Colegas | Parte I

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N/A: Sinto necessidade de deixar essa nota no único da história. Colegas é um corto de três partes, sendo cada uma com uma história diferente voltada em três amigos, sendo eles Garret, Guilherme e André.  Eu decidi postar a de Garret primeiro por ser a mais longa, ela tem aproximadamente 15600 palavras, há um certo drama e assunto delicado, completamenre diferente das outras histórias de seus amigos que são mais curta e espontâneas. Mas como sei que as vezes só queremos uma cena de sexo (๑¯◡¯๑) eu decido sinalizar com ★ as partes que vai ter, sendo duas cenas. É isso, boa leitura!


Garret e Hannah

— Cara, você está pior do que eu. — diz André entrando na sala de descanso. Ele parece péssimo, olheiras de cansaço, o rosto marcado de tanto usar máscara. 

— Eu não diria isso com tanta certeza. — ele riu, se deitando no sofá. 

— Tenta ser um pneumologista em uma época de pandemia, onde a doença em questão é respiratória. 

— Eu sei. 

Mesmo não sendo pneumologista, antes de neuro, sou clínico e toda a demanda de trabalho tem sido um caos.

Mas meu problema não era meu trabalho, é meu relacionamento. 

Não sei mais o que fazer. Ver meu casamento se desmoronando e não sendo capaz de poder fazer nada é a parte mais difícil no processo. Quando a gente mal se fala, quase não se toca, cada vez se tornando estranhos dentro da própria casa. 

— O que está rolando? — ele me perguntou, tomando o que deve ser a sua vigésima dose de café no dia. 

— Meu casamento está precisando de socorro. — assumo para meu colega de trabalho. — preciso falar com alguém, sabe? Minha terapeuta se mudou pra fora do país e desde então, não tenho com quem falar sobre a merda que é o matrimônio. 

— A situação não melhorou? — eu nego. — já faz alguns meses, não é?

Afirmo. É difícil assumir pra mim mesmo que estamos nessa há mais de um ano e que está me desgastando.

— Olha, não sou sua terapeuta mas se precisar de um amigo, eu tô aqui. 

André é o cara mais legal deste hospital. Amigo de todo mundo. Vejo seu relacionamento com Bruna, que também é uma médica incrível e, às vezes , me sinto mal por invejar o que eles têm. Queria que meu casamento fosse tão fluido como o deles. 

— Obrigado, mas não quero te encher com minhas merdas. 

— Sabe de uma coisa? Você devia falar com Hannah. — ele sugeriu. 

— Quem é Hannah?

— Psicóloga hospitalar. — ele justifica. — ela está sempre por aqui, aliás vi ela uma hora atrás, talvez ainda esteja trabalhando. 

— E ela atende os colegas de trabalho?

— Não exatamente, mas sempre que estou com alguma merda na cabeça e no momento não tenho como falar com a minha psicóloga, eu corro até a sala dela. Hannah é um anjo, você vai adorar ela. 

— Talvez eu dê uma passada lá.

Antes de tirar uma soneca, ele me disse onde ficava a sala de Hannah. Eu tinha um tempo livre e decidi ir até ela. Não faria mal falar com uma psicóloga, na verdade até preciso. Até tentei permanecer com a minha com terapia online, mas isso não funciona comigo. Sou uma pessoa muito tradicional em alguns aspectos, e falar sobre coisas tão íntimas como meus problemas conjugais ou sobre minha ansiedade, eu prefiro fazer olho no olho. Me sentia muito estranho ficar em frente ao meu notebook por uma hora, me sentia preso e não falava quase nada.

Très excité - Contos EróticosOnde histórias criam vida. Descubra agora