14 - FLORA (Parte 01)

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Olá pessoal! Como estão de domingo? O que acham de um capituluzinho para esquentar? rsrsrs

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Passei o domingo apreciando o frio constante no estômago. Frio causado pela ansiedade e pela expectativa do que está por vir. Eu não consigo parar de pensar em Gaspar e nas suas promessas pecaminosas. Além do seu beijo, que me faz contorcer de desejo feito uma descontrolada. Eu simplesmente não quero refletir ou pensar na situação, levando em conta a minha condição nessa cidade e quem eu sou de verdade e as mentiras que contei para Gaspar. E provavelmente ele não vai gostar da verdade, caso descubra. Porém, joguei a racionalidade no lixo e embarquei no joguinho do viúvo rude.

Miriam me ligou para avisar que havia pistas do bando de Cosme e Damião lá pelos lados de Mato Grosso. E isso é maravilhoso, eles estão muito distantes de mim. Não tem como me acharem aqui.

Enquanto estava debaixo do chuveiro, sentindo a água me lavar por completo, ralhei comigo mesma em pensamento, porque essa perseguição de Cosme e Damião contra mim não vem tomando maior parte dos meus pensamentos. Antes essa era minha única preocupação, agora Gaspar é disparado o único assunto que preenche meus pensamentos.

Essa noite, lutei para dormir e pateticamente me vi acariciando os seios enquanto pensava nas mãos de Gaspar me segurando, no volume em sua calça me pressionando e na boca voraz que ele sabe muito bem como usar. Desci a mão, pousando-a no ponto latejante entre minhas pernas e deixando que meus dedos fizessem o necessário.

No escuro, em meio aos lençóis, ofeguei de olhos fechados, imaginando estar completamente preenchida por ele de maneira forte, enquanto sua mão puxa meus cabelos para trás. Pude vislumbrar o corpo forte suado me prendendo, sua boca percorrendo meu pescoço enquanto gememos desvairados. E meus dedos me deram um orgasmo libertador.

Aconchegada ao travesseiro, me condenei. Eu não deveria ser tão volúvel. Vim para cá com uma missão e deveria conseguir ignorar qualquer distração.

Quando a segunda-feira invade meu quarto com os primeiros raios de sol, já estou de pé enrolada em uma toalha escolhendo o que vestir. Preciso encontrar uma academia e me matricular, eu adorava malhar quando morava em São Paulo e preciso manter o ritmo aqui.

Hoje escolho um delineador azul ciano, que combina com minhas unhas. Coloco algumas pulseiras e me olho no espelho. Perfeita para a personagem da psicóloga alegre e colorida. Diferente da sexy e séria bancária, trabalho que desempenhei por dois anos inteiros.

Chego à escola cumprimentado a todos com alegria contagiante. Já que ajoelhou, tem que rezar. Se estou metida nesse papel, vou representar com empenho.

No primeiro tempo, converso com um menino da quarta série que está com dificuldade de concentração, e assim que ele sai, pesquiso no Google e vejo que os sintomas podem ser indicativo de TDAH. Deixo anotado na minha agenda que vou precisar falar com Debora para encaminhar a criança a um profissional. E vou precisar de uma desculpa bem convincente para dizer que não posso lidar com isso aqui na escola.

Logo ouço batidas na porta e Valentim entra. Ainda receoso, se senta na poltrona. É dia de sessão com ele. A segunda, desde que entrei na escola.

— Bom dia, Valentim. Como está?

— Bom dia, estou bem. — Ele se senta na poltrona, e eu ocupo a cadeira à sua frente.

— Gostando do celular?

Ele sorri e assente.

— Ótimo. Talvez uma fadinha tenha ido buzinar no ouvido do seu pai teimoso e o tenha convencido.

[AMOSTRA] MENTIRAS, BEIJOS E PÃO DE QUEIJOOnde histórias criam vida. Descubra agora