Capítulo LXXIII

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-Meninas, esperem! E menino.-A minha professora de contemporâneo chamou-nos, antes de nós irmos embora. Todas as raparigas e o rapaz que tinham aulas lá, incluindo eu, aproximaram-se dela.-Vão haver provas em maio para a New York University, aqui, nesta academia. Não costumamos ter aqui ninguém a fazer as provas mas digamos apenas que o novo professor de hip-hop conhece alguém e puxou uns cordelinhos. As provas para terem esta bolsa de estudo de dança vão ser no dia 15 de maio. Eu não quereria perder esta oportunidade, se fosse vocês.-Ela avisou com um sorriso.-Agora vão lá para casa. Até à próxima aula.

-Até à próxima aula, professora.-Nós dissemos antes de sairmos daquela sala.

Definitivamente eu tinha de participar naquelas provas, mas a verdade é que eu já tinha visto algumas pessoas da minha turma a dançar e elas pareciam muito melhores do que eu.

Apressei-me a ir para o balneário e num abrir e fechar de olhos mudei de roupa, saindo do mesmo de seguida.

-Dylan!-Chamei assim que avistei o rapaz ao fundo do corredor e apressei o passo para chegar até ele. Mas como eu sou uma desastrada, caí no meio do chão.

-Ajuda?-Ele perguntou, chegando à minha beira e estendendo a mão para me apanhar.

-Eu estou bem, obrigada.-Eu disse, levantando-me sem qual ajuda.

-Estás muito apressada, o que é que se passa?-Ele questionou, começando a caminhar e eu caminhei ao lado dele.

-Nada, sou apenas uma pessoa muito desastrada.-Eu expliquei.

-Acabaste de rimar, Maya.-Ele reparou rindo.-A minha mãe sempre me disse, quem rima sem querer, tem um amor sem saber.

-Oh, mas eu sei quem é.-Admiti e ele ergueu a sobrancelha.-O Zac Efron não me resiste.-Eu acrescentei e ele riu.-Bem, eu queria perguntar-te se vais às audições para a bolsa de estudo.

-Claro que vou. Uma oportunidade destas não é de desperdiçar.-Ele garantiu mas parecia inseguro.

-Mas...-Eu disse para ele completar.

-Para eu ganhar uma bolsa eu teria de dançar mais do que uma vez por semana.-Ele explicou.-Eu tenho tempo para dançar, não tenho é sítio. Podia dançar em casa mas não tenho espaço nenhum.

-Estou a ver.-Eu disse, tentando pensar numa solução, enquanto saíamos daquele edifício.-E que tal se vieres a minha casa aos sábados? Nós temos lá a cave. Nunca ninguém a usa mas tem espaço e está limpa. Só falta mesmo colocar lá um espelho.

-Achas que é possível?-Ele perguntou receoso.

-Claro, desde que me ajudem a por lá os espelhos, por mim tudo bem.-Eu garanti.

-E não precisas de ensaiar tu?

-Preciso, mas eu tenho os outros dias da semana para o fazer.-Eu sorri.-Então fica combinado? Aos sábados à tarde?

-Sim, claro, muito obrigado, Maya.-Ele agradeceu.

-De nada. Para ser honesta, eu quero que tu consigas uma vaga e que eu também. Vamos ser colegas de universidade!-Eu exclamei e ele riu.

-Parece-me uma boa ideia.-Concordou ele.

E assim se instalou um silêncio constrangedor. Porque tinha de acontecer. Ou seja, podem imaginar a minha felicidade ao ver o carro do Ash parar à nossa frente cerca de um minuto depois. Um longo minuto.

-Adeus, Dylan.-Eu despedi-me e ele acenou.

Aproximei-me do carro do meu meio irmão e entrei no banco do passageiro.

Roomies || 5SOS [Editing]Onde histórias criam vida. Descubra agora