O Ashton estacionou o seu carro no estacionamento do hospital.
-Bem, é hoje que ele volta para casa.-Eu disse num suspiro.
-Ele está destroçado.-Ele disse.
-Eu sei.-Olhei-o mordendo o lábio interiormente e as lágrimas vieram aos meus olhos.
-Anda cá.-O meu roomie chamou, envolvendo-me nos seus braços.
Aproximei-me dele e, ainda que com alguma dificuldade, abracei-o.
-Consegues imaginar como é que ele se deve estar a aguentar?-Questionei, pousando a cabeça no seu ombro.-Uma semana antes de teres o teu futuro nas tuas mãos, de repente tudo se perde.
-Se calhar tinha de ser assim.-Ele disse, pousando a sua cabeça na minha.-Se calhar o futuro dele não era para ser aquele.
-Acreditas que temos a vida já planeada, tipo destino?-Perguntei surpreendida.
-Não.-Ele respondeu.-Mas há males que vêm por bem. E acredito que às vezes temos de deixar a própria vida tomar conta dos acontecimentos, sabes? Ir com a corrente. Se calhar ainda virão boas coisas para ele por causa do que aconteceu. É só uma questão de dar tempo ao tempo e aproveitar o que ele ainda tem. E se ele quiser mesmo seguir dança, então ele tem de lutar.
-Tens razão, mas ainda assim é uma merda.-Admiti.
-Pois é.-Ele concordou.-Mas vamos lá ter com ele.
Ele deixou um beijo na minha testa e eu levantei a minha cabeça que até agora estivera no seu ombro. Saímos os dois do carro e fomos em direção à entrada do hospital.
Continuava o mesmo local deprimente do outro sábado. As paredes caiadas de branco e o cheiro que tinha faziam-me ficar com tonturas. Nunca gostei de hospitais. Grande parte disso deve-se ao facto de me trazer memórias. As tão famosas memórias. Bem, passo a explicar. O meu pai foi para o hospital porque desmaiou depois da minha mãe morrer. Sim, não foi bonito. Não me recordo disso muitas vezes porque a) não é algo que goste de recordar e b) o que aconteceu com a minha mãe ocupou um espaço maior na minha memória.
-Calma.-O Ash disse e só aí reparei que estava a cair para cima dele.-O que se passa?
-Estou tonta, só isso.-Expliquei e tentando direita, sem sucesso..
-Olha para mim.-Ele pediu, levantando o meu queixo com dois dedos.-Respira fundo.
Fitei os seus olhos e fiz como ele me pediu. Um sorriso apareceu nos seus lábios assim que percebeu que eu estava bem.
-Já estou melhor.-Admiti.-Obrigada.
-O que é que se passou?
-Acho que este ambiente me faz ficar assim.-Expliquei.-Quem me dera que o Dylan ainda não tivesse dezoito anos.
-Porquê?-Ele perguntou, começando a andar para o elevador.
-Assim íamos para a pediatria, lá é muito mais colorido.-Expliquei e ele riu pondo um braço em cima dos meus ombros.
Ergui a sobrancelha para ele pois achei estranho o seu gesto.
-Só te estou a segurar para não caíres se ficares tonta.-Ele esclareceu.-Sem segundas intenções, White.
-Eu sei, daddy.-Brinquei e ele olhou para mim um bocado zangado.
-Vais gozar sempre comigo por causa disso?-Ele questionou rindo um pouco.
-Até ao fim dos teus dias.-Respondi com uma cara maléfica.
Ele carregou no botão do elevador enquanto retirava os olhos com um sorriso e eu ri. As portas do elevador abriram-se passado uns segundos, revelando o Dylan, sentado na cadeira de rodas, e a sua mãe.
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Roomies || 5SOS [Editing]
Fiksi PenggemarHá certas coisas na vida que não podemos controlar. Há certas coisas que vamos perder independentemente do que façamos. Por vezes só nos apercebemos da importância das coisas quando é tarde demais. Queremos voltar atrás no tempo para fazer tudo dife...