— Eai como foi andar na garupa do Itan Smith? — David questiona ao meu lado enquanto pegavámos os livros que iríamos precisar no dia de hoje em nossos respectivos armários.
— Desconcertante — confesso para meu amigo, lembrando do meu corpo próximo ao de Itan, do meu coração desajeitado se acelerando assim como sua moto no momento em que ele arrancou e minhas mãos seguraram nele. A situação poderia ter sido desconcertante, mas eu não me negaria em repeti-la.
— Se fosse eu tinha aproveitado e me agarrado bem aquele abdômen — David fala provocando um riso da minha parte.
— É claro que você ia! — digo fechando meu armário, não tendo dúvidas que meu amigo se aproveitaria de uma situação como aquela.
Nesse mesmo instante, vejo Itan e seus amigos atravessando o corredor vindo na direção na qual estávamos. Meu olhar cruza com o dele em um breve instante e um sorriso de canto aparece em seus lábios ao me ver, sorrio de volta minimalista e olho para David, mas ele estava concentrado procurando algo em seu armário.
— Não acho o livro de física, devo ter esquecido em casa — ouço David ao meu lado. Mas minha cabeça estava ainda em um sorriso charmoso de segundos atrás.
— Ei — ele estrala os dedos a minha frente. — O que eu faço?
— Eu empresto o meu, falo com a professora para você se juntar comigo — sorrio em sua direção, dando uma solução ao problema. — Sorte a sua que ela é legal, porque se fosse o professor Horário...
— Nem me fale, era perigoso ele me expulsar da sala — rimos juntos. Ele tinha razão, seria a cara do professor Horácio fazer aquilo.
Na sequência nos encaminhamos lado a lado para nossa sala, pois nossas aulas já iriam começar.
Hoje na Darius, o movimento estava tranquilo, Itan e seus amigos não tinham aparecido, nem mesmo Alice ou Olivia. Desde o dia do acidente com o suco não a vi mais, o que para mim estava ótimo.
David tinha pedido para o senhor Darius para sair amanhã mais cedo, já que era o dia de fazer seu exame prático de carro, nosso patrão autorizou sem problemas, me deixando encarregada de fechar o caixa.
A todo instante eu estava passando energias positivas para meu amigo, ele estava bem confiante e eu acreditava que ele passaria na prova fácil, fácil.
— Sabe o que eu estava pensando? — David fala ao meu lado.
— O quê? — indaguei.
— Poderíamos esse ano ir combinando camisetas ao festival municipal? — ele tinha um sorriso no rosto.
— Isso seria legal! — concordo com ele.
— Nossas fotos juntos iriam ficar magníficas!
— Curti a ideia — falo ao meu amigo.
— Pode deixar que eu providencio as camisetas perfeitas — ele fala fazendo um sinal de ok com os dedos.
Concordo sorrindo.
Quando venceu nosso expediente seguimos nossa rotina habitual de voltarmos para nossa casa juntos. Cheguei em casa e me deparei com mamãe decorando um bolo, após tomar banho e me trocar me juntei a ela para ajudá-la, o jantar estava pronto, mas papai ainda não tinha chegado ele ficava para fechar a padaria.
Enquanto posicionava alguns mm's no local onde minha mãe havia indicado, papai aparece pela porta principal, ele tinha o semblante cansado, ele nos cumprimentou e subiu para se arrumar para o jantar. Enquanto papai não descia eu e minha mãe terminamos o bolo por encomenda.
— Tudo bem, pai? — pergunto a ele agora que estávamos todos reunidos.
— Sim, querida! — ele responde me lançando um sorriso amarelo enquanto repetia a comida, mas ele não parecia bem.
— A Sarah tem razão Charlie você tem que consultar com um médico, mal tocou na comida...
— Eu estou bem — ele repete não esperando mamãe terminar.
— Você disse que ia se consultar, eu vou com você se quiser...
— Não precisa se preocupar...
— É claro que vou me preocupar, você é meu pai — falo um pouco nervosa com sua teimosia. Ele olha para mim e solta um suspiro.
— Amanhã eu vou, está bem? Satisfeitas? — ele olha também para mamãe. Ela concorda assim como eu.
Mas eu só ia ficar satisfeita quando ele realmente tivesse ido ao médico.
A nossa manhã de sexta no colégio passou rápida, nada de extraordinário. Eu e David nos concentramos em estudar, o vestibular estava cada vez mais se aproximando, tínhamos que manter nosso foco se quiséssemos conseguir uma vaga. Além do vestibular o que nos deixava ansiosos, era poder finalmente comprar nossos veículos de locomoção, David tinha economizado tanto e estava se dedicando para tirar sua carteira, seria uma grande conquista para ele.
— Amiga sabe o que eu ouvi? — David aparece ao meu lado no balcão.
— O quê? — indago curiosa.
— O senhor Darius falando com a Frida que está pensando em abrir um delivery da lanchonete e ele ia precisar de alguém para as entregas. Tomara que seja um garoto bem gato — ele fala suspirando.
— Dav sossega! — falo para ele rindo.
— O que foi? Não posso nem mais sonhar?
Balanço a cabeça em negativa para ele, meu amigo não tinha jeito mesmo.
Quando David saiu da Darius um pouco antes do seu horário marcado para realizar a última prova, eu desejei muita boa sorte, estaria torcendo por ele. Meu amigo agradeceu e disse que mandaria mensagem quando terminasse.
Eu fiquei sozinha na recepção, mas faltava pouco para a lanchonete fechar, então o movimento era calmo, eu conseguia dar conta.
Eu estava esperando Frida terminar de fazer um dos pedidos, enquanto isso chequei meu celular, Itan não tinha mandado nenhuma mensagem desde o dia que ajudei ele a entender a matéria, será que era só por causa disso que ele estava conversando comigo? Eu havia visto ele pelos corredores do colégio, ele apenas me lançava um sorriso de canto quando estava com seus amigos e só. Nenhuma foto, nenhum bom dia. E como dificilmente eu puxava assunto, provavelmente as coisas voltariam a ser como antes, a menos se ele resolvesse falar comigo. Mas isso não era uma coisa que eu deveria me preocupar, meus pensamentos tinham que estar voltados para a aprovação, eu tinha um sonho para correr atrás e eu tinha prometido que não me deixaria dispersar por emoções.
...
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Apaixonando-se sob as estrelas
Ficção AdolescenteSarah Jenkins sonhava com o dia em que seria aprovada na sua faculdade dos sonhos. Ao lado do seu amigo de infância David, ela se dedicava extremamente aos estudos. Sua mãe a apoiava desde pequena quando decidira o que queria ser, porém, com seu pai...