08| Capítulo Oito - Itan

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Depois da última vez que vi Sarah na qual conversamos na detenção, a encontrei passando na calçada de casa quando estava indo rumo a casa de James, já que ele tinha me chamado para ir lá como de costume. Notei a garota de lindos cabelos castanhos ficar levemente assustada quando estacionei perto dela afim de lhe oferecer uma carona. Acabei descobrindo que ela iria vender seu carro, por fim ela recusou minha carona, pareceu não querer me incomodar por que suspeitava que estava indo a algum lugar. Eu não me importaria de levá-la, mas não quis insistir, ela parecia decidida em sua escolha. Me despedi dela, mas sabia que em breve nos veríamos de novo, caso ela realmente fosse na minha festa. Eu não tinha tanta certeza que ela iria aparecer lá, mas esperava que sim.

Diriji minha motocicleta preta pelas ruas tranquilas de Paradise até a casa de James. Nós nos conhecemos na oitava série, quando sua família se mudou para cidade e ele começou frequentar o colégio, acabamos nos aproximando e ele se tornou meu amigo mais próximo, sempre me chamou para ir em sua casa passar um tempo jogando, conversando ou então tomar algumas das bebidas que seu pai guardava. Minha mãe porém, no início da nossa amizade não via nele uma boa influência quando nos pegou fumando pela primeira vez na minha casa, a gente tinha quatorze anos e James tinha pegado um maço de cigarro do pai, minha mãe entrou bem na hora em meu quarto, lembro da bronca até hoje, James nunca mais foi lá, mas mesmo assim continuei sendo amigo dele, e quanto aos cigarros nunca mais ponhei um na boca. Não queria decepcionar mais minha mãe.

Quando voltei da casa de James, percebi as luzes da sala ligada, então provavelmente meu pai estava assistindo algum programa, entrei pela garagem, deixei minha moto em seu lugar e iria subir direito para meu quarto. Eu e meu pai nunca fomos próximos, ele nem se quer fazia questão, e desde que minha mãe partiu parecíamos dois estranhos na mesma casa. Todos os dia sentia falta da minha mãe, ela me entendia melhor do que ninguém e sempre esteve ao meu lado, ela nunca desistiria de mim, mesmo se eu vacilasse, enquanto meu pai só parecia viver para seu trabalho como advogado. Era ela quem me defendia quando ele dizia que eu tinha que seguir o mesmo ramo que ele, ela sempre soube da minha paixão por desenho e me apoiava, já para meu pai se eu não fizesse o que ele queria seria um eterno fracassado.

— Onde você estava moleque? — meu pai cruza comigo indo para cozinha enquanto seguia para as escadas.

— Na casa do James — O respondo sem ao menos parar para olhá-lo.

— Sônia deixou comida para você na geladeira! — ele diz.

— Estou sem fome — respondo simplismente já subindo o primeiro degrau das escadas.

— Ei — ouço a voz do meu pai me chamar. Me viro para ele, seu rosto impassível, seus olhos negros e grandes como os meus me olhavam diretamente, se ele pensava que me intimidava estava enganado. — Só para lembrar que depois de amanhã vou viajar a trabalho e quando voltar quero tudo em ordem. Entendeu?

Assinto para ele e subo enfim para meu quarto. A água quente me deixou relaxado, quando sai do banheiro enrolado por uma toalha em minha cintura procurei por uma roupa confortável para vestir, peguei uma bermuda azul e uma camiseta bege, vesti as peças e me joguei em meu colchão, sentindo meu corpo relaxar ainda mais. Na mesa de cabeceira, pego um retrato meu com minha mãe, seu sorriso largo sempre brilhava em seu rosto, ela me mandava sorrir para as pessoas, pois era um gesto lindo que deveria ser praticado mais vezes. E automaticamente eu sorrio ao lembrar de um dos ensinamentos de minha mãe, eu sentia tanto a falta dela, não compreendia porque ela tinha que ter partido, foi tirada de mim a pessoa que mais amava nesse mundo. Coloco o porta retrato no lugar e procuro pelo meu celular que tinha jogado na cama, me sento, com o dispositivo em mãos, abro o aplicativo de mensagens e me deparo com Olivia me mandando fotos dela com diferentes vestidos perguntado qual eu gostaria de vê-la na minha festa, havia mensagens de James também me pedindo dinheiro emprestado. Fecho o aplicativo, mais tarde os responderia, me levanto e vasculho minha mochila em busca do caderno que tinha começado um desenho na detenção, após achá-lo me sento na escrivaninha, do meu porta-lápis escolho um e dou continuidade no meu desenho afim de terminá-lo, era o desenho de um foguete em meio as estrelas, me imaginava dentro dele viajando pelo céu e ganhando o espaço.

Apaixonando-se sob as estrelas Onde histórias criam vida. Descubra agora