Capítulo Ⅸ - O pedido

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  — Kageyama? Ainda está acordado?

  A calmaria de sua voz acessou os ouvidos de Kageyama, as orbes azuis instantaneamente caíram sobre a vestimenta do herói sobrepondo-se a seu apavoro, por sua aparição repentina em plena madrugada em seu quarto hospitalar. Não esperava por aquilo.

  E muito menos pelo fato de seu rosto estar completamente nú, sem nada escondendo-o. A luz do satélite natural pintava seu corpo e destacava suas características, como suas sardas. A brisa gélida que bagunçava seus cabelos rapidamente gelou o ambiente causando pequenas tremedeiras em seu corpo, aliás, a coberta do hospital era muito fina.

  — Entra logo. — Mandou, dando um toque de realidade ao herói. — Tá frio. —  Expressou-se, coçando a nuca.

  — Ah, sim. Verdade. — Saltou da janela logo fechando-a, soltando uma risada nervosa.

  — Por que tá aqui?

  O cômodo ficou em silêncio. Hinata segurava firmemente a cortina, de costas para o rapaz na maca, que mantém uma postura inexpressiva, deixando o mais baixo retraído.

   — Veio me ver para ficar de costas? Sério isso? — Sorriu ladino. — Que patético, Homem Aranha. — Estalou a língua, irritando o rapaz.

    — Claro que não! — Indagou, enfurecido. — Não vim até aqui para ser judiado por ti, não!

    Encarou o moreno enfurecido, logo encontrando-se com a postura tranquila do rapaz que mantinha um pequeno sorriso nos rostos. 

   — Dá pra você parar de rir da minha cara!? — Aumentou o tom de voz, fazendo com que Kageyama levantasse o indicador e colocasse em sua boca, sinalizando para ficar quieto.

   — Porra, fica quieto. Tem gente dormindo. — Disse em meio a diversas olhadas para a porta do quarto, conferindo se estava vindo alguma das enfermeiras.

   — A culpa não é minha, você que começou!

   — Se eu não fizesse isso, você não olharia pra mim.

   Engoliu em seco, talvez ele estivesse certo.

   — Eu só queria quebrar esse clima estranho. Desde o dia do incêndio não nos vimos. — Suspirou cansado, jogando seu peso no travesseiro macio da maca. Logo, fitou novamente o ruivo. — Podemos conversar? Não quero deixar as coisas assim, sabe?

    — Eu também não quero isso. — Dessa vez, foi sua vez de suspirar. — Eu já vim até aqui com essa intenção.

    Sorriu.

    — Ótimo, senta aqui. — Deu tapinhas no acolchoado, sinalizando para sentar ali. Do seu lado.

    E assim, o fez. Andou até si e sentou na maca. Estava inquieto, balançava suas pernas e brincava com seus dedos, tentando de alguma forma descarregar o nervosismo que estava sentindo. Porém, Kageyama não ajudava, permanecia calado olhando-o de uma forma intensa. Pensou, quem iniciou tudo foi ele, então foi sua vez. Reuniu toda sua coragem e iniciou:

     — E-Então começamos por onde...

     Recebeu um selinho na bochecha.

     O moreno se ergueu e envolveu uma de suas mãos em sua nuca, puxando-o para mais perto. Isso fez com que o tom de suas bochechas mudassem, indo para um vermelho.

      — K-Kageyama? — Disse entre gaguejos. — O que você tá fazendo!?

      — Qual o problema? Se aquele cara também fez por que eu não posso fazer? — Se afastou, sem tirar sua mão da nuca.

Caught in a poorly made tangle; - KageHinaOnde histórias criam vida. Descubra agora