Apaixonando-se sob as estrelas

44| Quarenta e Quatro

O final de semana passei todo ao lado dos meus pais, ajudando eles na padaria e aproveitando o momento ao lado deles, papai prometeu que faria as sessões de quimioterapia, e eu me senti mais aliviada, apesar de ainda ter um aperto no coração. David disse que Oliver tinha lhe mandado mensagem e que eles tinham começado a se falar, avisei Itan também por mensagem sobre o meu pai, e ele melhor do que ninguém entendeu minha angústia.

Uma nova semana estava começando e eu esperava que tudo saísse bem, até o momento que vi Olivia entrar sozinha na lanchonete Darius, meu sangue ferveu quando a vi, minha vontade era de pegar aqueles cabelos e a chacoalhar até alguém vir nos apartar. Apertei meus olhos afastando o desejo eminente.

Ela se sentou no mesmo lugar quando vinha acompanhada, apertei meu bloco de notas e segui a passos firmes até ela. Quando me viu sorriu com deboche.

— Olá, Sarah! — seu sorriso era ainda mais largo e falso.

— Olá — digo com a voz fria.

— Por um acaso já comprou seu vestido para o baile? — ela pega o cardápio da mesa e fingi folhear. Sua voz estava me dando nos nervos, e o comentário me fez engolir em seco para não respodê-la de forma inadequada no meu trabalho.

— Não, ainda não, Olivia — dessa vez foi meu sorriso que saiu falso. — O que vai querer?

— Você bem longe do Itan — ela fala baixo, mas sou capaz de ouvir. Aperto meu bloco de notas.

— Ele não é sua propriedade — falo também baixo, mas em um tom que ela fosse capaz de ouvir.

— Nem sua — ela diz estreitando os olhos.

— É, mas eu não hajo como se fosse — meu olho treme e minha voz se sobressalta. Olho para os lados para ver se ninguém tinha percebido nossa pequena discussão.

— Cuidado, Sarah, se eu fosse você media as palavras — ela sorri. — Imagino que meu irmão já tenha falado contigo, acho bom você cooperar — seus olhos esverdeados me penetram, mas não esboço emoção.

— Você me causa repulsa — falo para ela. — Como pode usar seu irmão desse jeito? Você não tem empatia por ele?

— O mundo é dos espertos, nunca ouviu falar disso, não Sarah?! Daqueles que sabem usar as circunstâncias a seu favor — ela sorri ácida.

— Você é louca! — falo para ela.

— E você uma vadia — Me assusto com seu palavreado, mas não me deixo abalar, definitivamente eu não iria reagir a sua ofensa, estando no meu ambiente de trabalho e também não iria descer tão baixo quanto ela.

— Já se decidiu o que vai pedir? — falo firme ignorando sua tentativa de me ofender.

— Um suco de laranja, por favor — ela joga o cardápio por sobre a mesa, pego o cardápio e saio dali a passos firmes.

— Senti o clima tenso daqui — David fala quando contorno o balcão.

— Ela me chamou de vadia — falo indignada .

— O que? Que audácia — David olha para a mesa na qual Olivia estava.

— Ela vai ter o que merece mais cedo ou mais tarde — falo.

— Amiga, que olhar ameaçador é esse!? — David põe a mão por sobre o peito. — Fiquei com medo.

A adrenalina parecia correr por minhas veias, o coração disparado, pronto para qualquer ação inconsequente.

Respirei e inspirei, tentando me controlar. Poucos minutos depois, Frida tocou a campainha no espaço que ela entregava os pedidos. Peguei o suco na bandeja e caminhei até a mesa de Olivia. Ela mexia no celular distraída com sua pose imponente, quando me aproximei dela, balancei de leve a bandeja fazendo o copo virar em sua direção.