The Round Top • L.S •

|13| Puta merda.

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- Oi garoto da estrada.

Meu corpo gela quando ouço a voz, essa voz.

Me viro e me deparo com a caminhonete vermelha ao meu lado na estrada. Ele, como sempre, está com um lindo sorriso no rosto.

- Aconteceu alguma coisa? Você parece assustado. - ele pergunta enquanto estuda o meu rosto, que está em uma feição de medo.

- E-eu, Oi. - respondo meio incerto e ele franze o cenho.

- Estava na cidade? - apenas assinto. - Você veio a pé? - assinto de novo e ele levanta as sobrancelhas surpreso. - Nossa, mas é muito longe.

- Eu sei, mas queria caminhar um pouco. - falo simplesmente, e sinto um friozinho, está começando a ventar e o céu está ficando escuro de nuvens carregadas. Merda.

- Pelo que tudo indica vai chover, acho que você não vai conseguir chegar na fazenda antes dessa chuva começar.

- O que você quer dizer com isso? - arqueio uma sobrancelha.

- Que eu posso te levar.

- Eu não quero! - falo rápido e ele franze o cenho.

- Louis, tá tudo bem mesmo?

- Sim, qual seria o motivo de eu não estar? - devolvo a resposta como uma pergunta e ele suspira.

- Eu não sei, você parece estranho.

Eu ia responder mas sinto uma gota de água bater em meu rosto e olho para cima, percebendo que está começando a chover.

- Droga. - falo baixinho.

- Hey, entra aí, você vai acabar pegando um resfriado se ficar nessa chuva, você sabe como as chuvas de verão são péssimas para a saúde.

Minha cabeça está uma bagunça. De um lado eu penso "entra nessa caminhonete Louis, você sabe que é muito fraco e pegará um resfriado" e do outro eu penso. " nem fodendo que eu vou entrar no carro desse idiota".

Outras gotas começam a cair e eu suspiro.

- Tudo bem. - entro na caminhonete e ele sorri. - Do que você tá rindo? - pergunto cruzando os braços.

- Nada, é que você parece um gatinho com raiva. - ele fala e começa a dirigir. - Caramba, essa chuva está ficando cada vez mais forte.

E é verdade, ele até ligou o farol mas mesmo assim é impossível ver algo a nossa frente, está tudo com muita neblina e escuro.

- Olha, sinto em dizer mas eu acho melhor se eu parar e esperar essa chuva passar. - ele fala e eu assinto e me encolho um pouco no branco, está começando a esfriar. Ele encosta a caminhonete no acostamento e a desliga.

- Você acha que vai demorar muito para essa chuva passar? - perguntou o encarando e ele dá de ombros.

- Não faço ideia, espero que sim.

Então ficamos em silêncio, dando para ouvir apenas o som da forte chuva batendo nos vidros do carro e nossas respirações.

- Eu... Posso te perguntar uma coisa? - ele pede meio incerto e eu o encaro.