Sarah Jenkins sonhava com o dia em que seria aprovada na sua faculdade dos sonhos. Ao lado do seu amigo de infância David, ela se dedicava extremamente aos estudos. Sua mãe a apoiava desde pequena quando decidira o que queria ser, porém, com seu pai...
Hoje era sexta-feira e a lanchonete Darius estava relativamente vazia, o reservado seis, como sempre, estava ocupado por Olivia, Alice, James e Oliver, eles estavam comendo uma porção grande de batata frita com queijo. Agora eles estavam desfalcados, sem Itan. O garoto tinha ido fazer uma de suas entregas.
Estava rabiscando no meu bloco quando vi Oliver se aproximar do balcão parando em minha frente.
— Posso ajudar? — sorrio gentil.
— Na verdade sim, quando podemos conversar em particular? — Oliver fala baixo só para mim ouvir, olho para David que fingia não prestar atenção em nós. Me supreendo com o pedido de Oliver.
— An, eu saio as seis — olho para o relógio na parede, faltava vinte minutos para o expediente acabar. — Se quiser esperar.
— Ok, te espero do lado de fora — Oliver sorri e depois vai até David acertar a conta.
Logo Alice aparece no meu campo de visão.
— Como foi no vestibular? — ela me pergunta, Alice também tinha ido fazer na UFV.
— Ganhei cinquenta porcento da bolsa — falo enquanto ela procurava o dinheiro na bolsa para acertar.
— Uau, isso é demais! Você fez para medicina, né? — ela me entrega o dinheiro.
— Sim e você? — pego as cédulas.
— Psicologia, não consegui a bolsa, mas vou estudar mesmo assim lá — ela sorri.
— Que legal!
Alice se despede levando consigo uma trufa de morango. Agradeci aos céus que David atendeu Olivia, ela me lançou olhares de desdém e saiu rebolando pela porta da frente. James acertou comigo logo em seguida e também se despediu.
Fui até a mesa deles limpá-la, tinha apenas mais duas mesas ocupadas. Enquanto terminava, vi Itan entrar pela porta da frente, ele tirou seu boné e abanou seus cabelos, foi até a cozinha guardar a caixa e depois voltou, seu olhar vagou pela lanchonete até me encontrar. Ele sorriu e eu também.
Itan veio com um borrifador de água em mãos, parou ao meu lado.
— Vou te ajudar — ele disse, senti algo molhado encontrar meu pescoço. Itan tinha borrifado água em mim.
Olhei para ele, estreitando os olhos. O garoto ao meu lado se segurava para não rir.
— Foi sem querer — ele diz, reprimindo os lábios.
— Aham, sei — falo passando por ele indo até a próxima mesa. — Se quer me ajudar limpa aquela — digo apontando para a mesa que um casal acabara de sair.
— Sim, senhora — olho para Itan que fazia um gesto militar de dois dedos.
Balanço a cabeça em negativa enquanto limpava a mesa.
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Quando venceu nosso horário, saímos da lanchonete, me despedi de Frida, Itan e David, senhor Darius iria fechar hoje.
Oliver estava encostado em um poste próximo a minha moto. Caminhei até ele, Itan passou de moto olhando para gente e David também quando saiu com seu carro. Eu não sabia o que Oliver queria comigo, mas parecia importante.
— Então, o que quer falar comigo? — pergunto casualmente, esperando ele dizer algo.
— O baile de arrecadação está chegando, o Itan já te convidou? — ele pergunta.
Franzo o cenho, desconfiando a onde aquela conversa iria chegar.
— Não, por quê? — indago.
— O que acha de ir comigo? — ele me pergunta esperançoso.
— Ir com você? — falo processando a pergunta.
— Eu preciso que você vá comigo — ele fala suplicante.
— Precisa? Como assim? — falo sem entender.
Oliver suspira.
— Você pode ir comigo ou não?
Eu não sabia o que responder, e se realmente Itan virsse me pedir para ir com ele? Não conseguia entender o porquê de Oliver querer ir tanto comigo, não éramos próximos, isso estava bem estranho, parecia até que...
— Sua irmã pediu para você me chamar? — ergo as sobrancelhas para ele.
— Como você sabe? — ele me olha surpreso.
— Deduzi — falo.
Mais uma suspiro de Oliver.
— Eu não tenho escolha, se eu não convencer você a ir comigo, ela... ela... — Oliver parecia apreensivo.
— Ela? — incentivo ele a dizer.
— Ela vai revelar um segredo meu — Segredo? Franzo o cenho, eu não estava entendendo absolutamente nada do que Oliver estava dizendo, mas sabendo que sua irmã estava por trás daquilo sabia que não era coisa boa.
— Oliver, me desculpe, você está me deixando confusa — falo para ele, o garoto a minha frente suspira mais uma vez.
— Se eu te explicar tudo, você promete me ajudar? — havia uma ponta de desespero em sua voz. Eu tinha medo de acabar prometendo algo que não tivesse ao meu alcance, mas a aflição de Oliver me fez concordar.
— Quer ir até a praça para conversarmos melhor? — proponho, o garoto assenti.
Cinco minutos depois já estávamos na praça central sentados em um dos bancos de madeira próximo ao chafariz.
— A Olivia sabe de um segredo meu, que eu tenho custado muito para deixar guardado, ela vem me manipulando para conseguir as coisas que quer, ela é uma mimada — Oliver fala com a voz cheia de ressentimento da irmã. — Ela fez com que eu convencesse Itan a ficar com ela, tudo para ela se gabar depois, nunca cai no papo que ela gostasse realmente dele, acho que tem mais a ver com obsessão, pois depois que ele se aproximou de você, ela se sente como se tivesse sido trocada e não aceita isso, ela já até comprou o vestido do baile e planejava ir com o Itan — Oliver suspira, e eu o olhava incrédula com tudo que ele estava dizendo. — Enfim, ela quer que você vá comigo e rejeite Itan, para ele sentir como é ser trocado e voltar para os braços dela.
— Isso é loucura! — exclamo, tentando absorver as informações.
— Eu não queria fazer parte desse plano mirabolante dela, eu juro, Sarah, mas se eu não fizer o que ela manda... — Olho para Oliver, lágrimas se formavam em seus olhos. Eu não sabia o que se tratava o segredo dele, mas parecia ser algo sério, não podia acreditar que a irmã dele estava o usando dessa forma. Raiva e indignação gritavam dentro de mim.
Eu não queria magoar Itan, mas se não aceitasse ir com Oliver, ele provavelmente estaria encrencado. Eu não sabia o que fazer.
— Nunca imaginei que a Olivia fosse tão baixa — falei esboçando descontentamento em minha voz. Oliver olhava para baixo, para os pés, ele parecia esgotado, e assim como eu ele também parecia não saber mais o que fazer. — Esse segredo seu Oliver seria muito grave se fosse revelado? — pergunto a ele, provavelmente ele não iria querer compartilhar sobre o que realmente se tratava, visto que era um segredo, mas eu queria saber a gravidade do caso, não conseguia imaginar algo que Oliver quissesse tanto esconder ao ponto de se deixar manipular pela irmã.
