Capítulo IX

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■ A OUTRA FACE DA LUA ■

Ao perceber que conversar não ia funcionar para trazê-la de volta, Sasuke seguiu o pedido dela, saiu de lá correndo, com a Sakura ainda desacordada. Seus ferimentos estavam muito feios, e carregar alguém naquele estado estava sendo muito difícil para ele.

Quando se afastou uns metros caiu no chão cansado e ofegante. Pensando ter se distanciado o suficiente, esqueceu totalmente que não tinha ideia do alcance do Byakugan de Hiyori. Se assustou ao perceber uma estaca sendo lançada em sua direção, mas conseguiu desviar, Hiyori estava bem a sua frente, e parecia estar levitando.

— Não me diga que você voa também. — Inconformado.

Ela estendeu sua mão direita na direção de Sasuke que estava em pé em sua frente, e a areia que foi absorvida antes, agora estava sendo devolvida em dobro, Sasuke tentou desviar, mas foi atingido de raspão caindo no chão já longe de Sakura.

Quando olhou na direção que Hiyori tinha vindo, notou um caminho completamente destruído, não tinha mais árvores, nem gramas, nem animais vivos. Engoliu seco ao ver a garota se aproximando, e tentou se arrastar para trás, mas seu corpo não movia mais nem um fio de cabelo.

Estava esperando pelo pior, já não podia fazer nada, mas por sorte viu o byakugan da mesma destaivando, e o terceiro olho se fechando, ela caiu desacordada em cima do mesmo, seu corpo pálido parecia mais frio que de costume, e ele não ouvia sua respiração.

Por estar embaixo dela e sem muita força, não conseguia levantar, levou uma de suas mãos até as costas da garota e sentiu algo quente escorrendo, ao subir a mão mais um pouco sentiu uma kunai cravada em suas costas.

Ao tirar o cabelo de Hiyori que antes tapava sua visão, viu Sakura em sua frente com um olhar assustado, sangue nas mãos, e em posição de ataque. Logo percebeu que a pessoa a fazer isso foi ela, Sasuke com a força que já não tinha, conseguiu sair de baixo dela, e sacou a kunai, tentando estancar o sangramento.

A respiração dela estava cada vez mais fraca, e o sangramento não parava. — Droga Sakura — diz enquanto pressiona suas mãos firmemente contra o ferimento.

— E-eu... Ela ia matar você, eu tinha que fazer alguma coisa, e você me salvou, eu tinha que fazer o mesmo. — Olha para ele.

Ele virou o rosto na direção dela com uma expressão irritada. — Eu não te salvei, foi a Hiyori. — suspira — Anda, me ajuda aqui.

Sasuke disse pra ela tirar a roupa da mesma e estancar o sangramento, deu as bandagens que carregava para Sakura, e se afastou dali para que ela fizesse. Ela parecia estar arrependida, mas ainda assim não poderia deixar o garoto que ela gosta morrer, mesmo que machucasse alguém que salvou sua vida.

Ao abaixar o kimono dela, pode ver claramente o ferimento deixado pela kunai, tinha sido profundo, e não parecia nada bom. Depois de enfaixar completamente, colocou o kimono novamente, e a carregou. — Temos que voltar pra vila, ela não está nada bem. — diz Sakura se aproximando de Sasuke.

— Você está num estado melhor que eu, deixa que eu levo ela, você precisa ir ajudar o Naruto, a luta já deve ter terminado. — Diz pegando Hiyori no colo.

Sakura não hesitou, rapidamente correu em direção a onde estava Naruto, estava muito preocupada com o que tinha acontecido, afinal ele lutou pra proteger ela e o Sasuke. Enquanto Sasuke foi para vila, Sakura estava chegando perto de onde antes ocorria uma luta.

Ao chegar, viu naruto caído no chão com sangue no rosto, e Gaara caído no chão, também com sangue no rosto na frente do Naruto.

— Você não precisa mais ficar sozinho. — Disse Naruto.

— No fundo somos iguais, você também seria como eu, se tivesse ido para o mal. — encara o loiro.

— Encontrei amigos por quem lutar e proteger, sei que você também tem alguém. — sorriu.

Gaara não ia levar a sério, mas por algum motivo, seus pensamentos foram parar no sorriso de seus irmãos, Temari e Kankurou. Não demorou muito até que esses dois chegassem e carregassem Gaara para irem embora.

— Kankurou, Temari, me desculpem. — diz com sinceridade ao olhar nos olhos dos irmãos.

Temari que não era de chorar, sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, já kankurou deu um lindo sorriso para o irmão. — Não esquenta com isso. — Respondeu Kankurou. Gaara por fim deu um leve sorriso se mostrar os dentes, antes de pegar no sono ainda s carregado.

Sakura também pegou naruto no colo e o levou de volta para vila. Ao chegar no hospital e entregar Naruto para os médicos, percebeu Kakashi caminhando em círculos com o rosto coberto de preocupação.

Claramente ela não entendeu, não é como se Naruto e Sasuke nunca tivesse se machucado em missões. Ao se aproximar, perguntou onde estavam os garotos, Kakashi nada respondeu, mas apontou na direção de um dos quartos.

Ela estava prestes a sair, quando uma enfermeira estava se aproximando e Kakashi foi até ela rapidamente. — Como a Hiyori está? — impaciente.

— O ferimento já foi curado, e sua respiração já está estável, porém vai precisar ficar em observação por alguns dias. — diz gentilmente.

Kakashi soltou um suspiro de alívio, e agradeceu. — Posso vê-la? — pergunta ele.

— Você é algum familiar dela? — diz procurando nos registros.

— É minha filha. — Na mesma hora, a enfermeira encontrou o registro de adoção, e disse o quarto que ela estava, agora satisfeito, ele foi rapidamente até o quarto.

Sakura que estava vendo aquilo, sentiu seu coração apertar um pouco, ela não fazia ideia, quase tinha matado a filha do seu sensei. Começou a se perguntar se poderia ter agido de outra forma, então desde aquele momento se preparou pra pedir desculpas para a garota que salvou sua vida.

Os dias se passaram, e todos haviam recebido a notícia que o terceiro Hokage, Hiruzen, havia falecido durante a luta contra Orochimaru para salvar a vila. Mesmo idoso, ele conseguiu lutar e evitar danos mais sérios na vila, e conseguiu selar os braços de um sannin lendário.

Seus feitos foram reconhecidos por todos os cidadãos da vila, e foi homenageado em seu funeral. Konohamaru estava arrazado, havia acabado de perder seu avô, e Asuma então, estava também muito abalado, seu pai era um exemplo para ele, e ele o amava muito.

— Descanse em paz, meu pai.



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