Capítulo LII

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O Ashton foi a outra festa, deduzo. Assim que cheguei a ontem à noite ele não estava cá por isso não falei com ele, felizmente.

Acordei com a porta do meu quarto a ser aberta mas mantive-me imóvel, pois me doía a cabeça e sentia-me fraca.

-Acorda, roomie.-Pediu ele, chegando à minha beira e mexendo no meu cabelo.-Tens de ir à aula de contemporâneo.

-Acho que estou doente, Ash.-Disse e ele colocou os seus lábios na minha testa para ver se eu estava com febre.

-Estás um bocado quente.-Ele admitiu.

-Não admira, eu sou uma brasa.-Respondi abrindo os olhos cheia de sono.

-Pelo menos estás doente mas bem humorada.

Rapidamente me lembrei do motivo que me levou a ir para a cama a chorar e o sorriso que se tinha formado nos meus lábios desapareceu.

-Bem, eu tenho de ir para o meu trabalho mas fica aqui, não tem mal faltares um dia. Eu vou à cozinha fazer um chá, já te trago e depois vou embora.-Ele levantou-se e caminhou em direção à porta.

-Não é preciso, eu vou lá.-Sentei-me na cama e ia sair quando ele me interrompe.

-Deixas-me fazer uma coisa querida para a minha mana ou nem por isso?

-Espera aí. Tu queres fazer uma coisa querida por mim?-Perguntei fingindo-me surpreendida.

-Como se eu já não tivesse feito coisas queridas por ti antes, Maya.-Ele lembrou e eu sorri.-Agora descansa que eu já te trago o chá.

-Está bem.-Cedi.-O chá é de...

-Camomila, eu sei. É o teu preferido.-Ele completou e saiu do quarto.

Encostei-me à parte de trás da cama e esperei pelo meu meio irmão.

Ainda não me tinha decidido. Ainda não sabia quem estava a dizer a verdade. Normalmente, depois de dormir uma boa noite de sono eu consigo clarificar as ideias, mas isso ainda não aconteceu.

Peguei no meu telemóvel e reparei que tinha vinte e cinco mensagens do Calum e vinte chamadas.

Abri os SMS e reparei que a maior parte deles dizia: "Eu amo-te." ou "Eu não te traí, é mentira.". Os que não diziam isso tinham escrito: "Maya, atende por favor." ou "Vamos falar sobre o que aconteceu.".

Apenas voltei a pousar o meu telemóvel, ignorando as mensagens dele.

-Um chá de camomila e um comprimido para a febre.-Disse o meu meio irmão, abrindo a porta do quarto com uma caneca e um comprimido na mão.

-Como é que sabias que o meu chá preferido era de camomila?-Perguntei pegando na caneca e pondo o comprimindo à boca, engolindo-o rapidamente com a ajuda do chá.

-Uma vez disseste-me isso nas férias de Natal e eu lembro-me porque também é o meu preferido.-Ele sorriu e sentou-se à minha frente, depois de eu me sentar direita na cama.

-Queres um bocado, então?-Ofereci estendendo-lhe a caneca.

Ele pegou nela e bebeu da parte onde eu não tinha posto os lábios.

-Obrigado.-Ele agradeceu e voltou a dar-ma. Passados uns momentos ele decidiu puxar o assunto.-Falaste com o Calum depois de eu sair da casa dele ontem?

-Sim. Fi-lo olhar-me nos olhos e dizer que não me traiu.-Respondi e dei mais um gole no meu chá.

-E ele disse?

-Yupe.

-Aquele filho da p...-Ele começou mas eu interrompi-o.

-Ashton! Não digas isso, ok?

Roomies || 5SOS [Editing]Onde histórias criam vida. Descubra agora