Sangue Azul

XV

20 Minutos antes

Shinobu ainda pensava em quando passou por Giyuu e sentia algo palpitar, sentia alguma coisa. Talvez angústia por não derem continuidade ao que começaram.

Desta vez, não participou do evento especial que acontecia no salão.

Estava colhendo flores para fazer suas mágicas como médica. Sabia que não era lá seguro ficar no jardim do castelo esse horário, já que a maioria dos guardas não estavam ali, e sim no salão de festa, mas era o único em que conseguia ficar em paz.

Bem, ao mínimo foi o que ela pensou.

Colhendo sob a luz do luar e mais algumas tochas, Shinobu escutou barulhos, ruídos e lâminas.

De repente, a visão iluminada que tinha das flores ficou escura, Shinobu já estava assustada, porém atenta a tudo. Isso trazia memórias ruins de seu passado.

Assutada, olhou para trás e viu a figura gigante de Douma, o concelheiro de Giyuu, o qual ela não conseguia se livrar.

- A-ah, Douma-sama, você não devia estar no salão de festas? - Perguntou, se levantando e limpando a mão na própria roupa.

- Eu devia, mas gostaria de ficar um pouco mais com você. Seria problema? - Dizia o homem, com um sorriso em seu rosto. Um entusiasmo grande.

- Na verdade, eu estou ocupadíssima. Estou trabalhando. Imagino que você não queira me acompanhar nisso, é bem chato.

- Adoraria acompanhar você, gostaria de te ajudar, estou a suas ordens, Shinobu-chan. - Bateu palmas animado, mas depois disso, ele abriu os olhos. Os olhos coloridos e maus que Shinobu não tardou em conhecer e reconhecer o terror e perigo que passará novamente.

"Sabe, você me lembra muito alguém do passado que eu conheci. Os mesmos cabelos, a única diferença é a coloração roxa nas pontas, mas a face é igualzinha. É idêntica. Eu nunca me esqueceria de alguém que conseguiu me deixar com cicatrizes com as unhas." - O Atsutsuki levantou as mangas das blusas pesadas que estavam em si. Haviam três arranhões em um braço, e quatro no outro. - Precisei mata-la antes de fazer amor com ela."

Em um passe de mágica, mas de terror, Shinobu lembrou. Lembrou de tudo e como o homem havia matado sua irmã, e como havia estado em sua casa, só não lembrava ao certo de seu castelo, mas lembrou agora.

Douma desbloqueou todo o passado que a mente de Shinobu se recusava a lembrar.

Horror estava embrulhado aí seu estômago.

- O que você fez não é amor! Você machucou ela! Matou!

- A morte é a essência da vida. Entenda isso, minha querida. Agora, você será a minha essência da vida.

Antes de Shinobu sequer pensar, correu a dentro no castelo.

Seu objetivo era chegar até sua enfermaria e pegar uma poção já quase preparada, só precisava das flores que estava colhendo.

Saía jogando tudo que estava nos corredores para atrapalhar Douma. Corria tanto que seus pulmões ardiam, e suas pernas tremiam. Pensou em parar ali mesmo, deixar que tudo a engolisse até a morte.

"Você não tem esse direito. Não desista!"

A motivação voltou rapidamente, e isso a fez correr. Não se sabe como, mas corria mais rápido do que antes.

Shinobu já corria muito rápido. Agora, passou a correr mais rápido ainda.

Virava cada corredor com certa dificuldade, e para subir as escadas, era pior. Ela sofria, mas não parava. O que ecoou em sua mente tomou conta de seu corpo, lhe dando adrenalina o suficiente para subir. Douma estava perto, ela sabia. Mas não iria desistir.