Capítulo XXXI

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-Mas que raio é que te aconteceu, rapaz?!-Perguntei assim que o Ashton entrou em casa com o nariz a sangrar e com vários ferimentos.

-Não é óbvio?!-ele ironizou.- Fui contra uma parede!

Uma pessoa a ser simpática e ele reage sendo irónico! Muito bem, velho Ashton que eu conheci no sétimo ano.

-Então tem mais cuidado para a próxima e vê por onde andas.-respondi com um sorriso cínico na cara.

Ele revirou os olhos visivelmente irritado e fechou a porta depois de entrar. Subiu rapidamente as escadas e fechou-se no seu quarto.

Eu sei que ele é um estúpido e que ele é que me devia pedir desculpa por ter sido rude, mas ele estava magoado e precisava de ajuda por isso encontrei-me a subir as escadas e a bater à porta do quarto dele.

-Se vais começar com um ultimato, não quero ouvir!-avisou ele de dentro da divisão.

-Podes sempre tapar os ouvidos.-disse encolhendo os ombros e entrando no quarto do meu meio irmão.

Ele estava enrolado nos cobertores da sua cama. Dirigi-me à sua casa de banho, fui ao armário e tirei de lá a caixa de primeiros socorros. Voltei e deparei-me com um Ashton de cabelo despenteado sentado na ponta da cama.

Não penses no quão sexy ele está com o cabelo assim, Maya! O meu subconsciente decide avisar. Mas ouve lá, tu gostas dele ou não? Ele até é fixe!

Ao que eu respondo mentalmente enquanto me aproximo da cama: E é muito mal humorado às vezes, quase sempre!

Mas também é fofo! Insistiu.

Mas eu tenho namorado!

Nem eu estava a dizer que não tinhas, nem a sugerir que namorasses com o teu meio irmão! Eu sei que tu não queres isso e que amas o Calum!

Obrigada por, finalmente, dizeres alguma coisa acertada, subconsciente!

Quem não está a dizer coisas acertadas és tu!

Menos!

Vais dizer que o Ashton não está sexy com o cabelo assim?

Ele está, mas...

Eu sabia que tinha razão!

Podes te calar?!

-Está tudo bem, Maya?-perguntou o Ash vendo que eu estava sentada ao seu lado, com a caixa de primeiros socorros no meu colo, olhando para a parede do seu quarto como se estivesse enfeitiçada com os meus próprios pensamentos.

-Sim.-respondi, escondendo o facto de estar a ter uma discussão com "o meu eu interior".

Comecei a limpar as suas feridas enquanto ele soltava gemidos de dor cada vez que eu passava com o algodão nalguma delas.

-Desculpa.-Pediu ele assim que acabei de as desinfetar.

-Porquê?-perguntei arrumando na caixa tudo o que tinha utilizado.

-Por momentos pareceu-me que voltámos ao mesmo que éramos antes de eu sair de Nova Iorque. Eu não queria ser como fui contigo. Eu sei que estavas preocupada e querias saber o que aconteceu.

Fui à casa de banho e voltei a arrumar a caixa de primeiros socorros no armário, voltado de seguida para o seu lado.

-Não há problema, roomie. Há coisas que nunca mudam, não é?-perguntei sorrindo.

-Vou sempre irritar-te, não é?

-Até dizer chega!

Ele riu-se e deitou-se em seguida na cama. Levantei-me e dirigi-me para a porta do seu quarto.

Roomies || 5SOS [Editing]Onde histórias criam vida. Descubra agora