Sangue Azul

I

Com a forte tempestade se esvaindo do céu em uma noite sombria e fria, a alma de Urokudaki, o rei de um dos sete reinos de Ainyamara, se esvaziava do seu corpo, na enorme cama com seus filhos ao seu lado, Tomioka Giyuu e Tomioka Aoi.

A menina de 17 anos chorava ao tronco do pai enquanto o irmão mais velho de 23 anos, segurava a mão do homem, sem demonstrar o medo, a tristeza, tudo de confuso que acontecia dentro de si.

- Pai... - Dizia ele em um sussurro, fazendo com que apenas os três com o nome real daquele enorme quarto, onde havia criados observando tudo aquilo com um nó na garganta, quase chorando, ouvissem.

Alguns dos guardas reais daquele lugar, que cuidavam das costas do rei, Sabito e Murata, cujo as origens de seus sobrenomes eram desconhecidas, a enfermeira mais renomada do reino, Shinobu Kocho que com apenas 20 anos, tinha uma inteligência acima do normal, fazendo com que os outros acreditavam que ela era uma bruxa, sua irmã mais nova aprendiz Kanao, que não esboçava nenhuma reação e Nezuko Kamado, que apesar de ser um pouco mais nova que Aoi, era sua criada pessoal.

- Giyuu... guie esse reino para o fim da violência, guerra... - Ele dizia com dificuldade, sem abrir totalmente os olhos. - Aoi, cuide de seu irmão... E se torne uma mulher a qual fará sue futuro marido e rei um homem melhor... Amo vocês, minhas crianças...

Aoi, mesmo tendo seus créditos, tendo total noção de que não vivia para se casar, como se aquilo fosse a única coisa que se importava, não conseguiu ficar brava com o pai em seus braços. Apenas afirmou lentamente com a cabeça.

Giyuu no entanto, sabia de que agora, tudo caia em cima de seus ombros, apesar de ter sido obrigado a nascer para tudo isso. O medo de perder seu pai era ruim, mas ele já esperava isso, Giyuu sabia que as pessoas partiam, não importa a hora, sabia que este dia ou noite chegaria, queria que o pai descansasse, mas agora, havia medo. Insegurança. E haveria muitos pesadelos consigo tomando o trono para si, mesmo sabendo que agora, a nova geração era quem estava tomando conta dos 7 reinos.

A última lufada de ar foi solta pelo homem mais velho do quarto, deixando claro, o esvaziamento de sua alma do local.

[ ... ]

Após algumas horas, o Tomioka mais velho, Shinobu Kocho, Sabito e Murata eram os únicos ao quarto do rei.

Aoi foi levada para o quarto com Nezuko e Kanao, que atendeu só pedido de Shinobu de acompanhar a princesa e ficar lá com Nezuko para ver o que precisar.

- Tomioka-sama, você se torna o novo rei a partir desta noite. - A única mulher daquele lugar dizia, cobrindo o rosto do antigo rei morto. - Não sou eu quem decide o resto das coisas, mas posso preparar seu amado pai para um enterro digno de um rei. Depende apenas de você e a princesa.

Shinobu Kocho tratava de seu rei como rei. As vezes, não apoiava as opiniões pessoais do homem, mas sabia que ele era sim um bom governador. Não gostou que no seu leito de morte disse para Aoi se casar, devia ter dito algo de útil! Mas mesmo assim, cuidaria das coisas para Giyuu e Aoi se tivesse permissão.

O de cabelos cumpridos, que ainda estava sentando ao lado do pai, soltou sua mão e apenas de levantou.

- Kocho, descanse, provavelmente o novo concelheiro chegará amanhã, assim que ele chegar, resolvo tudo com minhas próprias mãos. Mas obrigado. Murata, Sabito, assumam seus postos. Meu pai morreu está noite, mas vocês ainda devem cuidar do castelo.

O homem era frio e as vezes, sem perceber indiferente ou arrogante com até mesmo os mínimos detalhes ou coisas. Shinobu apenas fez a referência ao novo rei e saiu do quarto, indo em busca de Kanao para voltarem para casa.