Capítulo XCII

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Ouçam a música enquanto lêem.

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-Diz.-Pedi ao meu pai e ele olhou para a Rose como se perguntasse se era mesmo para contar e ela apenas assentiu.

-Como sabem eu e a Rose estamos a ter muitas zangas.-Ele começou.-Eu ultimamente tenho andado muito stressado.

-Sim, nós sabemos.-O Ashton interrompeu.-O trabalho no hospital está complicado e ficas muito cansado.

Ao que parece o Ashton está tão nervoso pelo que o meu pai quer contar como eu. Pensei enquanto voltava a dirigir a minha atenção para o meu pai que parecia mais preocupado do que sei lá o quê.

-Há algo que não vos contei.-Ele admitiu olhando para as suas mãos.-Já sei disto há um mês mas não vos queria preocupar durante a época de exames. Agora acabou e acho que é a altura certa para vos contar. Se é que há uma altura certa para dizer uma coisa destas claro.

-Desembucha.-Pedi eu já preocupada.

Ele respirou fundo para ganhar coragem e depois olhou para mim, diretamente nos meus olhos, e disse a última coisa que eu esperava ouvir dizer:

-A... A tua avó está doente. Há um mês que foi mandada para o hospital. Antes disso apenas estava muito doente e os médicos pensavam que não era nada de especial. Mas era um cancro.

O mundo caiu aos meus pés. Nunca fui muito próxima da minha avó paterna mas também não era assim tão afastada dela ao ponto de me ser indiferente ela estar doente.

-Espera aí...cancro?!-Eu perguntei incrédula.-E não me contaste nada?! É a minha avó, eu tenho o direito de saber!-Mas depois voltei atrás no meu raciocínio.-Não, desculpa, esta situação é ridícula! Cancro?! Não, não, ela não tem cancro! Quer dizer o quê?!

O meu pai apenas olhou para mim com os seus olhos a transbordar de água e eu não me contive. As lágrimas também se começaram a formar nos meus olhos.

-Eu não te queria preocupar.-Ele explicou.

Não o podia censurar. Também faço a mesma coisa, também lhe escondo coisas para não o preocupar. Nunca me tinha apercebido do quão parecida eu era com o meu pai até àquele momento.

-Diz-me que é benigno.-Pedi e ele não respondeu.-Não. Não. Não. Não. Não.

-Não se sabe se ela sobrevive.-Ele disse tentado fazer a voz mais segura que podia e engolindo em seco.-E é por isso que vamos voltar para Nova Iorque no final da próxima semana.

Uma lágrima escapou e escorreu pelo meu rosto.

-E então e a...-Ia falar mas ele interrompeu-me.

-Eu e a Rose decidimos acabar.-Ele declarou.-Temos muitas zangas e concordamos que se eu e tu vamos voltar para Nova Iorque, nós não podemos ter uma relação à distância.

Neguei múltiplas vezes com a cabeça enquanto fitava o meu pai, sentado no sofá, a olhar para mim, a tentar fazer uma expressão calma. A Rose limitou-se a por uma mão no ombro do meu pai e a sorrir para mim sem vontade nenhuma. Sorriso este que desapareceu uma milésima de segundo depois de aparecer.

-Se quiseres ainda podes ir em tour com os 5SOS.-Ela disse.

-Sim.-O meu pai concordou.-Lá para julho esta situação já...já deve estar resolvida. Tanto da...tanto da melhor como da pior maneira.-Ele começou a chorar e eu também.

O meu roomie aproximou-se de mim no sofá, pondo um braço à minha volta.

-Eu não vou em tour com os 5SOS.-Revelei e eles olharam para mim espantados.-Recebi uma oferta da NYU para fazer um estágio lá no verão.-Engoli em seco, tentando conter as lágrimas para falar.-Se me sair bem entro na universidade.

Roomies || 5SOS [Editing]Onde histórias criam vida. Descubra agora