54| Capítulo Cinquenta e Quatro

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Eu queria fazer uma tatuagem, uma igual a de Itan, um pequena estrela em homenagem ao meu pai, eu havia decidido, e iria até o fim. Itan conversou com o tatuador que disse que iria me atender, já no estabelecimento, senti uma onda de nervosismo me atingir, mas Itan estava ao meu lado passando confiança, escolhi o pulso direito para realizar a tatuagem, e por fim foi mais tranquilo do que pensei, a dor foi suportável e como a tatuagem era pequena acabou bem rápido. Eu fiquei muito feliz com o resultado, agradeci ao tatuador e lhe paguei pelo seu trabalho.

Itan me levou de volta para casa e eu mostrei para minha mãe o que havia feito e a razão em especial. Ela ficou emocionada e encantada. Depois de tudo isso fui me deitar, o dia tinha sido longo e eu estava cansada. Mamãe não abriria a Doce Sonhos amanhã, mas ela pretendia continuar com a padaria.

Na manhã de sábado mamãe pediu que eu fosse ao mercado comprar algumas coisas para ela que não teve tempo pois estava cuidando de papai. Eu peguei minha motoneta e dirigi para o mercado mais próximo, a partida do meu pai ainda não parecia real, era como se quando eu voltasse para casa e ele ainda estaria lá. Era difícil de acreditar.

Voltei para casa com as sacolas de compra e levei até a cozinha para mamãe.

— Uma pessoa veio aqui atrás de você — mamãe fala enquanto cortava cebolas.

— Quem? — pergunto tirando as coisas para guardar.

— Derek — ela anuncia.

— Derek? — franzo o cenho. — O que ele queria?

— Ele disse que te mandou mensagem, mas você não viu — claro, David tinha o bloqueado. — Então — mamãe continua —, ele apareceu aqui te ver, veio prestar suas condolências, mas como não estava, pediu que lhe avisasse.

— Foi legal da parte dele — digo, havia sido mesmo. Apesar dos pesares, Derek se importava, ele era uma pessoa boa, só tinha tomado más decisões.

Eu havia o perdoado e o que ele havia feito pertencia ao passado.

— Depois mando uma mensagem para ele agradecendo — falo para ela com um sorriso mínimo.

Depois do almoço subi ao meu quarto atrás do meu celular, com ele em mãos me sentei na cama e desbloquei o contato de Derek. Tinhas umas mesnagens antigas dele, em uma tentativa de conversar comigo e uma mais recente onde dizia:

Fiquei sabendo do seu pai, sinto muito mesmo, Sarah. Ele era uma pessoa incrível, sei que ele não gostava mais de mim, mas eu ainda o considerava muito, vocês foram muito especiais para mim e marcantes em minha vida. Fique bem, saiba que te desejo o melhor.

Mordo o lábio inferior após ler a mensagem de Derek, suas palavras eram singelas e sinceras. Eu tinha que respondê-lo.

Oi, Derek. Mamãe contou que apareceu aqui, obrigada pelas palavras. Você também foi especial para mim, e meu pai gostava sim de você, só estava chateado pela razão do nosso término. Também te desejo o melhor.

Suspirei após enviar a mensagem, eu estava colocando o celular de volta na mesinha quando o som de notificação veio, olhei em nossa conversa.

Obrigado por me responder, Sarah.

Sorrio mínimo ao ler a mensagem.

Na segunda-feira eu fui a aula, e também voltaria trabalhar na Darius

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Na segunda-feira eu fui a aula, e também voltaria trabalhar na Darius. David tentava levantar meu astral, mais tudo ainda era muito recente, eu precisava de um tempo para aceitar a perda e continuar. Mostrei ao meu amigo minha tatuagem, e ele gostou bastante. Ela era singela e significativa, uma pequena grande homenagem. Meu pai costumava me chamar de girassol e eu nunca disse isso a ele, mas ele era meu sol, e iria continuar aquecendo meu coração até o fim dos tempos.

O intervalo já estava terminando, quando David saiu para ir ao banheiro e eu fiquei ali na mesa esperando ele voltar. Estava cabisbaixa que nem percebi uma pessoa se aproximar. Quando olho para o lado quase me sobressalto ao ver Olivia sentada ali ao meu lado.

— Oi — ela sussurra, sua voz era tão suave, que era difícil de acreditar que era a dela.

— Oi — respondi ainda sem entender sua aproximação repentina.

— Eu sinto muito por seu pai — a garota ao meu lado diz sinceramente.

— Obrigada, Olivia — aceito seus pêsames, com um pequeno sorriso educado.

— Na verdade eu sinto muito por tudo, pelo tapa que eu te dei, pelas coisas horríveis que eu te disse. — Ela suspira. — Eu pensei que você estivesse roubando o garoto que eu gostava, mas nunca foi você, eu que afasto as pessoas ao meu redor, eu afastei o Itan, a minha mãe, o meu irmão, Alice ainda está ao meu lado, mas eu não mereço ser chamada de amiga por ela — mais uma vez ela pausa para suspirar. — Eu estivesse pensando todos esses dias, você tinha razão nas coisas que me disse na lanchonete, eu arruinei tudo, pois só estava pensando em mim — olho para Olivia, seu rosto esboçava tristeza, ela passou uma das palmas perto dos olhos tentando afastar qualquer lágrima.

Suspiro absorvendo tudo que Olivia me disse, eu não podia negar que estava supresa por ela vir falar comigo, eu não imaginei essa atitude vinda da parte dela, mas estava feliz por sua inciativa. Eu realmente esperava que ela se arrependesse. Olivia tinha afastado aqueles a quem ela deveria dar valor, mas dava para ver que ela estava mesmo sendo sincera em suas palavras.

— Uma vez uma pessoa me disse — começo a falar. — Que o tempo para mudar é o agora, se você está arrependida Olivia pode recomeçar, pode se desculpar com todos eles, tenho certeza que vão aceitar suas desculpas assim como estou aceitando.

— Você acha mesmo? — ela me olha com os olhos lacrimejados, mas cheios de esperança.

Concordo com a cabeça veemente.

— Obrigada, Sarah, por me ouvir e me desculpar — Olivia se aproxima de mim e logo percebo sua intenção, abro os braços e recebo seu abraço desajeitado. — De nada, Olivia — sussurro para ela. Olivia então se afasta e se levanta já pronta para sair dali.

Ela olha uma última vez para mim, e sorri agradecida, como se tivesse recebido uma parte da sua redenção. Devolvo o sorriso, e ela enfim se vira para seguir seu caminho.

...

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