmente, nunca os encontrava, e se encontrava não se importava. Um dia meus pais decidiram me casar com um macho do clã. Eu o odiava, mas ele era tão bom lutador quanto eu, e ela filho do líder do clã. Era um casamento perfeito no ponto de vista de meus pais.

Eu não podia casar com ele, eu provavelmente o mataria em seu sono e isso me condenaria a morte. Então fugi, eu voei da Itália para Inglaterra, onde outro clã residia. O objetivo era pedir para entrar em seu clã, mas de novo eles só me aceitariam se eu me casasse com um dos seus. O que também recusei. Eu fiquei desolada, não sabia o que fazer. Acabei por entrar numa floresta e entrar em transe, é assim que chamamos quando descascamos tanto a nossa pele ao ponto de virar totalmente rocha. Nesse estado eu sou somente uma casca de mim mesma.

Eu não tinha noção que iria ficar tanto tempo em transe – ela bancou a cabeça. Então olhou para mim – então você me acordou.

— Eu? – perguntei confuso, até que arregalei os olhos quando percebi – você era a estatua no parque.

Sexo, Morte e Rock n RollOnde histórias criam vida. Descubra agora