Saltei sorrateiramente da janela do quarto até ao chão, com a ajuda do Ashton.
Tinha vestido a minha roupa de inverno por cima do pijama, por isso estava bem quentinha. O que dava jeito, visto que Nova Iorque no Natal é um gelo.
-Tens a chaves do carro, certo?-Sussurrei-lhe enquanto saíamos das traseiras da casa.
-Não.-Ele ironizou prolongando o "ão".-Eu pensei no plano todo para nos esgueirarmos mas não trouxe as chaves.
Ele tirou-as do bolso das calças.
-Estão aqui, agora vamos.-Mal ele disse isto, começou a correr para o carro que estava estacionado mais à frente na rua.
Entrei no lugar de passageiro assim que lá cheguei. Ele tirou a bandana que tinha na cabeça e colocou-a em mim de modo a que eu não visse nada.
Ouvi o motor a ligar-se e o carro arrancou.
-Agora a sério, Ashton, como é que conseguiste encontrar um sítio onde se vê estrelas em Nova Iorque?
-Eu consegui porque eu sou um máximo, duh!
Revirei os olhos, mas claro que ele não me viu a fazer isso porque os meus olhos estavam tapados.
-Tu não me revires os olhos!-Ele pediu.
-Como é que tu sabes que eu o fiz?
-Demasiado previsível.-Ele riu.
-Bolas! Logo agora que tínhamos feito o pacto da imprevisibilidade!-Eu ri.- Mas agora a sério, eu sempre vivi aqui e nunca encontrei um local onde conseguisse ver o céu estrelado.
-Pois, mas como já disse, eu sou um máximo.-Ele insistiu enquanto guiava.
Deixem-me levar pelos meus próprios pensamentos enquanto um silêncio se instalava no carro. De repente lembrei-me de uma coisa que não fazia sentido.
-Ash, lembras-te quando a tua mãe disse que a casa em Indianápolis era uma herança?
-Sim.
-Como é que a casa era herança e estava em Indianápolis se vocês sempre viveram em Nova Iorque?
-Os meus avós viviam com a minha mãe e o meu tio em Indianápolis. Mas a minha mãe e o meu tio vieram estudar para a universidade aqui e acabaram por constituir família e decidiram ficar.
-E porque é que voltaram para lá se tinham uma vida estável aqui?-Perguntei eu tentando saber mais sobre o passado do Ashton.
-Ponto 1) a vida não era estável. Ponto 2) não vais conseguir saber mais sobre o meu passado, Maya.
Encolhi os ombros.
-Mas cedo ou mais tarde acabarei por saber. E tu sabes disso, roomie.
Passados uns minutos em silêncio ele estacionou o carro e desligou o motor.
-Chegámos!-Anunciou ele.-Espero que isto corra bem.
-Porque é que não haveria de correr?-Perguntei confusa.
-Hum...Alguém lá em casa pode descobrir que saímos à socapa.-Pelo tom de voz dele consegui perceber que aquilo era uma desculpa esfarrapada e comecei a ficar nervosa.
Mas onde é que eu estou? Que raio é que está a acontecer?
Ele saiu do carro e veio abrir-me a porta. Saí do veículo com cuidado para não cair e comecei a andar com ele a guiar-me.
Dei muitos passos até ele parar e me fazer parar a mim também. Ele virou-me de modo a que eu ficasse de costas para ele.
-Eu adoro-te, Maya.-Ele disse-me ao ouvido.-Desculpa se isto te magoar.
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Roomies || 5SOS [Editing]
FanfictionHá certas coisas na vida que não podemos controlar. Há certas coisas que vamos perder independentemente do que façamos. Por vezes só nos apercebemos da importância das coisas quando é tarde demais. Queremos voltar atrás no tempo para fazer tudo dife...